Capítulo 16 - Espectro

Após um tempo, o boneco desperta a ouvir ana a conversar de frente com a unidade das faces autorretratadas, e apenas consegue ouvir, sem ter forças para falar. Ela fica atenta para o que o retrato sem cor diz:

(— Thome não lhe contou tudo o que dissemos a ele, e também, o mesmo não saberá o que vamos dizer-te, pequena ana.)

— Sobre o que vão dizer-me?

(— Na verdade, somente eu. Os meus irmãos irão preparar o poder que tanto precisa.)

— E esse poder será capaz de destruir a barreira do quadro principal?

(— Se quiser, assim será. Mas pense no que está por vir, ana.)

— Diz serem o presságio, mas do que seriam?

E de repente das paredes da casa começam a se mexer, os tremores e os fortes ventos vindos, acabam por arrancar as portas das janelas da cozinha, a destruir os vidros, consequentemente, tudo enquanto ana e o boneco tenta se segurar, nem mesmo o cupido pôde resistir a tudo isso. As nuvens cobriam por completo o céu, a não aparentar saírem mais, e todos os retratos são os únicos que não demonstram surpresa, e mantém a calma todo o momento.

O boneco usa a sua força para manter o espectro preso, mas por um instante, ele toma parte da sua mente, a fazer ele ficar inconsciente. Isso foi feito para que o espectro tivesse uma conversa com ele, dentro dos seus pensamentos, e como ele não conseguiu impedir, não lhe restava uma escolha, a não ser confrontá-lo, o quanto ainda pudesse aguentar no seu corpo deteriorado.

Apenas escuridão havia, e o som da voz era o mais importante, um sentimento de perigo era mais que provável, pois, não queria ser feito como um fantoche, como thome havia sido. A preferir ter o corpo destruído por completo, a ter que sofrer dessa forma. Sem que esperasse algo, a voz verdadeira do espectro diz para ele:

Espectro — O seu corpo não irá durar em breve, o que pretende fazer a respeito?

— Dar o máximo de tempo para a ana conseguir chegar até o porão!

Espectro — Ela não entrou por escolher cuidar de você, uma decisão quase vã, se olharmos o seu estado atual.

— Não importa o meu estado! Não serei eu quem vai-lhe derrotar.

Espectro — Por que insisti em rejeitar-me, e não aceita de uma vez, que você é uma parte de mim.

— Por que eu nunca quis ser! E nunca vou ser!

Espectro — Agora que sabe toda a verdade, só lhe resta conformasse, pois, nunca me venceria.

— Isso não importa, se no final, você também irá morrer.

Espectro — Não, se eu matar você primeiro. E eu posso fazer isso, porquê você é fraco demais para revidar, e sempre viveu as minhas custas!

— Eu não tive escolha, se não, teria fugido na primeira oportunidade!

Espectro — Oportunidade? Você teve uma, sabe por qual motivo não conseguiu fugir das minhas mãos!?

— Eu não quero saber!

Espectro — Por que você sempre será parte de mim, como o mesmo sangue e essência.

— Isso é mentira! É tudo mentira!

Espectro — Logo, logo, saberiam. Que se viesse a conseguir fugir, iria se tornar um ser tão perverso quanto eu.

(— Eu só queria ser normal...)

Espectro — Você está destruído! E ela irá morrer por sua culpa!

(— Só queria ser uma criança normal...)

Espectro — Você irá carregar essa culpa, pelo restante da sua existência!

(— Mas...)

Espectro — Ela confiou em você, e você deixou ela morrer!...

(— Você tirou isso de mim...)

Espectro — Ela nunca irá-te perdoar! Mesmo que sobreviva!

(— Você tirou ela de mim...)

Espectro — VOCÊ É UM ESPECTRO!

(— Você tirou a vida que há em mim...)

Espectro — SEMPRE SERÁ UM ESPECTRO!!!

(— E nada mais sobrou...)

Espectro — Conte quantas foi as atrocidades eu cometi! E some com as quais você fará! E verá no futuro que somos iguais!

(— E agora eu sei... que não terei mais ninguém, que eu amo, vivo.)

Espectro — ISSO SE EU NÃO MATAR VOCÊ!

(— Que eu me tornei...)

Espectro — POIS VOCÊ MERECE ESTAR NO MESMO TÚMULO QUE A SUA MÃE!

(— Igual a você...)

Espectro — E MESMO QUE PERMANEÇA VIVO, TERÁ QUE CARREGAR A MALDIÇÃO...

(— Um ser... vazio...)

Espectro — DE SER O MEU FILHO!!!...

No momento em que o ante espectro apaga, ana tenta se segurar até que os tremores param, e os ventos cessam. Logo após isso, o retrato sem cor continua a dizer para ana, o que era necessário saber, ainda a permanecer calmo, a esperar com que ela se levante do chão, e o cupido pare de se agitar. Quando percebe que pode continuar:

(— Ana, tem algo que o seu melhor amigo, thome. Não lhe contou, talvez por não ter tempo, mas o importante é ser revelado.)

— E o que ele não teve tempo de dizer-me?

(— Somos partes dele que o compõe.)

— E a mesma coisa que o ante espectro, com o espectro?

(— Exatamente, o que difere é que somos feitos para ajudá-lo, e não aprisiona-lo, como no caso do espectro.)

— Então o que o ante espectro disse era verdade.

(— O seu maior objetivo, após receber o nosso poder, é arrancar o garoto do espectro.)

— Mesmo que isso custe a minha vida...

(— É a sua vida pela dele. E o que vou dizer-te, requer força emocional, para entender.)

— Pode dizer...

(— Thome precisava morrer, para que ele viesse a aparecer.)

— O quê?

(— Não há muita diferença, entre e ele e o garoto. O motivo pela qual não percebeu, é por conta da interferência das flechas desse cupido sombrio.)

— Não será fácil ter que digerir essa informação...

(— Não tenha pressa, apenas prossiga no seu objetivo. O garoto está cada vez a ser um mero fantoche, do próprio espectro.)

E então, ao descer a escada a trazer consigo, o livro dos filhotes, na sua boca, o cosmos, coloca na frente de ana, aberto no chão. Mesmo a não entender, ela agradece ao seu felino, por trazer-lá aqui, logo o retrato continua a falar:

(— Como último momento, antes de entregarmos o nosso poder a você, ana. Peço que entre no seu livro e veja com os seus próprios olhos, o que a manipulação do espectro pode fazer.)

Ana atende o pedido do retrato a resolver entrar, ao cair do céu no grande gramado, ela esperava ver os filhotes, que sabiam quando ela entrava. Mas o que encontrou foram chamas e destruição além de, não ter nenhum sinal de vida dos filhotes por ali, isso a machucou bastante, mas precisava ser forte pela primeira vez, e continuar o seu objetivo, além de vinga-los na luta contra o espectro.

As casas da vila caíram consumidas pela chama, e os personagens da história, por sua maioria, ficaram jogados pelas ruas ou sob os escombros das suas próprias residências. E ana entendeu que não era culpa do garoto, mas sim do que o fez cometer esse ato horrível e irreparável, pois, ela sabia que perdeu a sua melhor história, assim como os filhotes, a quem ela se dedicou para achá-los e os protegeu com carinho.

Não houve tempo para despedidas, e a essência de cada um deles, ana desejou ter, para ter força contra o mal que levou toda uma história consigo para a escuridão e destruição. Ela não pôde ficar mais nenhum momento, caso ficaria presa sob os pedaços do céu que caía a cada instante, a levar o que um dia, foi uma história amada.

Ao voltar, o retrato encerra a sua conversa a dizer que ela precisava entrar na barreira do quadro, de alguma forma, pois, a história do quadro, é a resposta de tudo sobre essa realidade, por isso, antes de passar pelo quadro, ela precisa ir ao porão, onde encontraria uma pequena filmadora. E sem que ana pudesse dizer algo, ela recebe os poderes a ter o seu cabelo permanentemente branco e recuperar o seu corpo de antes, a ficar com a saúde física boa, e sentisse poderosa.

Porém, o ante espectro pula do sofá, e volta os seus passos para a entrada, a ignorar o que ana falava para ele. Bastante destruído, e escorado na entrada, o seu olhar e fixo para a floresta, e mesmo a estar ofegante, ele corre com muita dificuldade por entre os pinheiros, sem avisar a ela sobre o que estava a fazer, a deixar dúvida.

A acreditar que garoto estava a ser manipulado pelo espectro, ana dá os primeiros passos na direção dele, mas o cupido prepara o seu ataque mais uma vez, e quase a acerta com a sua flecha. E isso foi o limite do que ela poderia suportar do ser sombrio, e ao usar o seu poder sobre o corpo, ana ataca o cupido com tanto ódio, a agarrá-lo e quebrar o seu arco e as suas flechas, pois, ele não tinha força física ou resistência.

O que ajudou a puxá-lo para perto, ficar segura na sua costa e criar uma corda média branca, e enrolar no seu pescoço, a conseguir. No meio do desespero para soltar, o cupido cria asas cinzas do seu tamanho, e tenta voar, mas o lustre o atrapalhou na tentativa de fugir, o que ana logo aproveitou para segurar-se, junto dele, e viesse a amarrar o restante da corda no lustre.

Para finalizar com um puxão para baixo, ela com o peso e fúria, faz com que o cupido venha a morrer lentamente, enforcado no lustre. E ainda teve uma das asas enroladas junta com a corda, para garantir que fosse finalizado. Com o tempo a passar, os dois ficam a balançar no lustre, até que ana se solta a cair no chão, a precisar de um pouco de fôlego, enquanto penas caem dele.

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