Lara Muda O Destino
Olá! Eu me chamo Srta. Nesti e espero que gostem desta história. Enfim, espero que se divirtam lendo "Lara muda o destino" tanto quanto eu me divirto escrevendo! Beijos '3'
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O céu parecia que iria cair a qualquer momento. A chuva... Não, a tempestade que caía lá fora era barulhenta, mas por alguma razão o temporal fazia com que o ambiente dentro do café parecesse mais aconchegante.
Olhei para Sofia, viemos a esse café para comemorar que o seu livro estava sendo traduzido para o espanhol por uma editora da Argentina. Comi um pedaço da minha torta red velvet, um dos pratos mais populares deste lugar.
— Lorrane. — Sofia chamou. — Você leu meu livro?
— Desde o seu primeiro rascunho? — Respondi, com o orgulho perceptivo na minha voz. Eu era a pessoa que apoiou Sofia desde o começo, a vitória dela era minha também.
— Então, por favor me dê a sua opinião sobre o final. De novo. — Suspirei.
— Eu não sou nenhuma crítica profissional e eu já dei minha opinião sobre isso. — Eu odiei o final, na verdade, toda a história não fazia o meu tipo de leitura.
— Sabe... Todos os meus leitores gostaram do final, menos você.
— Seus leitores precisam de mais senso crítico. — Sofia sorriu.
— Com isso eu concordo. Você ficou tão irritada apenas porque a vilã foi injustiçada?
— Uma injustiça que custou a vida dela? Sim. Por que você simplesmente não fez com que ela tivesse envenenado mesmo a protagonista?
— Apenas não é algo que a Lara faria. Ela era uma nobre orgulhosa que queria humilhar a protagonista ferindo de todas as formas possíveis o orgulho dela, não a vida.
— Também não gosto do par romântico da protagonista. Um homem que trai a noiva? Com certeza ele vai fazer isso com a protagonista também.
— Bem... Não sei sobre isso. — Sofia sorria maliciosamente enquanto mordia seu croissant.
— Enfim, não vou dizer nada do que você já não sabe. Os únicos personagens que gosto são a protagonista e o irmão dela.
— Então acho que você vai ficar chateadissíma com a continuação. — Sofia falou dando risadinhas.
— Sofia... O que você vai fazer? — Olhei ameaçadoramente para ela que não ligou nem um pouco.
— Eu? Nada. Quem vai fazer é o príncipe Daniel. — Aquele protagonista ridículo! O que Sofia tem na cabeça!?
— Esse canalha vai fazer algo com os irmãos? — Falei um pouco alto, estava frustrada.
Sofia escreve maravilhosamente bem, ela conseguiu fazer com que eu lesse uma história na qual eu jamais leria e ainda fez com que eu gostasse! Embora eu odeie os personagens...
— Com o irmão... — Sofia passou a mão nos seus cabelos castanhos ondulados e me olhou esperando minha reação.
— Qual é... Você não pode simplesmente não fazer uma continuação? Ou melhor, não matar um dos únicos personagens que eu gosto? Continua nessa e eu abandono a história.
— E vai me dar hate na internet?
— Vou virar a sua maior hater.
Nós duas rimos, embora eu não estivesse brincando sobre abandonar a obra.
— Eu não acreditava que “A donzela de Rosário" fosse fazer tanto sucesso. — Sofia falou enquanto apoiava sua cabeça em meus ombros, era possível porque ela estava sentada ao meu lado.
— Pois eu sempre soube. — Eu estava sendo sincera.
— O quê? Não me diga que fez um pacto? Vendeu apenas a sua alma? — Brincou e olhou para a janela.
Eu olhei também, ficamos um pouco em silêncio observando o temporal lá fora. A época de chuva havia chegado com força na Bahia.
— Não está muito movimentado, embora essa seja a avenida Sete de Setembro. — Comentou Sofia.
— Está a maior chuva lá fora e você quer que esteja movimentada? Eu não estaria fora de casa também.
— Você está fora de casa.
— Eu e você só estamos aqui porquê a chuva chegou depois de entrarmos. — Olhei para Sofia que afirmou com a cabeça.
— Sim, esta comemoração devia ter acabado meia hora atrás. — Ela olhou no relógio. — Já são sete da noite.
— Que horas o café fecha mesmo? — Perguntei olhando novamente para a janela.
Estávamos bem próximas da porta e da janela, o que nos permitia uma boa vista da rua. Continuei olhando as gotas que atingiam violentamente o vidro das janelas.
Me assustei com um barulho de freio alto o suficiente para saber que um carro estava prestes a bater em algo, eu só notei que esse algo era o café quando vi dois faróis vindo em minha direção.
Não tive tempo de pensar, eu apenas pisquei tentando entender o que estava acontecendo enquanto ouvia vidros quebrando, pessoas gritando e o carro capotando encima de mim.
Tudo ficou escuro.
Acordei deitada em uma espécie de cela escura, com apenas um pequena janela com grades que é tão alta que não posso ver o ambiente lá fora. Sentei e percebi que estava deitada em uma cama feita de ferro que se prendia na parede.
Olhei para as grades grossas que me prendiam dentro da cela. Um guarda que usava armadura medieval estava parado do lado de fora.
— Ei. — Chamei, mas fui ignorada.
Olhei para minhas roupas e estava usando um vestido bufante que parecia ter saído dos filmes de princesa. Olhei minhas mãos e eram muito mais delicadas e esbeltas do que eu lembrava.
Aquelas eram as mãos de outra pessoa.
As jóias nos meus pulsos eram tão lindas quanto o vestido, mas eu estava suja. Peguei uma mecha do meu cabelo que era muito mais longo do que deveria.
Exclamei um barulho cortado quando vi que estava loira. Minha cabeça estava rodando. O que está acontecendo? O que houve comigo? A última coisa que me lembro é um carro voando diretamente para mim. O carro me atingiu? Não existe uma maneira de eu ter conseguido me esquivar daquilo. Eu morri? Estou no céu? Virei um anjo? Um sonho enquanto estou em coma?
— Ah... Não consigo entender. — Suspirei.
Olhei ao redor a procura de respostas, mas óbvio que não havia nada.
— Ei. — Chamei o guarda novamente. — Eu sou um anjo?
Perguntei, por alguma razão essa parecia a escolha certa.
— Anjo? Você é a pior bruxa que este império já teve. — O guarda respondeu.
Eu sou uma pessoa má? Eu estou presa no fim das contas.
— Qual foi o meu crime para ser chamada de bruxa? — Levantei e fui até as grades agarrando-as com as mãos tentando ver o rosto do guarda.
Ele me olhou e eu pude sentir o desprezo em seus olhos, um arrepio subiu em meu pescoço com a frieza daquele olhar. Ninguém nunca havia me olhado assim em nenhum momento da minha vida.
— Atormentar a jovem senhorita Bianca e chegar ao ponto de envenenar sua bebida por ciúmes... Me diga, existe outra coisa que você seja a não ser uma bruxa?
Uma lunática. Psicopata, talvez? Não tem como eu responder isso. Sou eu de quem você ta falando! Eu não fiz nada disso.
Chorei internamente, parece que vou sofrer as consequências no lugar do verdadeiro culpado...
Por que pensei na Lara? Bem, acho que estamos em uma situação parecida.
Olhei para minhas mãos. Me virei e voltei a sentar na cama de ferro. Como está Sofia? Ela está aqui? Nós duas morremos? Era para ter sido um dia especial. Por que isso tinha que acontecer?
Eu... Preciso sair daqui. Não quero passar o resto da minha vida - que quase perdi - presa neste lugar. Querer é diferente de poder, não tenho nada para me ajudar nesta situação.
— Sua graça, o que o trouxe aqui? — Ouvi o guarda falar, em um tom muito mais morno do que quando falou comigo.
“Sua graça”? Quem está aqui? Levantei e fui até as grades novamente e vi um homem alto de cabelos pretos de costas enquanto falava com o guarda que tinha corrido até ele igual a um cachorro.
Me assustei e dei um passo para trás quando nossos olhos se cruzaram. Foi apenas alguns segundos, mas minhas pernas tremeram. Os olhos do homem eram vermelhos, não sou uma pessoa religiosa, mas eu não pude evitar de pensar que aquela pessoa era um demônio.
Com as pernas trêmulas me afastei novamente e deitei em posição fetal na cama de ferro. Comecei a chorar, o nervosismo por não saber o que estava acontecendo, não saber quem sou, não saber onde estava... Não saber de nada estava me matando.
Inferno, eu estava no inferno? Morri e fui condenada ao inferno? Tremi um pouco quando senti alguém me olhando.
Coragem, Lorrane.
Me levantei devagar e olhei para o demônio que me encarava.
— V- você — Eu gaguejei sem conseguir esconder a tremedeira na voz. — Você é um demônio?
Silêncio. O homem pareceu surpreso demais para falar e o guarda se engasgou com a própria saliva.
— Sua bruxa! Você está fazendo perguntas sem sentido novamente. — O guarda gritou. — Perdeu seus neurônios?
Me encolhi com os gritos, e pude apenas ouvir o demônio de olhos vermelhos repreender o guarda.
— Eu não vim aqui para brincar, Lara.
Meu corpo que estava tremendo, as lágrimas que caiam dos meus olhos, meus pensamentos acelerados, tudo parou.
Lara.
Esse cara me chamou de Lara?
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Iara Drimel
Eu não conseguiria ler a continuação de um livro que não gostei. Nem para ver se o protagonista fica com quem ama de verdade
2024-11-12
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Iara Drimel
Uma boa troca de argumentos válidos sobre como não irritar o autor fazendo ele mudar o final do jeitinho que você detesta
2024-11-12
1
Iara Drimel
Se deixar pela minha única vontade o protagonista bonitão e sexy beija com luxúria a protagonista 😂
2024-11-12
1