O baile parte 1

A sala em que entrei estava vazia com um altar no meio, seguindo todo o estilo de decoração do resto do templo, a sala era branca e dourada.

Me aproximei do altar e coloquei Diana no chão. A pequena princesa sentou no chão e ficou brincando com as pulseiras que eu havia dado a ela. Enquanto eu rodava pela sala explorando.

Não tinha certeza sobre o que deveria fazer, então sentei ao lado de Diana e fiquei brincando com ela.

— Acho que eu deveria estar rezando. — Diana largou a pulseira e pegou meu cabelo. Ela estava prestes a colocar na boca quando a parei. — Oh, não faça isso. Aqui, brinca com isso.

Diana ingnorou a pulseira que eu estava tentando entregar a ela. Ela levantou e foi mexer no altar, que na verdade, estava vazio.

Apenas um bolo o quadrado, alto e brilhante sem qualquer tipo de decoração ou vela.

— Ei, não mexe aí, criança. — A puxei para trás. — Vamos acabar logo com isso.

— ... — Tentei começar a rezar, mas eu realmente não sabia nem como começar.

— Eu quero aquilo. — Diana falou do nada e apontou para o altar.

— Porque brilha? — Comecei a distrair a atenção dela, porém eu não tinha certeza se funcionária com um bebê de dois anos.

— Sim! — Diana apertou os braços na frente do corpo e sorriu. — Brilha muito, eu gosto!

— Sério? Você fala muito bem, quantos anos você tem?

— Eu... Eu tenho isso aqui. — Diana levantou três dedos da mão.

— Oh, nossa! Tudo isso? — Sorri e a peguei no colo.

— Sim! — Diana respondeu com a empolgação que só uma criança teria.

— Muito legal, e você gosta muito de coisas brilhantes?

— Humhum.

Conversei com Diana até sairmos da sala, a distraindo para que ela esquecesse do altar.

— A senhorita já terminou? — A mulheres que estavam do lado fora se aproximaram e fizeram uma roda na minha frente.

— Ãnh... Sim. — Falei e uma das moças pegou a princesa dos meus braços.

Logo depois, o mesmo grupo de mulheres que me guiaram para dentro, me levaram para fora. Chegando na casa do marquês que fica na capital, eu nem tive tempo de sentar e já fui arrastada para um banho perfumado.

Sendo arrastada de lá para cá durante grande parte da tarde, não sei dizer se o tempo passou rápido ou lento, mas a hora do baile chegou.

De frente para o espelho, eu assisti os últimos detalhes da minha roupa estavam sendo colocados. O vestido que encomendei chegou exatamente como pedi e estava lindo, ainda mais lindo do que eu esperava.

As empregadas que me arrumaram, pentearam meus cabelos com tranças pequenas e prenderam metade e deixaram a outra metade solta.

— Você está linda. — Ouvi Nestor falar assim que entrou. — E aí? Como foi a cerimônia no templo?

Ele falou e se sentou no sofá no meio do quarto. Esperei as meninas terminarem seus trabalhos e então me virei para ir sentar na poltrona perto de Nestor.

— Bem, eu acho...? Alguma chance de receber uma maldição por não rezar no templo?

Os olhos de Nestor se abriu.

— Você não rezou?! — Nestor falou e olhou ao redor, relaxando quando notou que as empregadas já haviam saído. — Sua louca e se Deus te castigar?

— Se for ter um Deus, ele não seria você? Você vai me amaldiçoar?

— O que você ficou fazendo lá?

— Literalmente nada.

Nestor ia falar algo, mas alguém bateu na porta.

— Pode entrar. — Falei e Ramon entrou.

— Ah, você está linda, Lara. — Ramon sorriu ao me ver.

— E eu? — Nestor fez uma cara emburrada e levantou girando para mostrar a sua roupa.

— Você também. — Ramon disse e então continuou. — Está na hora ir.

E hora de ir para o Palácio novamente, Suspirei internamente. Só de lembrar que vou encontrar com Daniel, já fico com dor de cabeça.

Não! Não vou pensar negatividade, pense nas coisas boas, é só pensar nas coisas boas... Como por exemplo: Vou ver Jorge, vou poder aproveitar para me aproximar da Bianca, usar o baile para limpar minha imagem... Porque a maioria das coisas boas parecem trabalho?

Chegando no baile, Ramon, o marquês e a marquesa se perderam em algum lugar do salão. Enquanto eu e Nestor fomos para um canto pouco movimentado.

— Então, qual o plano? — Perguntei.

— Que plano? — Ele falou comendo alguns cupcake.

— Como assim: "Que plano?"! Estou falando do que eu deveria fazer para melhorar minha relação com a Bianca.

— A Bianca pelo menos chegou? — Nestor falou de boca cheia e olhou ao redor. — Não precisa pensar tanto nisso. Só deixa acontecer naturalmente.

— E eu consigo fazer isso? — Falei batendo em seu ombro, eu iria falar mais, porém uma ideia surgiu na minha mente. — Ei, não deveríamos aproveitar essa noite para descobrir, pelo menos, quem são as pessoas próximas ao imperador?

— Você acha que dá?

— Por que não tentar?

Nestor abriu a boca, mas o que ouvimos foi a voz de algumas garotas.

— Então, Lara realmente se tornou madrinha da princesa? — Uma disse.

— Parece que a princesa vai sofrer, tenho pena da criança.

— Né? Antes eu até estava pensando em tentar ser a madrinha, sabe?

— O que é isso? Fofocando tão alto. — Nestor falou, não muito alto ou muito baixo.

— Vamos para outro lugar? — Perguntei, não era bom conversar sobre o futuro ou sobre um traidor perto de outras pessoas.

— Espera um pouco, quero ouvir mais sobre o... — Nestor se interrompeu do nada.

— O que foi?

Nestor apontou para o outro lado do salão.

— Quem é aquele? Não lembro de ter feito nenhum personagem assim.

Olhei para onde ele estava apontando e vi Jorge em uma roupa formal de cavaleiro, mas ele não estava usando armadura ou um capacete que cobre seu rosto.

Eu poderia não o reconhecer se não fosse pelo rosto chamativo e característico dele.

— É Jorge. — Falei sorrindo e puxei Nestor para irmos cumprimentar Jorge.

— Jorge?

— Sim, eu já falei sobre ele, lembra? Ele quem me ajudou na prisão.

— Eu meio que lembro e não lembro disso.

Assim que Jorge notou eu me aproximando, ele sorriu brilhantemente.

— Senhorita Lara! Você está muito bonita.

— Obrigada, sir Jorge também.

— Obrigado. — Ele sorriu e olhou para Nestor. — Lorde Vont Devier.

— É um prazer conhecer quem ajudou Lara. — Nestor sorriu.

Vendo a cara de Nestor, percebi imediatamente o que ele estava pensando.

Eu também sabia que o que ele estava pensando era um absurdo total.