capítulo 20

Na ilha, Isabella convocou todos os líderes aliados.

Um ritual simbólico: a coroação do novo império.

Ela vestia preto. Coroa de ferro fundido. Olhar de tempestade.

Murilo, ao lado, com a camisa aberta e a cicatriz da guerra no peito.

— Hoje nasce o novo ciclo — ela declarou. — Não somos máfia. Não somos governo. Somos lei feita na bala e justiça escrita em ossos.

Todos ergueram os punhos. Lys ajoelhou-se por livre vontade.

— Minha lealdade é sua, rainha do abismo.

Bellini entregou um anel banhado em sangue:

— Agora todos sabem. Você não lidera. Você reina.

E naquele momento, Isabella Leone tornou-se não apenas chefe… mas soberana do submundo.Amiran reagiu com fúria.

Explodiu uma das favelas que estava sob proteção do Império.

Matou crianças. Mulheres. Inocentes.

Murilo foi o primeiro a chegar.

Caminhou entre os escombros, os olhos cheios de fúria silenciosa.

Isabella chegou em seguida, ajoelhou-se diante dos corpos e murmurou:

— Que ele tenha sentido o gosto da própria fraqueza.

Ela olhou para o alto.

— Hoje, Amiran cavou a própria cova.

E ordenou:

— Viktor, rastreie o paradeiro dele. Bellini, chame os fantasmas. Murilo… prepare a guerra.Viktor descobriu que Amiran se escondia em um navio-catedral, navegando entre águas internacionais para evitar rastreio.

Isabella então planejou a operação mais ousada de todas: invadir o mar.

— Vamos afundar o inferno — ela disse.

Com apoio de submarinos clandestinos, drones aquáticos e soldados treinados, o ataque foi marcado para a noite da lua sangrenta.

— Ele acredita em presságios — comentou Lys.

— Então vamos fazer ele engasgar com o próprio destino — Isabella respondeu.

Murilo apenas murmurou:

— Quero ser o primeiro a pisar no coração daquele navio.

A tempestade ajudou. A noite parecia cuspir sangue.

O navio-catedral de Amiran era uma monstruosidade flutuante, com câmaras de tortura e salões convertidos em templos.

O ataque foi brutal.

Homem contra homem. Faca contra fé.

Murilo matou quinze sozinho. Viktor foi atingido no ombro. Lys envenenou os sacerdotes.

E Isabella?

Ela entrou no salão principal, onde Amiran a esperava, cercado por velas e ossos.

— Você é a destruição — ele disse. — Eu vi em sonhos.

— Não. Eu sou o fim dos teus pesadelos — ela respondeu, atirando direto no crânio dele.

Sem discurso. Sem misericórdia.

O império sangrava… mas não caía.

De volta à ilha, Murilo sentou-se ao lado de Isabella no trono feito de concreto e metal fundido das armas vencidas.

O mundo lá fora tentava entender quem havia vencido.

Mas para o submundo, a resposta era clara:

O Império dos Mortos reinava. E seus reis estavam vivos.

Isabella olhou para o horizonte, onde o céu nascia cinza e vermelho.

— Ainda tem muito o que queimar.

Murilo segurou a mão dela.

— Que queimem tentando nos parar.

E juntos, brindaram com sangue e vinho.

Porque aquele não era o fim.

Era só o começo.

Com Amiran morto, o silêncio era estranho demais.

— Isso não tá certo. — Lys disse. — Ele não operava sozinho.

E tinha razão.

Na noite seguinte, uma transmissão invadiu os servidores privados do Império.

Um vídeo. Som baixo. Voz distorcida:

“Amiran era só um braço. O cérebro continua vivo. E ele te conhece, Isabella Leone.”

Viktor rastreou o IP. Nada. Um sinal que pulava satélites.

Murilo rosnou:

— Isso foi um aviso.

Isabella apertou os olhos.

— Isso foi um convite.Chamavam-no de "O Orador."

Um homem (ou mulher) que nunca apareceu.

Fundador silencioso de um culto que Amiran apenas comandava por fora.

Segundo arquivos antigos trazidos por Bellini, o Orador já havia infiltrado governos, bancado guerras civis e forjado seitas desde a década de 60.

— Ele é lenda — Viktor disse. — Mas cada guerra que sangrou fundo… tem um fio puxando até ele.

Isabella sorriu, sombrio:

— Então vamos cortar esse fio. E usar pra enforcá-lo.

Murilo acendeu o cigarro:

— Se ele é o cérebro, vamos abrir o crânio.

Informações levaram a um lugar no norte do Canadá.

Uma instalação abandonada, onde “tratavam” soldados desertores durante a Guerra Fria.

Chegando lá, encontraram uma fortaleza gélida cheia de câmeras, sons gravados e cadáveres com os olhos arrancados.

— Isso aqui não é um esconderijo. É um estúdio de manipulação mental. — Viktor disse.

Em uma sala trancada, encontraram anotações.

Diagramas de Isabella. Registros dela desde a infância. Dados sobre o morro de Murilo. Sobre a máfia. Sobre tudo.

Isabella esfregou os dedos nas folhas:

— Ele nos estuda há anos.

— E agora? — Lys perguntou.

— Agora, ele vai nos conhecer de perto.

Murilo ergueu a arma:

— A guerra com Amiran foi o trailer. Isso aqui… é o filme de terror real.

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