Murilo não era homem de recuar. Se Vittorio Esposito queria se esconder nas sombras, ele o arrastaria para a luz.
— Vamos mandar um recado — ele disse, apagando o cigarro.
Isabella sorriu.
— Já tenho algo em mente.
Naquela noite, um dos aliados de Vittorio em solo brasileiro, um empresário corrupto chamado Renzo Marchetti, foi encontrado morto. Seu carro explodiu no meio da avenida principal, com um bilhete colado no painel:
“O Brasil tem dono.”
A resposta de Vittorio veio rápida.
No dia seguinte, um dos chefes do tráfico aliado a Murilo foi assassinado na porta de casa.
A guerra já não era silenciosa.
Agora, era olho por olho, sangue por sangue.
Murilo olhou para Isabella e sorriu.
— Finalmente, um inimigo à altura.
Isabella pegou sua arma e piscou para ele.
— Então vamos brincar, Rei.
O jogo mortal havia começado.
A guerra entre Murilo e Vittorio já não era segredo. O sangue derramado nas ruas provava que nenhum dos dois recuaria.
Mas, naquela noite, Murilo recebeu uma surpresa.
Um envelope preto foi deixado em sua cobertura. Dentro, havia um único convite, escrito em italiano:
"Vamos conversar. Restaurante La Notte, meia-noite. – Vittorio Esposito."
Murilo leu o bilhete e riu.
— O desgraçado quer me ver cara a cara.
Isabella pegou o convite e suspirou.
— Isso pode ser uma armadilha.
Murilo jogou o envelope sobre a mesa e sorriu.
— E desde quando eu fujo de armadilhas?
Isabella cruzou os braços, o encarando.
— Se for, eu mato ele antes de encostar um dedo em você.
Murilo segurou o queixo dela e murmurou:
— É por isso que eu te adoro, Leone.
A noite prometia ser interessante.
E Murilo ia descobrir se Vittorio era realmente um inimigo… ou apenas mais um homem prestes a cair.
Murilo chegou ao restaurante La Notte exatamente à meia-noite. O ambiente era luxuoso, discreto. Perfeito para negócios... ou assassinatos.
Vittorio Esposito já estava à mesa, bebendo um vinho caro. Quando viu Murilo, sorriu.
— Finalmente nos conhecemos, Rei do Morro.
Murilo se sentou, mantendo a mão perto da arma sob o paletó.
— Você já fez bastante barulho para chamar minha atenção. O que quer?
Vittorio tomou um gole do vinho, sem pressa.
— Negociar.
Murilo riu.
— Depois de matar um dos meus? Você acha que tem algo para me oferecer?
Vittorio sorriu, como se estivesse se divertindo.
— Tenho algo que você quer mais do que vingança... poder absoluto.
Murilo estreitou os olhos.
— Continue.
Vittorio se inclinou para frente.
— Junte-se a mim. Eu cuido dos negócios no exterior, você mantém o controle aqui. Juntos, ninguém poderá nos tocar.
Murilo ficou em silêncio por alguns segundos, analisando o homem à sua frente.
Então, ele sorriu.
— Você cometeu um erro, Vittorio.
O italiano arqueou a sobrancelha.
— E qual seria?
Murilo pegou seu copo de whisky, girando o líquido com calma.
— Você acha que eu quero dividir o trono.
O sorriso de Vittorio sumiu.
A guerra estava longe de acabar.
E Murilo nunca foi do tipo que aceitava ser sombra de alguém.
O silêncio entre Murilo e Vittorio durou poucos segundos, mas a tensão no ar parecia uma faca afiada.
Vittorio soltou um riso baixo, apoiando-se na cadeira.
— Você é um homem ambicioso, Murilo. Gosto disso.
Murilo tomou um gole de whisky e respondeu com frieza:
— Eu sou um homem que não divide nada.
Vittorio balançou a cabeça, como se já esperasse aquela resposta.
— Então temo que estamos em lados opostos.
Murilo sorriu.
— Sempre estivemos.
O italiano terminou seu vinho e se levantou, ajeitando o paletó.
— Pois bem, Rei do Morro. Se não podemos ser aliados, seremos inimigos.
Murilo também se levantou, encarando-o nos olhos.
— Já era inimigo desde o momento que tentou tomar o que é meu.
Vittorio sorriu de canto.
— Veremos quem será o verdadeiro rei dessa cidade.
Ele saiu do restaurante, deixando apenas seu perfume caro e a certeza de que a guerra estava oficialmente declarada.
Murilo pegou o celular e ligou para Isabella.
— Prepare-se, Leone. O jogo começou de verdade.
E dessa vez, não haveria prisioneiros.Murilo saiu do restaurante com um único pensamento: atacar primeiro.
Ele não esperaria Vittorio fazer o primeiro movimento. A guerra já havia começado, e ele ia jogar sujo.
Isabella o esperava na cobertura, armada e pronta.
— Como foi o jantar? — ela perguntou, irônica.
Murilo pegou uma pistola na gaveta e sorriu.
— Digamos que a sobremesa vai ser explosiva.
Naquela mesma noite, um dos depósitos de drogas de Vittorio explodiu. As chamas iluminaram o céu, enquanto os homens de Murilo dominavam o território.
A resposta de Vittorio veio ao amanhecer.
Dois dos melhores soldados de Murilo foram encontrados mortos, com um bilhete preso aos corpos.
"Se é guerra que quer, é guerra que terá."
Isabella segurou o bilhete e olhou para Murilo.
— Agora o bicho vai pegar.
Murilo sorriu de canto.
— Sempre esteve pegando.
A cidade ia se transformar em um campo de batalha.
E só um deles sairia vivo.
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Atualizado até capítulo 28
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