Murilo passou a mão na barba, pensativo. Fechar um acordo com Isabella Leone era como assinar um pacto com o próprio diabo. Mas ele gostava do jogo. Gostava do risco.
— Preciso ver essas provas — ele disse, servindo mais whisky.
Isabella pegou o celular e deslizou o dedo pela tela. Depois, estendeu o aparelho para ele. Murilo pegou e olhou atentamente.
E então, estreitou os olhos.
Nas fotos, Carlos Medina aparecia em reuniões com um velho conhecido: Rubens Andrade, um dos chefões do tráfico rival, que há anos tentava derrubar Murilo e assumir o controle do morro.
Mas não era só isso.
Entre as imagens, um rosto conhecido fez o sangue de Murilo ferver.
Fernando Rocha.
Ex-parceiro. Ex-amigo. Traidor.
Murilo entregou o celular de volta a Isabella, sem mudar a expressão. Mas por dentro, já tomava decisões.
— Isso é bom — ele murmurou.
— É o suficiente pra acabar com Medina — Isabella disse, observando cada movimento dele. — E pra te dar a chance de acabar com seu traidor.
Murilo encarou Isabella.
— Por que você tá fazendo isso?
Ela sorriu de canto.
— Negócios, Rei. Medina tá mexendo com coisas que não devia. Meu pai quer ele fora. E eu também.
Murilo segurou o copo com força.
— Isso aqui vai virar guerra.
Isabella deu de ombros.
— Então que vire. Só quero saber se você tá dentro ou não.
Murilo ficou em silêncio por um instante. Depois, bebeu o whisky de um gole só e jogou o copo sobre a mesa.
— Tô dentro.
Isabella sorriu.
— Ótimo. Porque eu já comecei a mexer as peças.
Murilo franziu a testa.
— Como assim?
Ela se levantou, pegando a bolsa.
— Medina e Rubens têm um carregamento de armas chegando no porto amanhã à noite. Se ele desaparecer, vai ser o primeiro golpe na queda deles.
Murilo riu baixo.
— Você é mais perigosa do que eu imaginava.
Isabella piscou.
— Eu sou uma Leone. A gente nasceu pro jogo.
Murilo gostava daquilo.
E gostava ainda mais da ideia de ver seus inimigos caindo um por um.
Ele pegou o celular e mandou uma mensagem para seus homens.
"Reúnam todo mundo. Amanhã, o porto é nosso."A noite caiu sobre a cidade como um véu de sombras. O porto, iluminado por luzes amareladas, estava movimentado. Caminhões iam e vinham, carregando contêineres, enquanto seguranças armados rondavam o perímetro.
Murilo e seus homens observavam de um ponto alto, escondidos na escuridão. Ao lado dele, Isabella Leone estava impecável, mesmo vestida de preto e com uma pistola na cintura.
— Eles não desconfiam de nada — Murilo comentou, olhando pelo binóculo.
— Medina acha que ninguém ousaria mexer com ele — Isabella respondeu. — Mas hoje a gente muda isso.
Murilo abaixou o binóculo e olhou para seus homens.
— Vocês já sabem o plano. Sem deixar rastro. Pegamos as armas e sumimos antes que a polícia se mova.
Os olhares determinados responderam por eles. Então, Murilo deu o sinal.
A primeira explosão sacudiu o porto. Uma bola de fogo subiu ao céu, espalhando pânico. Os seguranças correram para entender o que estava acontecendo. E foi nesse momento que Murilo e seus homens avançaram.
Tiros cortaram o ar. Gritos ecoaram entre os contêineres. Murilo se movia com precisão, disparando contra qualquer inimigo que se colocasse no caminho.
Isabella não ficou atrás. Ela se protegeu atrás de um caixote e atirou em um dos capangas de Rubens, acertando a cabeça com um único disparo certeiro.
— Você atira bem, Leone — Murilo comentou, recarregando sua Glock.
— Eu nunca erro — ela respondeu com um sorriso frio.
Os minutos seguintes foram um caos. Os capangas de Medina tentaram reagir, mas Murilo e Isabella eram rápidos, letais. Um a um, os inimigos caíam.
Até que um grito chamou a atenção de Murilo.
— Rei! Cuidado!
Murilo se virou a tempo de ver um homem apontando uma arma para ele. O tiro foi disparado.
Mas Isabella foi mais rápida.
Ela puxou Murilo pelo braço, desviando-o da bala, e atirou de volta. O inimigo caiu sem vida.
Murilo a encarou, surpreso.
— Me salvando, Leone?
Isabella sorriu.
— Eu preciso de você vivo... por enquanto.
Antes que ele respondesse, um dos seus homens apareceu correndo.
— Pegamos as armas, chefe! Tá na hora de sair!
Murilo assentiu.
— Recua! Todo mundo pro ponto de encontro!
Em minutos, os carros saíram do porto a toda velocidade, desaparecendo nas ruas da cidade.
Na madrugada silenciosa, Murilo dirigia, Isabella no banco do passageiro.
— Isso foi só o começo — ela disse, olhando para ele.
Murilo sorriu, ainda sentindo a adrenalina no sangue.
— Então que venha o resto.
E naquele momento, uma coisa ficou clara: juntos, eles eram imparáveis.
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Atualizado até capítulo 28
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