capítulo 02

Murilo passou a mão na barba, pensativo. Fechar um acordo com Isabella Leone era como assinar um pacto com o próprio diabo. Mas ele gostava do jogo. Gostava do risco.

— Preciso ver essas provas — ele disse, servindo mais whisky.

Isabella pegou o celular e deslizou o dedo pela tela. Depois, estendeu o aparelho para ele. Murilo pegou e olhou atentamente.

E então, estreitou os olhos.

Nas fotos, Carlos Medina aparecia em reuniões com um velho conhecido: Rubens Andrade, um dos chefões do tráfico rival, que há anos tentava derrubar Murilo e assumir o controle do morro.

Mas não era só isso.

Entre as imagens, um rosto conhecido fez o sangue de Murilo ferver.

Fernando Rocha.

Ex-parceiro. Ex-amigo. Traidor.

Murilo entregou o celular de volta a Isabella, sem mudar a expressão. Mas por dentro, já tomava decisões.

— Isso é bom — ele murmurou.

— É o suficiente pra acabar com Medina — Isabella disse, observando cada movimento dele. — E pra te dar a chance de acabar com seu traidor.

Murilo encarou Isabella.

— Por que você tá fazendo isso?

Ela sorriu de canto.

— Negócios, Rei. Medina tá mexendo com coisas que não devia. Meu pai quer ele fora. E eu também.

Murilo segurou o copo com força.

— Isso aqui vai virar guerra.

Isabella deu de ombros.

— Então que vire. Só quero saber se você tá dentro ou não.

Murilo ficou em silêncio por um instante. Depois, bebeu o whisky de um gole só e jogou o copo sobre a mesa.

— Tô dentro.

Isabella sorriu.

— Ótimo. Porque eu já comecei a mexer as peças.

Murilo franziu a testa.

— Como assim?

Ela se levantou, pegando a bolsa.

— Medina e Rubens têm um carregamento de armas chegando no porto amanhã à noite. Se ele desaparecer, vai ser o primeiro golpe na queda deles.

Murilo riu baixo.

— Você é mais perigosa do que eu imaginava.

Isabella piscou.

— Eu sou uma Leone. A gente nasceu pro jogo.

Murilo gostava daquilo.

E gostava ainda mais da ideia de ver seus inimigos caindo um por um.

Ele pegou o celular e mandou uma mensagem para seus homens.

"Reúnam todo mundo. Amanhã, o porto é nosso."A noite caiu sobre a cidade como um véu de sombras. O porto, iluminado por luzes amareladas, estava movimentado. Caminhões iam e vinham, carregando contêineres, enquanto seguranças armados rondavam o perímetro.

Murilo e seus homens observavam de um ponto alto, escondidos na escuridão. Ao lado dele, Isabella Leone estava impecável, mesmo vestida de preto e com uma pistola na cintura.

— Eles não desconfiam de nada — Murilo comentou, olhando pelo binóculo.

— Medina acha que ninguém ousaria mexer com ele — Isabella respondeu. — Mas hoje a gente muda isso.

Murilo abaixou o binóculo e olhou para seus homens.

— Vocês já sabem o plano. Sem deixar rastro. Pegamos as armas e sumimos antes que a polícia se mova.

Os olhares determinados responderam por eles. Então, Murilo deu o sinal.

A primeira explosão sacudiu o porto. Uma bola de fogo subiu ao céu, espalhando pânico. Os seguranças correram para entender o que estava acontecendo. E foi nesse momento que Murilo e seus homens avançaram.

Tiros cortaram o ar. Gritos ecoaram entre os contêineres. Murilo se movia com precisão, disparando contra qualquer inimigo que se colocasse no caminho.

Isabella não ficou atrás. Ela se protegeu atrás de um caixote e atirou em um dos capangas de Rubens, acertando a cabeça com um único disparo certeiro.

— Você atira bem, Leone — Murilo comentou, recarregando sua Glock.

— Eu nunca erro — ela respondeu com um sorriso frio.

Os minutos seguintes foram um caos. Os capangas de Medina tentaram reagir, mas Murilo e Isabella eram rápidos, letais. Um a um, os inimigos caíam.

Até que um grito chamou a atenção de Murilo.

— Rei! Cuidado!

Murilo se virou a tempo de ver um homem apontando uma arma para ele. O tiro foi disparado.

Mas Isabella foi mais rápida.

Ela puxou Murilo pelo braço, desviando-o da bala, e atirou de volta. O inimigo caiu sem vida.

Murilo a encarou, surpreso.

— Me salvando, Leone?

Isabella sorriu.

— Eu preciso de você vivo... por enquanto.

Antes que ele respondesse, um dos seus homens apareceu correndo.

— Pegamos as armas, chefe! Tá na hora de sair!

Murilo assentiu.

— Recua! Todo mundo pro ponto de encontro!

Em minutos, os carros saíram do porto a toda velocidade, desaparecendo nas ruas da cidade.

Na madrugada silenciosa, Murilo dirigia, Isabella no banco do passageiro.

— Isso foi só o começo — ela disse, olhando para ele.

Murilo sorriu, ainda sentindo a adrenalina no sangue.

— Então que venha o resto.

E naquele momento, uma coisa ficou clara: juntos, eles eram imparáveis.

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