capítulo 17

Dois meses depois.

Uma ilha deserta entre o Caribe e o nada. Lá estavam eles: Isabella, Murilo e Viktor.

A mansão era simples, sem luxo, mas segura. Nenhum satélite, nenhum drone, nenhuma câmera.

— Sabe qual o problema da paz? — Viktor disse, tomando um rum.

— Ela soa como o silêncio antes da guerra — Isabella respondeu.

Mas, naquela noite, eles dançaram na areia, riram como se nunca tivessem matado, e Murilo a pediu em casamento sob as estrelas.

— Você quer mesmo se casar com uma mulher que tem mais sangue nas mãos que maquiagem? — ela provocou.

— Eu te quero com suas cicatrizes, seus tiros e seu veneno.

— Então tá… mas eu não vou usar branco.

— E eu não vou usar colete.

Eles riram. E naquela noite, pela primeira vez, se amaram sem pressa.Cinco meses de paz.

O sol nascia todos os dias. A água era cristalina. O mundo acreditava que eles estavam mortos.

Mas num fim de tarde, o telefone tocou.

Só três pessoas tinham aquele número.

— Alô? — Murilo atendeu.

Silêncio.

Depois, uma voz feminina:

— Precisamos de vocês. O submundo está caindo. Sem Ardit, uma guerra começou. E vocês são os únicos capazes de decidir quem sobrevive.

Isabella pegou o telefone da mão dele.

— A gente já morreu, gata. Agora queremos viver.

— Se não nos ajudarem… tudo o que vocês construíram também vai morrer.

Isabella olhou para Murilo.

Ele suspirou.

— Vamos decidir isso amanhã?

— Não. Vamos decidir agora — ela disse.

Virou-se para o mar, jogou o telefone dentro da água, e murmurou:

— Quem quiser nos ver de novo… vai ter que sangrar por isso.

Mesmo com o telefone no fundo do mar, os sussurros da guerra encontraram um jeito de alcançá-los.

Na manhã seguinte, Viktor apareceu com um jornal.

— Eles colocaram uma recompensa pela cabeça de vocês. Duzentos milhões.

Murilo gargalhou.

— Isso é quase um elogio.

Isabella observou a manchete:

“Casal Fantasma volta a assombrar o submundo. Máfias da Rússia e da África oferecem aliança ou caçada.”

— A gente se escondeu tempo demais — ela disse, com os olhos escurecendo de novo.

— Vai voltar? — Viktor perguntou.

Ela pegou a pistola que estava enterrada na areia ao lado da espreguiçadeira.

— Não. Eu vou lembrar ao mundo por que ele tem tanto medo do meu nome.

Apesar da tensão, o casamento aconteceu.

Simples. Íntimo. Num altar improvisado à beira-mar, com Viktor como testemunha e o oceano como música.

— Promete me proteger, até mesmo de mim mesma? — Isabella perguntou.

— Prometo te amar, mesmo quando o mundo nos odiar — Murilo respondeu.

Depois do beijo, os três se sentaram em volta de uma fogueira, como guerreiros depois da batalha.

— E agora? — Viktor perguntou.

— Agora a gente não ataca — Isabella respondeu. — A gente atrai.

— Como?

Ela sorriu. Frio. Selvagem.

— A gente deixa vazar que vamos montar nosso próprio império. Quem quiser impedir… vai vir rastejando.

Murilo completou:

— E quem quiser entrar… vai ter que sujar as mãos.

Viktor ativou contatos antigos. Em menos de 10 dias, chegaram armas, tecnologia e informantes de todo o globo.

Murilo cuidou da segurança. Câmeras, minas, drones de vigilância.

Isabella montou o coração do império: uma sala com painéis, mapas, dados e nome de todos que poderiam ser aliados… ou obstáculos.

Na parede, ela escreveu com sangue seco:

“Quem controla o medo, controla o mundo.”

— Isso aqui é o início do império dos mortos. — ela declarou. — Porque nós já morremos… e voltamos.

Murilo olhou pra ela com orgulho e desejo.

— E agora, amor?

Ela o encarou com olhos que incendiaram guerras:

— Agora a gente reconstrói o submundo… do nosso jeito.

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