As coordenadas levavam ao norte da Noruega. Uma base escondida entre as montanhas, protegida pelo gelo e pelo medo.
— Quem esconde um império no meio do nada… é porque tem muito a perder — disse Viktor, juntando-se ao casal.
— Ou porque quer morrer longe do mundo — respondeu Murilo.
Eles se infiltraram por uma trilha que nem helicóptero conseguia alcançar.
Frio, escuridão e silêncio. Até ouvirem os primeiros gritos.
— Prisão. Eles têm reféns. Estão construindo uma rede de tráfico humano aqui — Isabella rosnou.
Na base, mataram doze guardas, libertaram quatro mulheres e encontraram uma sala cheia de vídeos…
Todos deles.
A estudá-los. A rastrear cada ataque, cada gesto.
— Esse cara não é só um mafioso… — disse Viktor, pegando um papel com desenhos feitos à mão. — Ele é um obcecado.
No centro do papel, um coração desenhado.
Dentro, escrito: Isabella.
O nome verdadeiro de “A” veio à tona: Ardit Krasniqi.
Herdeiro da máfia albanesa. Psicopata. Genial. Obcecado por Isabella desde os 15 anos.
— Isso não é só vingança — disse Murilo. — Isso é pessoal.
Ela estava séria. Rígida.
— Ele me viu uma vez. Quando meu pai negociou com o pai dele. Eu tinha 17. E ele disse que eu era uma deusa.
— Agora ele acha que vocês têm uma ligação — Viktor completou.
— E o que a gente faz com gente assim? — perguntou Murilo.
— Mata devagar — Isabella respondeu.
Mas quando tentaram sair da base, um drone os sobrevoou.
Na tela do drone, o rosto de Ardit apareceu por alguns segundos.
E ele disse apenas uma frase:
— Isabella, se você não for minha... ninguém mais será.
Isabella ficou em silêncio por um tempo após a ameaça de Ardit.
Na van, com o corpo coberto de sangue seco e o olhar distante, ela parecia outra.
— Ele não quer só me matar — disse, finalmente. — Ele quer me quebrar.
Murilo olhou pra ela com raiva contida.
— Ele não vai tocar em você. Eu juro.
— Não é sobre tocar, Murilo. É sobre controle.
Ela puxou o colar que sempre carregava. Dentro, um microchip.
— Eu instalei um vírus nisso. Um código. Se eu morrer… toda a rede dele vai ao chão.
Murilo arregalou os olhos.
— Você fez isso quando?
— Antes de tudo. Quando percebi que alguém estava me estudando.
— Então temos uma arma.
— Não. Temos um fim. Agora é escolher: ou ele morre… ou a gente queima o mundo com ele.
Ardit mandou mais um aviso. Uma caixa chegou na mansão francesa. Dentro, um anel.
— Isso é o anel do meu pai… — Isabella sussurrou. — Ele pegou o túmulo.
Dentro da caixa, um bilhete:
“Seus fantasmas não estão enterrados. Estão comigo.”
Murilo esmagou o anel no punho.
— Eu vou arrancar a cabeça dele com as mãos.
Eles organizaram um ataque duplo: Murilo e Viktor no sul da Itália, para destruir os últimos braços financeiros da rede de Ardit. Isabella, sozinha, seguiria para Kosovo.
— Você vai sozinha? — Viktor questionou.
— Ele quer me. Vai me ver chegando. Vai me receber como sempre quis. E aí, eu mato.
Murilo a puxou pelo braço antes da partida.
— Se algo der errado…
Ela o beijou com raiva, desejo e despedida.
— Se algo der errado, me vinga. Mas se tudo der certo…
Ela sorriu com sangue nos olhos.
— Me espera na praia.Kosovo. Uma fortaleza antiga, restaurada por criminosos e adornada como se fosse um palácio.
Isabella chegou com um vestido vermelho, sem armas visíveis, apenas o colar com o chip.
Ardit a esperava no centro da sala, cercado de arte, estátuas e cadáveres de seus inimigos.
— A deusa voltou — ele disse, se aproximando. — Tão linda quanto na primeira vez.
— E você continua um homem fraco, que precisa se esconder atrás do medo.
Ele riu.
— Você veio me matar, Isabella?
— Não. Eu vim morrer com você, se for preciso.
Ele parou. Confuso. Fascinado.
— Então me beija. Me dá o que eu sempre quis.
Ela se aproximou. Tocou os lábios dele com os dela. E num segundo…
o chip ativou.
Toda a luz caiu. Alarmes dispararam. A base começou a colapsar.
E no escuro… Isabella cravou a lâmina no peito dele.
— Você devia ter me deixado ser só uma lembrança.
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Atualizado até capítulo 28
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