capítulo 18

Com os rumores do “Império dos Mortos” se espalhando, chefes do crime ao redor do mundo começaram a se mover.

Alguns por medo. Outros por curiosidade. E uns poucos… por oportunidade.

O primeiro a chegar foi Leonardo Bellini, antigo rival de Isabella, chefe de uma facção mafiosa italiana.

— Eu vim propor aliança — ele disse, entrando na ilha com cinco homens armados.

Murilo, com uma faca na mão, sorriu:

— E trouxe o exército inteiro, é?

— Só os que não morrem fácil.

Isabella analisou o homem como quem escolhe onde vai atirar primeiro.

— Você tentou me matar três vezes.

— E falhei. Isso já me coloca um passo à frente de muitos.

Ela ficou em silêncio por um segundo, depois jogou uma taça de vinho nos pés dele.

— Quem quiser entrar no meu império… começa limpando o próprio sangue.

Bellini sorriu. Sabia que o jogo tinha mudado.As próximas semanas foram um caos calculado.

Isabella e Murilo organizaram uma operação que libertou 37 mulheres de uma rede de tráfico em Praga.

— Isso vai deixar os russos furiosos — Viktor disse.

— Ótimo. Deixem eles com raiva. Raiva traz erros — Isabella respondeu.

Eles transformaram a ilha em quartel, santuário e esconderijo.

E nas sombras, começaram a surgir simpatizantes. Criminosos que queriam quebrar o sistema, não apenas lucrar com ele.

— A gente está criando uma nova religião — Murilo comentou. — Fé baseada em medo e justiça.

Isabella apenas acendeu um charuto.

— Então queimar o mundo será o primeiro milagre.

Um convite chegou por um mensageiro mudo.

Um cartão preto, com uma rosa branca desenhada e o endereço de um antigo cassino em Viena.

— Isso é da Irmandade de Branca Rosa — Viktor falou. — Assassinos de elite. Nunca erram um alvo.

— Estão nos convidando… ou nos desafiando? — Murilo perguntou.

— Os dois.

Isabella vestiu preto. Entrou no cassino como uma rainha no próprio funeral.

Lá dentro, uma mulher esperava.

Alta, fria, belíssima.

— Eu sou Lys — disse ela. — E vim fazer um acordo com a mulher que matou um deus.

— Então senta. Mas se tentar me enganar, vai sair daqui em pedaços.

— Justo. Porque se você me enganar… — Lys sorriu. — Eu vou destruir seu mundo de dentro pra fora.

Isabella ergueu a taça.

A noite com Lys foi uma dança de palavras afiadas.

Enquanto Murilo observava de longe, com o dedo no gatilho, Isabella jogava o jogo da sedução e do poder com maestria.

— Você matou Ardit — Lys disse. — E eu queria matá-lo desde que ele matou minha irmã.

— Então estamos empatadas no ódio — Isabella respondeu, enchendo novamente as taças.

— Eu te ofereço minha rede de espiões. Informações. Silêncio. Mas quero acesso ao centro do seu império.

Murilo franziu o cenho. Isabella não hesitou.

— Você terá acesso… mas não poder. Aqui, só eu e meu marido decidimos.

Lys sorriu.

— Marido. A palavra mais perigosa já inventada.

Isabella piscou com ironia.

— Mais perigosa ainda quando ele é dono do morro.

Murilo voltou para o Brasil. Pela primeira vez desde que desapareceu do mapa.

O morro estava um caos. Facções disputando cada viela, policiais corruptos vendendo guerra.

Mas quando o boato correu que o Rei voltou, tudo parou.

— Murilo tá vivo. E voltou com sede de sangue — diziam os rádios da comunidade.

Ele subiu até o topo, cercado de olhares.

Lá de cima, com o céu alaranjado atrás dele, ele falou:

— Eu deixei isso aqui na mão de vermes. Agora é meu de novo. Quem quiser paz… vem comigo. Quem quiser guerra… morre antes de piscar.

Em dois dias, a favela voltou a ter ordem. Porque quando o dono do morro fala, ninguém respira errado.

Enquanto Murilo pacificava com ferro e fogo, Isabella recebia uma carta que cheirava a sangue e religião.

Selada com cera preta e o símbolo de uma cruz invertida.

— Isso é do Papa Negro — Viktor disse. — O líder de uma seita que controla cultos, tráfico de armas e feitiçaria urbana.

— Nunca acreditei em feitiços — Isabella respondeu.

— Ele acredita. E ele quer você num ritual de união. Diz que você é a reencarnação da destruidora prometida.

Isabella riu, cínica.

— O que esse povo tem com reencarnação? Eu sou só uma mulher com raiva.

— Então o que responde?

Ela rasgou a carta ao meio.

— Eu sou uma rainha de carne. Quem quiser meu poder… que me enfrente com pólvora, não rezas.

— Brindemos à confiança entre monstros.

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