capítulo 14

O primeiro ataque aconteceu dentro de um prédio antigo restaurado por Vittorio.

Murilo e Isabella colocaram explosivos em três andares. A explosão foi precisa e simbólica: destruiu o projeto que Vittorio usava como fachada e matou sete albaneses.

Foi um recado claro: "Chegamos."

No mesmo dia, uma mensagem anônima chegou ao celular de Isabella.

"Barcelona é grande, Leone. Mas não maior que o buraco onde vou enterrar vocês dois."

Ela mostrou a mensagem a Murilo.

Ele apenas sorriu.

— Que ele traga o mundo todo. Eu quero deixar sangue em cada canto dessa cidade.

Naquela noite, Murilo e Isabella se armaram como se fossem entrar numa guerra santa.

Porque no fundo, era isso mesmo.

Uma cruzada sangrenta… contra um demônio vestido de terno.

Murilo e Isabella se instalaram em uma antiga fábrica de armas desativada nos arredores de Barcelona.

Transformaram o lugar em uma fortaleza.

— Ele vai tentar atacar a gente aqui — Isabella disse. — É previsível.

Murilo olhou ao redor.

— Ótimo. Quero que ele venha. Quero que ele me olhe nos olhos antes de morrer.

Naquela noite, seis carros se aproximaram em silêncio. Homens mascarados, armados até os dentes, cercaram o galpão.

Mas Murilo e Isabella estavam esperando.

— É agora — sussurrou ela, puxando a arma.

O tiroteio foi feroz, brutal, claustrofóbico.

Murilo matou oito. Isabella, sete.

Do lado de fora, corpos espalhados. Do lado de dentro, nenhum arranhão neles.

— Isso foi só o aperitivo — disse Isabella, limpando o sangue da lâmina.

Murilo chutou o corpo de um albanês e pegou o rádio dele.

— Vittorio… ainda tá ouvindo, seu verme? Eu tô vindo por você. E vou arrancar seu coração com as mãos.

Do outro lado da cidade, Vittorio arremessou o celular contra a parede.

— Eles estão me envergonhando! — rugiu, esbofeteando um dos capangas. — Matem eles! Contratem o que for preciso!

Mas um de seus homens se aproximou.

— Senhor… tem algo que o senhor precisa ver.

Ele entregou uma pasta. Dentro, fotos.

Fotos do passado.

Isabella criança. Murilo criança. Juntos. Na mesma vila da Itália.

— Mas isso… — Vittorio arregalou os olhos. — Eles… eram da mesma aldeia que minha família.

Uma lembrança corroeu sua mente: a noite em que um incêndio tomou tudo.

E ele viu aquelas crianças escaparem pelas sombras.

— Não pode ser…

O passado voltava como um fantasma, e pela primeira vez, Vittorio sentiu medo real.

Porque talvez... eles não estavam lutando apenas por vingança.

Talvez fosse destino.

Murilo caminhava pela fábrica silenciosa, a pasta de documentos nas mãos. Svetlana a havia entregue poucas horas antes, depois de interceptar uma entrega de Vittorio.

Isabella folheava os papéis ao lado dele.

— Isso aqui… são certidões de nascimento.

— Nossos nomes estão aqui, Leone. Meu nome real, antes da favela. O nome que eu nem lembrava.

Ela passou os dedos pelas fotos, tremendo.

— Eu… eu lembro dessa casa. Não inteira. Mas... esse corredor. Esse jardim.

Murilo parou diante dela.

— A gente se conhecia antes de tudo isso. Antes da máfia, antes do morro.

Ela levantou os olhos, em choque.

— A gente cresceu juntos.

Murilo assentiu, com a voz rouca.

— E Vittorio estava lá. Ele foi o responsável pelo incêndio. Ele destruiu tudo.

Isabella apertou os punhos, os olhos em chamas.

— Então agora não é mais só vingança.

Ela o olhou com uma fúria sagrada.

— Agora é justiça de sangue.Do alto de um prédio no centro de Barcelona, Vittorio observava a cidade com um copo de vinho na mão.

Seus olhos estavam vermelhos. Seu rosto, mais velho. A lembrança da vila o assombrava.

— Eles são os fantasmas que eu não enterrei — murmurou.

Um dos seus homens se aproximou.

— Senhor, temos outra chance de atacar. Identificamos a localização exata deles.

Vittorio permaneceu em silêncio. Depois, falou baixo:

— Prepare tudo. Mas eu quero eles vivos.

— Vivos? — o segurança estranhou.

— Sim. Quero olhar no rosto deles antes de apagar tudo de novo.

Enquanto isso, Murilo e Isabella terminavam de preparar a próxima ofensiva.

— Vamos atacar onde ele é mais forte — disse Murilo. — O hotel que ele usa como base.

Isabella sorriu com frieza.

— Vamos entrar pelo esgoto, subir pelo inferno... e trazer o céu em chamas com a gente.

A guerra estava prestes a alcançar seu clímax.

E nenhum dos três sairia o mesmo disso.

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