Com o morro em paz sob o comando de Murilo e a ilha blindada por novos aliados, Isabella sentia o império tomando forma.
Mas no silêncio da noite, uma lembrança antiga voltou: O Irmão de Ardit.
Desaparecido há anos, muitos diziam que ele estava morto. Outros, que se escondeu entre mosteiros e matadouros.
Viktor trouxe a notícia:
— O nome dele é Amiran. Não quer vingança. Quer o trono. E tá montando um exército de fanáticos.
— Fanáticos morrem mais fácil. — Isabella respondeu.
— Não esses. Eles se queimam vivos em nome dele.
Murilo olhou pra esposa.
— Se ele é louco, vai ser imprevisível.
Isabella se levantou, amarrando o cabelo:
— Ótimo. Eu sempre gostei de matar alguém que sorri antes de sangrar.
O ataque veio de helicóptero, em pleno pôr do sol.
Lys foi a primeira a gritar:
— INIMIGOS NO CÉU!
Murilo puxou Isabella e correu pro bunker. Mas ela parou.
— Não. Esse é o nosso império. Aqui, a gente não foge.
Com a metralhadora na mão, Isabella subiu o morro da ilha, onde estavam os canhões de defesa.
— Fogo nos céus! — gritou ela.
O primeiro helicóptero caiu, em chamas.
O segundo derrubou parte da estrutura, matando cinco aliados.
Isabella foi até os corpos, pegou a bandeira preta que tremulava ali e rasgou.
— Agora é guerra.
E quando virou de costas, o céu escureceu ainda mais. Outro helicóptero… e Amiran apareceu pela primeira vez.
De máscara. Sem fala. Mas com um olhar que atravessava pele.
Ela sussurrou:
— Você quer o império? Vai ter que engolir cada osso dele.Naquela noite, após o ataque, o clima era de luto e ódio.
Isabella reuniu os chefes das alianças: Lys, Bellini, Viktor, e o coronel dos favelados de Murilo.
— O que vamos fazer? — Bellini perguntou.
Isabella se serviu de vinho, sentou-se e disse calmamente:
— Vamos mandar um presente ao Amiran.
— Que tipo de presente? — Lys quis saber.
Ela ergueu os olhos, frios como lâminas.
— O coração de um dos seguidores dele. Dentro de uma caixa de prata.
Viktor sorriu, doentio.
— Acha que isso vai parar ele?
— Não. Vai mostrar que nós somos mais do que reis e rainhas… somos o que vem depois do fim.
Murilo completou:
— E quem quiser sentar no nosso trono… vai ter que comer na nossa mesa feita de cadáver.
O plano foi simples. Brutal.
Capturaram um dos fanáticos de Amiran, o “pregador das chamas”, que incitava suicídios coletivos em nome do novo deus.
Murilo fez o trabalho sujo.
Sem piedade. Sem pressa.
O corpo foi devolvido com uma caixa de prata reluzente, envolta em seda negra, entregue por drone até o topo da catedral onde Amiran se escondia.
Dentro, o coração ainda pulsava.
Um bilhete junto dizia:
“Se quiser meu trono, venha de joelhos.
— I. Leone”
Lys, ao ver a gravação da entrega, sorriu:
— Isso é mais que guerra. Isso é arte.
Isabella tragou o cigarro com calma:
— Isso é só o começo.Dias depois, Amiran respondeu.
Não com palavras. Com terror.
Um dos aliados de Murilo — comandante da fronteira africana — foi entregue amarrado numa cruz no meio da ilha.
Vivo. Cortado com faca cega.
Morto horas depois, em câmera lenta, transmitido pela dark web.
Isabella assistiu até o fim. Sem piscar.
— Ele quer brincar com medo. — disse Viktor.
— Então vamos ensinar a ele o que é pavor de verdade. — respondeu Murilo.
— Como?
Isabella puxou um mapa e apontou:
— Ele tem sete bases. Vamos invadir duas ao mesmo tempo. E explodir a terceira… com ele assistindo.
As operações começaram à meia-noite.
Dois ataques coordenados. Um no Marrocos, outro na Hungria.
Tudo rápido. Letal.
Enquanto isso, Isabella aparecia ao vivo numa transmissão secreta. Ela estava diante de uma pilha de ossos.
— Amiran, você gosta de símbolos? Eu também. — ela disse, sorrindo.
Formou com os ossos uma palavra: “Leone”.
— Cada letra é um soldado seu. Cada osso, uma lembrança de que não há paz onde eu caminho.
E antes de encerrar, disse olhando direto para a câmera:
— Quando eu terminar, ninguém mais vai lembrar do seu nome. Só do meu.
E desligou.
O império estava selando o trono com sangue.
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Atualizado até capítulo 28
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