capítulo 12

No vídeo, Murilo encarava a câmera, enquanto Marcelo Franchi tremia na cadeira, amarrado e ensanguentado.

— Vittorio… — Murilo começou, acendendo um cigarro. — Você achou que podia brincar comigo e sair ileso?

Ele puxou a fumaça e soltou devagar.

— Você tirou meus homens. Agora, eu tiro os seus.

Marcelo tentou falar, mas Isabella, que estava fora da câmera, colocou uma faca contra seu pescoço.

— Vittorio… eu sempre disse que você era arrogante demais — a voz dela soou fria.

Murilo olhou diretamente para a câmera.

— Isso aqui é só o começo. Você escolheu esse jogo, e eu vou jogar até você não ter mais peças no tabuleiro.

Sem hesitar, ele puxou o gatilho.

Marcelo Franchi caiu morto.

O vídeo foi enviado para Vittorio com uma única mensagem anexada:

“Agora é sua vez.”

A guerra não tinha mais volta.

E Murilo queria ver até onde Vittorio estava disposto a ir.

O vídeo da execução de Marcelo Franchi foi um golpe direto em Vittorio.

Naquela mesma noite, a resposta veio.

Três pontos de Murilo foram atacados ao mesmo tempo.

Bares incendiados. Dinheiro roubado. Homens mortos.

Murilo analisou os relatórios enquanto tragava um cigarro.

— O italiano surtou — ele comentou, sem demonstrar preocupação.

Isabella observava a cidade pelas janelas da cobertura.

— Ele não pode nos vencer no jogo da paciência. Então, está tentando nos levar ao caos.

Murilo sorriu.

— Então vamos dar um motivo real pra ele enlouquecer.

Ele pegou o telefone e fez uma única ligação.

Na madrugada seguinte, o cassino clandestino de Vittorio foi reduzido a cinzas.

A cidade virou um campo de guerra.

E não havia mais regras.Murilo sabia que Vittorio não ia parar. Mas ele também não.

Com o cassino do italiano reduzido a cinzas, a guerra esquentou ainda mais. Era um ataque por outro, sem tempo para respirar.

Mas Isabella percebeu algo.

— Ele está testando seus limites, Murilo. Vittorio quer te forçar ao erro.

Murilo tragou o cigarro, pensativo.

— Então vamos fazer ele achar que conseguiu.

O plano foi simples: Murilo espalhou a informação de que estaria em uma casa segura, sozinho. Uma armadilha para atrair Vittorio.

Naquela noite, os homens do italiano invadiram o local.

Mas quem estava esperando não era Murilo.

Era Isabella.

Sozinha, ela eliminou cada um deles. Sangue escorria pelo chão enquanto ela limpava a lâmina da faca.

— Achou mesmo que poderia pegar o Rei desprevenido, Vittorio?

Ela tirou uma foto dos corpos e enviou diretamente para o italiano com uma mensagem curta:

“Errou o alvo. Tenta de novo.”

Murilo riu ao ver a resposta de Vittorio: um áudio onde ele apenas rosnava de raiva.

A caça continuava.

Mas agora, o caçador e a presa estavam trocando de lugar.

Murilo e Isabella estavam vencendo. Vittorio estava ficando sem opções.

Mas todo jogo tem consequências.

Naquela madrugada, um de seus aliados mais antigos, Nando, foi sequestrado.

Um vídeo chegou ao telefone de Murilo.

Nando, amarrado e ensanguentado, com Vittorio ao lado, segurando uma faca.

— Você quis brincar comigo, Murilo — a voz do italiano era fria. — Agora, vou mostrar o preço dessa guerra.

Murilo cerrou os punhos.

BANG!

O tiro ecoou no vídeo. Nando caiu morto.

A tela escureceu, mas uma última mensagem apareceu:

“Isso é só o começo.”

Isabella viu a fúria nos olhos de Murilo.

— Ele quer que você perca o controle — ela avisou.

Murilo pegou sua arma e a girou entre os dedos.

— Então ele vai descobrir o que acontece quando eu paro de jogar limpo.

Agora não era mais sobre poder.

Era sobre vingança.A morte de Nando foi a gota d’água.

Murilo não queria mais só vencer. Ele queria fazer Vittorio sofrer.

— Quero ele quebrado antes de morto — disse aos seus homens.

O plano foi cruel.

Primeiro, Murilo descobriu onde morava a amante secreta de Vittorio.

Ela desapareceu na mesma noite.

Depois, atacou os depósitos de armas do italiano, deixando apenas um recado:

"Você começou isso. Eu vou terminar."

Quando Vittorio tentou reagir, descobriu que seus próprios aliados estavam mudando de lado.

Murilo estava comprando todo mundo.

Vittorio percebeu tarde demais. Estava cercado.

Naquela noite, ele recebeu um presente na porta de casa:

A cabeça do seu braço-direito, servida em uma bandeja de prata.

Junto, um bilhete escrito à mão:

"Agora estamos quites. Mas só por enquanto."

Murilo tinha acabado de mostrar porque era chamado de Rei.

E Vittorio finalmente entendeu… ele estava lutando contra um monstro.

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