capítulo 08

Nos dias seguintes, Murilo e Isabella continuaram jogando xadrez um com o outro. O poder estava ali, ao alcance de ambos, e nenhum queria ceder.

Foi então que Murilo recebeu uma notícia inesperada.

— Tem um grupo tentando fechar um acordo com os colombianos — um de seus homens informou.

Murilo franziu a testa.

— Quem?

O homem hesitou antes de responder:

— Parece que Isabella está envolvida.

O silêncio pesou no ambiente. Murilo apagou o cigarro e se levantou.

— Isso ainda não prova nada. Mas se for verdade…

Ele não precisou completar a frase. Todos sabiam o que acontecia com traidores.

Agora, ele precisava descobrir a verdade.

E decidir se Isabella Leone ainda era sua aliada ou sua maior ameaça.

Murilo não podia simplesmente atacar Isabella sem provas. Ele precisava de certezas antes de tomar uma decisão.

Então, colocou um dos seus homens para segui-la.

O relatório veio rápido: Isabella realmente estava se reunindo com um grupo colombiano. Mas o que ninguém sabia era o motivo.

Naquela mesma noite, Murilo invadiu a cobertura dela sem avisar. Encontrou-a servindo uma taça de vinho, como se já o esperasse.

— Achei que ia demorar mais pra vir tirar satisfação — ela provocou.

Murilo fechou a porta atrás de si e a encarou.

— Você tá jogando dos dois lados, Leone?

Ela sorriu e deu um gole no vinho.

— Eu estou garantindo que, independente de quem vença, eu não perco.

Murilo riu, mas seus olhos estavam frios.

— Isso é esperto. Mas também pode ser suicida.

Ela se aproximou, encarando-o de perto.

— Eu nunca erro uma jogada, Murilo.

Ele segurou o rosto dela, o polegar roçando seu queixo.

— Veremos.

A tensão entre eles aumentava.

Mas a pergunta continuava no ar: Isabella estava realmente traindo Murilo ou havia algo maior por trás?

E se ele estivesse errado, como ela reagiria ao descobrir que estava sendo vigiada?Murilo saiu da cobertura de Isabella sem respostas claras. Ela era boa demais em esconder suas verdadeiras intenções.

Mas naquela mesma noite, recebeu uma mensagem anônima.

"Ela não está contra você. Está eliminando seus inimigos nas sombras."

Murilo franziu a testa.

Se Isabella estava fazendo acordos com os colombianos, mas não para traí-lo, então qual era seu real objetivo?

Ele precisava descobrir antes que fosse tarde demais.

E, acima de tudo, precisava decidir:

Confiaria em Isabella Leone ou a eliminaria antes que ela pudesse puxar o gatilho primeiro?

O jogo ainda estava em andamento.

E a rainha do tabuleiro era imprevisível.Murilo não podia mais ignorar. Isabella estava jogando um jogo nas sombras, e ele precisava entender as regras antes que fosse tarde demais.

Decidiu confrontá-la diretamente.

— Você está fazendo acordos com os colombianos — ele disse, entrando na cobertura dela sem ser anunciado.

Isabella nem se virou. Apenas serviu uma taça de vinho e sorriu.

— E se estiver?

Murilo se aproximou, segurando o queixo dela.

— Se estiver contra mim, sabe o que acontece.

Ela não recuou, apenas o encarou com aqueles olhos desafiadores.

— Você tem certeza de que sou sua inimiga?

Murilo hesitou. Algo dentro dele dizia que Isabella estava escondendo algo, mas não era traição.

— Me diga a verdade, Leone.

Ela pegou o celular e jogou sobre a mesa.

— Medina tinha uma rede de aliados muito maior do que imaginávamos. Se eu não tomasse a frente, esses traficantes iam fechar com outra pessoa.

Murilo pegou o celular e viu mensagens trocadas com os colombianos. Isabella não estava traindo. Ela estava negociando para garantir que ninguém mais subisse ao topo.

Ele sorriu, balançando a cabeça.

— Você nunca joga para perder, né?

Isabella se aproximou, sussurrando em seu ouvido.

— E você gosta disso.

Murilo riu. Sim, ele gostava.

Mas sabia que um dia, essa mesma qualidade poderia ser sua ruína.Murilo e Isabella estavam perigosamente próximos. O jogo de poder entre eles era intenso, mas havia algo mais forte no ar: uma tensão que nenhuma negociação poderia esconder.

— Você me testou, Murilo — Isabella sussurrou.

Ele segurou sua cintura com força.

— E você me escondeu a verdade.

Os olhos dela brilharam com diversão.

— Porque eu queria saber até onde você iria contra mim.

O silêncio foi cortado por um único movimento. Murilo a puxou e a beijou com intensidade, como se aquela fosse a única maneira de estabelecer quem realmente mandava.

Mas Isabella não era uma mulher que aceitava ser dominada. Ela retribuiu com a mesma intensidade, mordendo o lábio dele antes de sussurrar:

— Cuidado, Murilo. Eu ainda posso ser sua maior fraqueza.

Ele sorriu de canto.

— Ou minha maior arma.

Naquele momento, um pacto foi selado. Eles não eram apenas aliados. Eram fogo e pólvora, prontos para explodir a cidade juntos.

Mas o amor no mundo deles nunca vinha sem consequências.

E alguém já estava observando, planejando acabar com essa união antes que se tornasse invencível.

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