O carro cortava as ruas escuras da cidade, indo em direção ao esconderijo de Murilo. Isabella ajeitou a pistola na cintura, ainda sentindo o cheiro de pólvora na pele.
— Você dirige bem — ela comentou, olhando de canto para ele.
Murilo riu baixo, os olhos ainda atentos na estrada.
— E você atira melhor do que muita gente que eu conheço.
Ela sorriu.
— Eu aprendi com os melhores.
O silêncio se instalou por alguns segundos. Mas antes que pudessem chegar ao destino, Isabella percebeu algo pelo retrovisor.
— Tem um carro seguindo a gente.
Murilo olhou rapidamente pelo espelho. Um sedan preto mantinha a mesma velocidade deles, sem ultrapassar.
— São deles — ele murmurou.
Ele acelerou. O carro de trás fez o mesmo.
— Segura — ele avisou.
Em um movimento rápido, Murilo girou o volante, entrando em um beco estreito. O sedan tentou seguir, mas foi bloqueado por um caminhão que passava.
Murilo e Isabella saíram do carro.
— Eles vão tentar dar a volta — Isabella disse. — Precisamos sair daqui.
Murilo pegou a arma e acenou com a cabeça.
— Vem comigo.
Os dois correram pelo beco, subindo por uma escada de incêndio até o topo de um prédio. De lá, puderam ver dois homens descendo do sedan, armados.
— Medina mandou os cães atrás da gente — Isabella murmurou.
Murilo apontou a Glock, mirando no primeiro deles.
— Então vamos ensiná-los a não morder.
Dois tiros ecoaram na noite. Um dos homens caiu na hora. O outro tentou se esconder, mas Isabella já tinha sacado sua arma.
— Vai dormir, querido.
Um único disparo.
Silêncio.
Murilo guardou a arma e olhou para Isabella.
— Você se diverte com isso, né?
Ela sorriu, passando a mão no cabelo.
— E você não?
Murilo riu.
— Acho que a gente vai se dar muito bem, Leone.
Ela piscou.
— Eu não teria tanta certeza, Rei.
Eles desceram do prédio e entraram no carro. Tinham acabado de vencer a primeira batalha.
Mas a guerra estava só começando.O esconderijo de Murilo ficava em uma casa discreta no alto do morro, longe de olhares curiosos. Assim que entraram, ele pegou uma garrafa de whisky e serviu dois copos.
— Precisamos planejar o próximo passo — ele disse, entregando um copo a Isabella.
Ela pegou sem hesitar, bebendo um gole antes de encará-lo.
— Medina já sabe que mexemos com ele. Ele não vai deixar barato.
Murilo assentiu.
— Então temos que agir antes.
Ele pegou um cigarro, acendendo devagar. Isabella o observava com atenção.
— Você já tem um plano, não tem? — ela perguntou.
Murilo soltou a fumaça e sorriu de canto.
— Vamos fazer Medina acreditar que tem um traidor entre os próprios homens.
Isabella arqueou a sobrancelha.
— Intrigante. Como pretende fazer isso?
Murilo pegou o celular e abriu uma foto.
— Esse é o Rodolfo Ventura, segurança pessoal de Medina. Ele já andou reclamando do salário baixo e da falta de reconhecimento.
Isabella entendeu na hora.
— Vamos plantar provas contra ele.
Murilo sorriu.
— Exatamente. Quando Medina começar a desconfiar dos próprios aliados, ele vai baixar a guarda. E é aí que acabamos com ele.
Isabella pegou o copo de whisky e brindou com ele.
— Você realmente pensa como um rei.
Murilo bebeu, olhando para ela.
— E você, como uma rainha.
A tensão no ar era palpável. Mas naquele momento, o que importava era o jogo que estavam prestes a ganhar.
A guerra estava esquentando.
E eles estavam prontos para queimar tudo.
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Atualizado até capítulo 28
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