capítulo 15

O corpo de Vittorio caiu lentamente, como se o peso de décadas de sangue estivesse finalmente desabando.

Murilo se aproximou e chutou o copo de vinho.

— Fim de jogo.

Eles colocaram explosivos em todo o andar e saíram pelos fundos.

Às 3h da manhã, o hotel explodiu em uma sequência brutal de fogo e vidro.

Barcelona acordou em chamas.

Na TV, a notícia era: “Ataque terrorista? Acerto de contas?”

Mas pra eles, era só o fechamento de um ciclo.

No alto de um prédio, observando a fumaça no horizonte, Isabella acendeu um cigarro.

— E agora?

Murilo olhou pra ela.

— Agora a gente some.

— Pra onde?

Ele sorriu.

— Qualquer lugar onde ainda não sejamos lenda.

Três meses depois...

No sul da França, uma mansão afastada escondia dois fantasmas.

Murilo cultivava uvas. Isabella pintava quadros estranhamente sombrios.

Mas à noite, entre taças de vinho e sexo selvagem, eles ainda lembravam o gosto da guerra.

— Sente falta? — ela perguntava às vezes.

— Não — ele respondia. — Mas sinto falta de matar por você.

Ela sorria.

Porque sabia que, em algum canto do mundo, alguém ainda tentaria caçá-los.

E quando isso acontecesse...

Eles voltariam. Mais cruéis. Mais precisos. Mais letais.

Porque Murilo e Isabella nunca deixaram de ser monstros.

Apenas aprenderam a dormir um pouco.

A paz na mansão da França foi interrompida numa madrugada abafada.

Murilo acordou com o cheiro de pólvora no ar. Levantou num pulo, puxando a arma da gaveta.

— Tão cedo? — murmurou, abrindo a cortina.

No jardim, um bilhete preso a uma flecha fincada na terra.

“Nem a França vai esconder o que vocês fizeram. – A.”

Isabella apareceu na porta, de camisola e uma pistola na mão.

— Ele mandou carta?

— Não é o Vittorio. É outro.

Ela leu o bilhete e franziu o cenho.

— A máfia albanesa… não esquece.

Murilo respirou fundo.

— Então vamos dar a eles algo impossível de esquecer.

Em menos de 48 horas, a mansão virou um bunker.

— Chamamos Svetlana? — perguntou Isabella.

— Ela está na Alemanha. Mas mandou reforço — respondeu Murilo.

Na noite seguinte, um carro preto estacionou na entrada. De dentro, saiu um homem alto, elegante, e com cicatrizes no rosto.

— Me chamam de Viktor. Eu vim pra brincar com vocês.

— Você mata? — Isabella perguntou.

— Melhor: eu caço.

Eles entregaram os mapas, fotos dos novos inimigos, rotas de fuga e alvos estratégicos.

Isabella olhou os dados e murmurou:

— Eles têm base em Marselha.

Murilo encheu o carregador da Glock.

— Hora de esculpir novas lendas na costa francesa.

Marselha estava em festa por conta de uma celebração cultural.

Perfeito para se infiltrar.

Murilo foi com Viktor pelo subterrâneo da cidade. Isabella se disfarçou de jornalista estrangeira.

À meia-noite, eles se encontraram no porto velho.

— Aquela mansão é deles — apontou Viktor. — Tráfico, armas, mulheres. Tudo passa por ali.

— Então a gente vai afundar esse império hoje — disse Isabella.

Eles invadiram a mansão como um corte de navalha: silencioso, rápido, mortal.

Quatorze mortos. Dois reféns libertos. Cinco contêineres queimados.

No final da noite, Marselha assistia as chamas subirem pelo céu.

Murilo beijou Isabella no meio dos escombros.

— A gente disse que ia sumir.

Ela riu, encostando a testa na dele.

— E a gente mentiu.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!