O vento frio de janeiro cortava lá fora, anunciando que o inverno em Istambul não seria nada gentil. Eu dobrei mais um casaco e o coloquei na mala, enquanto minha mãe, ao meu lado, organizava as roupas com precisão quase militar.
— Você pegou suas luvas? — ela disse, sem desviar os olhos do que fazia.
— Sim, mãe. — Suspirei, rindo de sua preocupação. — E o cachecol também.
Ela concordou, satisfeita, antes de se virar para a mala, onde vários pacotes de presentes estavam organizados. Peguei um dos embrulhos e deslizei os dedos pelo papel dourado lendo o nome da minha sogra nele, tudo exalava luxo e cuidado e eu amava o capricho da minha mãe.
— Tudo isso para a família do Andrei?
Minha mãe sorriu.
— Sua avó e seu avô claro, e também os pais dele. — Ela separou as caixas com calma. — Alice e Akif, Selin e Baran… Os serviçais, todos merecem presentes.
Eu sorrio ao ouvir aqueles nomes. Alice e Akif, eles eram a definição perfeita de um casal que se equilibrava — ela doce e encantadora, ele um verdadeiro protetor, incapaz de deixar qualquer ameaça se aproximar dela. Foram feitos um para o outro. Já Selin e Baran, seus filhos, herdaram a força dos pais e um senso de lealdade inabalável.
Peguei um pequeno embrulho e arqueei a sobrancelha.
— É para Isadora?
Minha mãe assentiu, pensativa.
— Algo especial. Ela é jovem, está crescendo cercada de proteção e carinho. Além de ser uma menina especial e irmã da Alana.
Cruzei os braços, tudo sempre era como se a menina dependesse totalmente dos homens, sendo que no mundo fora da máfia as mulheres vivem vidas normais.
— Então ela vai precisar ficar escondida lá até que Baran a possa salvar?
— Ela teve a opção de ser treinada, mas cada um nasce com uma vocação para algo. — ela respondeu com paciência. — Mas você sabe como é a nossa cultura. Amor e proteção caminhamos juntos.
Suspirei, compreendendo.
— Eu só… acho difícil imaginar isso. Viver sempre a sombra de um homem.
Minha mãe parou o que fazia e me encarou com um olhar sábio.
— Eu entendo seu espírito livre, Aylla, mas lembre-se: o homem, por natureza, é fisicamente mais forte. E confiança demais pode nos fazer cometer erros.
Soltei uma risada baixa.
— Você está dizendo que sou teimosa.
Ela somente sorriu.
— Estou dizendo que, às vezes, precisamos aceitar que nem tudo pode ser enfrentado por uma mulher, Andrei vai estar ao seu lado, nem a sua frente, nem atrás, mas andarão juntos, complementarão um ao outro assim como eu e seu pai.
Eu ia responder, mas, antes que pudesse, a porta se abriu e meu pai entrou no quarto.
Antony Mansur sempre foi um homem imponente. Mas, ali, ao olhar para minha mãe, seus olhos suavizaram de um jeito que aquecia meu coração. Ele se moveu, pousando uma das mãos na cintura dela e a puxando para um beijo rápido, como se o mundo ao redor simplesmente desaparecesse.
Observei a cena, sorrindo.
Mais de quarenta anos de vida e aquele amor ainda era vivo, intenso, como se fizesse acabado de se apaixonar.
Suspirei, pensando no homem que, agora, era meu noivo.
Andrei.
A vontade de vê-lo cresceu dentro de mim, aquecendo meu peito como um fogo intenso. Fechei os olhos por um instante, sentindo a saudade apertar. Logo, estaríamos juntos.
E eu mal podia esperar.
Encostei a cabeça no banco do carro e seguimos. Peguei o celular e tirei uma foto rápida — olhando para a rua — antes de enviá-la para Andrei, junto com uma mensagem.
“Estou ansiosa.”
A resposta veio quase imediatamente.
"Já estamos quase chegando, solnishko. Te aguardarei lá."
Sorri ao ler suas palavras. Meu pequeno sol. A forma carinhosa como ele me chamava aqui meu peito de uma forma que eu mal conseguia explicar.
Chegamos e logo me ajeitei na poltrona, tentando diminuir a inquietação dentro de mim. A verdade era que eu ansiava por aquele abraço. O calor do seu corpo ao redor do meu, a forma como seus braços sempre serão o meu refúgio seguro.
Diferente das herdeiras de um Don, eu não preciso manter uma postura intocável e distante. Meus pais, mesmo sendo poderosos, tinham uma mentalidade flexível quanto ao namoro, beijos e carinhos. Eles confiavam em mim e na minha capacidade de tomar decisões.
Claro, eu sabia que minha virgindade era um tesouro a ser guardado. Mas isso não é um impecilho para que eu não pudesse aproveitar a liberdade que tinha — sem abusar dela.
E com Andrei… tudo era diferente. A química entre nós era elétrica, intensa. Mas, ao mesmo tempo, havia respeito. Ele sabia exatamente até onde poderia ir.
Fechei os olhos e suspirei, sentindo um sorriso se formar nos meus lábios.
Logo, eu estaria nos braços dele. E eu mal poderia esperar.
Quase três horas passaram e suspirei animada quando vi solo Turco pela janela, o hangar estava cheio, preparado para receber a herdeira Turca Cassandra ou Yanih como era o nome dela aqui, e o herdeiro Mansur sempre muito respeitado, agora com Russos, Turcos e Italianos teríamos um final de semana longo.
Na janela avistei ele, escorado no carro, imponente, sexy e não contive a ansiedade, assim que a porta abriu desci a escada e corri pulando em seus braços firmando as pernas em sua cintura.
— Какой тёплый приём, принцесса. — ele falou em sua língua ( Que recepção calorosa princesa)
— Estava com saudade. — falei beijando sua boca, logo meu pai se aproximou e rimos da reação do meu pai ao ver aquela ereção que se formou.
— Espero que isso seja a sua arma, Aylla não queira matar seu pai antes da hora. — falou fazendo drama, logo meus avós se aproximaram e fomos comemorar e apresentar meu noivo.
— Mãe, pai, que saudades que estávamos, vem filha ver seus avós, trouxemos a família do noivo da Aylla para vocês conhecerem. — falou minha mãe enquanto beijava meu avô.
O aperto de mãos entre meu sogro e meu avô foi um alívio, a troca de sorrisos entre minha sogra e minha avó e a recepção calorosa, agora estava em paz.
Seguimos para a mansão de Akif e descansaríamos melhor lá.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Andrea Freire
Não lembrava que Cassandra era filha de Turcos
2025-03-26
0
bete 💗
demais apaixonada ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-03-26
1