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Eu tava na cozinha, mexendo na cafeteira como se fosse minha melhor amiga — porque, depois da noite com as meninas e daquele vinho todo, eu precisava de algo forte pra me trazer de volta à realidade. O sol mal tinha subido, e o apê tava quieto demais, só o barulhinho da água pingando no filtro pra me fazer companhia. Minha cabeça ainda tava um caos, rodando entre a matéria da Caras, o almoço com o tubarão e, principalmente, o Rafael me segurando naquele skate na garagem. Meu Deus, eu podia sentir o calor das mãos dele na minha cintura só de lembrar, e isso me dava um arrepio que eu não queria admitir. Tinha que fingir normalidade hoje, Clara. Nada de surtar na frente dele.
Foi aí que ouvi passos. Levantei os olhos, e puta merda, quase deixei a xícara cair no chão. Era o Rafael, saindo do corredor como se tivesse sido desenhado pra me ferrar. Sem camisa, cabelo molhado pingando no peito, uma toalha jogada no ombro e uma calça de moletom cinza que marcava tudo que eu não precisava ver. O cara tinha acabado de tomar banho, e o cheiro de sabonete caro misturado com algo que era só dele invadiu a cozinha. Meu coração disparou, e eu odiei meu corpo por reagir assim — os olhos dele, verdes e afiados, me pegaram desprevenida, e eu senti um calor subindo pelo pescoço.
— Bom dia — disse ele, com aquela voz grave que parecia me acertar no estômago, enquanto ia até o armário pegar uma caneca. O peito dele, todo definido, brilhava com as gotas d’água, e eu juro que vi um músculo se mexer quando ele esticou o braço. Meu Deus, Clara, para de olhar.
— B-bom dia, querido — respondi, tentando soar normal, mas minha voz saiu tremida, e eu me virei rápido pra cafeteira pra ele não ver meu rosto pegando fogo. — Dormiu bem?
— Mais ou menos — disse ele, se aproximando do balcão e enchendo a caneca com café. Ele tava perto demais, e eu senti o calor do corpo dele, o cheiro dele, como se fosse uma porra de imã me puxando. — E você? Parece que tomou um susto.
Eu ri, nervosa, e me virei pra encará-lo, apoiando as costas no balcão pra fingir que tava tudo bem. — Susto? Não, só… não esperava te ver assim tão… descontraído. Cadê o terno? E o uísque? Tá trocando por cerveja e café agora?
Ele levantou uma sobrancelha, com aquele meio sorriso que me matava, e deu um gole no café sem tirar os olhos de mim. — Talvez eu esteja tentando algo novo. Você me inspirou ontem, com aquele fiasco no skate.
— Fiasco? — retruquei, cruzando os braços e tentando não olhar pro peito dele, que tava bem na minha frente, todo molhado e pedindo pra ser tocado. — Eu tava indo bem até você aparecer rindo da minha cara, sabia? Acho que você me deve o resto da lição.
Ele riu baixo, um som rouco que fez meu estômago dar uma cambalhota, e largou a caneca no balcão. — O resto da lição, é? Tá bem, Clara. Pega o skate. Vamos descer pra garagem agora.
— Agora? — perguntei, piscando rápido. — Rafael, eu tava brincando, a gente não precisa…
— Não, você pediu — cortou ele, com um brilho nos olhos que era quase um desafio. — Vamos terminar o que começamos. Anda.
Eu abri a boca pra protestar, mas ele já tava indo pegar o skate velho no canto da sala, ainda sem camisa, e eu, burra que sou, fui atrás. Descemos pro térreo em silêncio, o elevador parecendo pequeno demais com ele tão perto, o calor dele me envolvendo como uma droga que eu não queria largar. Quando chegamos na garagem, ele jogou o skate no chão e me olhou, tipo “sua vez”.
— Tá, mas se eu cair, a culpa é sua — falei, subindo no skate com as pernas bambas. Ele veio por trás, rápido demais, e segurou minha cintura com as duas mãos, os dedos firmes apertando minha pele por cima da blusa fina. Meu Deus, o toque dele era quente, forte, e eu senti um choque descer direto pro meio das pernas.
— Relaxa, eu te seguro — disse ele, baixo, quase no meu ouvido, e a voz dele era puro veneno, grave e rouca, me deixando tonta. Ele me guiou devagar, o peito dele roçando nas minhas costas, e eu juro que senti cada músculo dele se mexendo contra mim. O calor dele, o cheiro dele, tudo tava me engolindo, e eu não conseguia pensar direito. Meu corpo balançava com o dele, os quadris dele quase colados nos meus, e eu lutei pra não gemer alto quando os dedos dele apertaram mais forte, como se ele soubesse o que tava fazendo comigo.
— Tá vendo? É só seguir o ritmo — falou ele, o hálito quente no meu pescoço, e eu senti um pulsar entre as coxas que me fez morder o lábio pra não ceder. Ele me virou de leve, ainda segurando, e de repente a gente tava cara a cara, o skate parado, os olhos dele cravados nos meus. Eu vi o peito dele subindo e descendo rápido, a tensão na mandíbula, e soube que ele tava sentindo também. Era raiva, tesão, confusão — tudo misturado num segundo que parecia eterno.
— Rafael, eu… — comecei, mas antes que eu pudesse terminar, ele me puxou pra ele, uma mão subindo pras minhas costas, a outra ainda na cintura, e me beijou. Não foi planejado, não foi suave — foi um beijo que explodiu, bruto e faminto, os lábios dele esmagando os meus com uma força que me fez gemer na boca dele. A língua dele invadiu a minha, quente e urgente, e eu agarrei os ombros dele, sentindo a pele molhada sob meus dedos, o calor dele me queimando inteira. Ele me apertou contra o peito, os músculos duros contra meus peitos, e eu senti ele duro embaixo da calça, roçando na minha coxa, me deixando louca. Meu Deus, eu queria mais, queria ele me jogando no chão ali mesmo, rasgando minha roupa, me fodendo com raiva e desejo até eu esquecer quem eu era.
Mas aí o pânico bateu. Eu me afastei, ofegante, empurrando ele com as mãos trêmulas, os lábios inchados e o corpo gritando por ele. — Merda, Rafael, a gente não pode! — gritei, com a voz rouca, e corri pro elevador como se minha vida dependesse disso. Entrei no quarto e bati a porta, me jogando na cama com o coração disparado, o gosto dele ainda na minha boca.
Eu tava ferrada. Meu corpo tava em chamas, as coxas apertadas tentando aliviar o tesão que ele deixou, mas minha cabeça era um caos. O que eu tinha feito? Era só um contrato, um milhão de reais. Mas aquele beijo… não era mentira. Era real pra caralho, e eu tava com medo. Medo de estar me apaixonando por ele, medo de trair o plano, medo de sair disso com o coração em pedaços de novo. Eu passei as mãos no rosto, tentando apagar a sensação da boca dele na minha, mas não adiantava. Ele tava em mim, e eu não sabia como tirar.
Enquanto isso, na sala, Rafael batia a porta com força, o barulho ecoando no apê vazio. Ele foi até a estante, pegou o porta-retratos da mãe e ficou olhando pra foto no escuro, o peito subindo e descendo rápido, a mandíbula travada. O uísque ficou intocado no balcão — ele não precisava disso agora. Ele passou a mão no cabelo, bagunçando mais ainda, e murmurou algo baixo, quase inaudível, como se tivesse perguntando pra ela: “O que eu faço agora?”. Mas a foto não respondeu, e ele ficou ali, perdido entre o plano que ele criou e o menino do skate que ele não sabia mais como ser.
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Atualizado até capítulo 40
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