A Rivalidade que Surge

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Pak não conseguia se concentrar em nada.

O beijo de Kiet ainda queimava em sua memória, mas o que o deixava mais inquieto era a forma como Kiet sempre fugia.

Por que ele resistia tanto? Por que parecia lutar contra algo dentro de si?

Pak queria respostas.

Mas, antes que pudesse procurá-las, o perigo veio até ele.

Era noite quando Pak decidiu espairecer.

Após um longo dia de aulas, ele resolveu caminhar sozinho pelo campus. O ar fresco da noite o ajudava a organizar os pensamentos.

Mas então, ele sentiu algo.

Como se estivesse sendo observado.

Pak parou, olhando ao redor. O campus estava silencioso, quase vazio.

Foi quando ele ouviu a voz.

— Oi Humano.

Pak se virou rapidamente.

A poucos metros de distância, um homem alto e elegante o observava.

Os olhos prateados brilhavam no escuro.

Havia algo nele que imediatamente fez Pak sentir perigo.

— Quem é você? — Pak perguntou, sua voz firme.

O estranho sorriu de lado, aproximando-se lentamente.

— Eu sou Pichaya… mas pode me chamar de Pich.

O nome fez Pak se lembrar de algo.

O rival que Kiet falou .

Pak franziu o cenho.

— E o que você quer comigo?

Pich parou a poucos passos de distância. Seus olhos prateados analisavam Pak com curiosidade… e algo mais.

— Só queria ver com meus próprios olhos quem conseguiu chamar tanto a atenção de Kiet.

O tom dele era provocativo.

Pak sentiu a irritação crescer.

— E por que isso te interessa?

Pich riu, um som baixo e perigoso.

— Porque eu conheço Kiet há muito tempo. E ele nunca se envolveu com humanos.

Pak manteve o olhar firme.

— Talvez ele tenha mudado.

Pich arqueou uma sobrancelha, seu sorriso se tornando ainda mais afiado.

— Ou talvez ele só esteja se iludindo.

Pak apertou os punhos.

— E você acha que sabe mais sobre ele do que ele mesmo?

O olhar de Pich ficou afiado.

— Eu sei quem Kiet realmente é. O que ele é.

Pak sentiu um aperto no peito.

Mas não demonstrou.

— Se você veio aqui para me assustar, vai perder seu tempo.

Pich inclinou a cabeça, intrigado.

— Você é ousado. Gosto disso.

Ele deu mais um passo à frente, e Pak sentiu um frio percorrer sua espinha.

O ar ao redor de Pich parecia vibrar. Era uma presença diferente da de Kiet.

Kiet, apesar de misterioso e perigoso, sempre transmitia um certo cuidado.

Pich, por outro lado…

Era puro predador.

Pak engoliu seco, mas manteve a postura.

Pich percebeu.

— Você realmente não tem medo de mim?

Pak respirou fundo.

— Se eu tivesse, faria diferença?

Pich sorriu, dessa vez genuinamente surpreso.

— Você é mais interessante do que eu pensava.

Ele então inclinou-se um pouco mais, seu rosto ficando perigosamente próximo ao de Pak.

— Vamos ver até onde isso vai.

Pak estava prestes a recuar quando uma brisa gelada cortou o ar.

E, em um instante, Kiet estava ali.

Kiet surgiu entre eles, rápido como um raio.

Pich apenas sorriu ao vê-lo.

— Ah, Kiet. Achei que demoraria mais para aparecer.

Kiet ignorou a provocação e se virou para Pak, os olhos dourados escuros de preocupação.

— Você está bem?

Pak assentiu, mas podia ver a tensão no corpo de Kiet.

Ele então se virou para Pich, sua expressão se fechando.

— O que você quer com ele?

Pich cruzou os braços, relaxado.

— Só estava conhecendo seu… humano.

A forma como ele disse isso fez o sangue de Pak ferver.

Kiet, no entanto, não demonstrou emoção.

— Fique longe dele.

Pich riu baixinho.

— Você sabe que não pode me dar ordens, Kiet.

Os olhos dourados de Kiet brilharam em alerta.

O ar ficou pesado.

Pak sentiu um medo perceber sei corpo, se continuasse assim, haveria uma briga.

Pich percebeu isso também.

Ele suspirou teatralmente.

— Relaxa. Eu não faria nada com ele.

Então seus olhos prateados voltaram-se para Pak, e seu sorriso ganhou um tom provocador.

— Pelo menos, não por enquanto.

Kiet avançou, rápido demais para os olhos humanos acompanharem.

Pich não se moveu.

Mas Kiet parou a centímetros dele, os olhos brilhando de fúria.

— Não teste a minha paciência, Pich.

O sorriso do vampiro rival se alargou.

— Finalmente, estou vendo um pouco do Kiet que eu conheço.

Kiet não respondeu. Apenas ficou ali, tenso, pronto para atacar.

Pak sentiu seu coração acelerar. Ele nunca tinha visto Kiet assim.

Pich riu baixo e deu um passo para trás.

— Não se preocupe, Kiet. Ainda não é hora de nos enfrentarmos.

Ele então olhou para Pak mais uma vez, seus olhos brilhando no escuro.

— Foi um prazer, Pak. Nos vemos por aí.

E, antes que Pak pudesse responder, Pich desapareceu na noite.

Deixando um silêncio carregado para trás.

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Kiet se virou para Pak, seu olhar ainda intenso.

— Você não deveria andar sozinho à noite.

Pak cruzou os braços.

— Eu sei me cuidar.

Kiet suspirou, passando a mão pelo cabelo.

— Pich não é alguém com quem se deve brincar.

Pak franziu o cenho.

— Ele realmente te odeia?

Kiet hesitou.

— É… complicado.

Pak se aproximou, analisando o rosto dele.

— Então me explica.

Kiet o encarou por um momento, como se estivesse considerando.

E então, ele disse algo que fez Pak estremecer:

— Eu já fui como ele.

Pak sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Mas, ao invés de se afastar, ele segurou o pulso de Kiet.

— E agora? Quem você é agora?

Kiet apertou os lábios, sua expressão endurecendo.

E então, ele fez algo que Pak não esperava.

Ele segurou o rosto de Pak com delicadeza.

— Alguém que quer proteger você.

Pak sentiu o ar faltar.

Os olhos dourados de Kiet estavam cheios de algo profundo.

Mas, antes que qualquer um pudesse dizer algo, Kiet recuou.

— É melhor eu ir.

Pak sentiu um aperto no peito, mas apenas assentiu.

— Então vá. Te vejo amanhã.

Kiet hesitou por um segundo.

Então, deu um último olhar para Pak antes de desaparecer na escuridão.

Pak ficou ali, sozinho, mas com uma certeza.

Isso estava longe de acabar.

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