O Despertar da Paixão

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Pak não conseguia ignorar a presença de Kiet.

Desde aquela noite na sacada, algo dentro dele havia despertado. Uma necessidade.

Não era só desejo.

Era uma atração profunda, algo que ele não conseguia explicar.

Mas Kiet fugia. Sempre.

E Pak não estava mais disposto a aceitar isso.

No dia seguinte, a rotina de Pak parecia irrelevante.

As aulas passavam arrastadas. Seu corpo estava presente, mas sua mente estava em outro lugar. Em alguém.

Kiet.

A lembrança do beijo o assombrava. O toque dos lábios frios, o modo como Kiet segurou sua cintura com força, como se temesse soltá-lo.

Pak nunca havia sentido algo assim antes. Era intenso. Viciante.

E frustrante.

Porque Kiet sempre fugia.

No intervalo, sentado com Nat e Sara no refeitório, Pak não conseguia se concentrar na conversa.

— Ei! — Sara estalou os dedos na frente dele. — Terra chamando Pak!

Ele piscou, voltando à realidade.

Nat riu.

— Você tá agindo como se tivesse sido enfeitiçado.

Pak abriu a boca para negar, mas parou. Será que estava?

Antes que pudesse responder, ele sentiu.

Era quase como um arrepio, um sexto sentido. Kiet estava ali.

Pak se virou instintivamente e o viu do outro lado do campus.

Encostado contra um muro, vestindo a jaqueta preta habitual, os olhos fixos nele.

O coração de Pak disparou.

Ele não pensou. Apenas foi.

Ignorou o chamado dos amigos e atravessou o pátio, determinado.

Quando parou diante de Kiet, a primeira coisa que notou foi a tensão em seu corpo.

Kiet parecia travado, como se estivesse lutando contra algo invisível.

— Você me seguiu? — Pak quebrou o silêncio.

Kiet desviou o olhar.

— Eu não deveria estar aqui.

Pak cruzou os braços.

— Então por que está?

Os olhos dourados voltaram para ele. Havia conflito ali.

— Eu não sei.

Pak sentiu um aperto no peito.

— Você sempre diz que não pode, que não deve… Mas continua voltando.

Kiet permaneceu em silêncio.

— Por quê? — Pak insistiu.

O vampiro fechou os olhos, como se estivesse tentando controlar algo dentro de si.

— Porque você me faz querer coisas que eu não deveria querer.

A confissão pegou Pak de surpresa.

Mas, ao invés de recuar, ele avançou.

Aproximou-se de Kiet, os olhos presos nos dele.

— Então pare de lutar contra isso.

Kiet o olhou intensamente.

E então, Pak o beijou.

Foi um choque.

Por um segundo, Kiet ficou rígido. Mas então, ele cedeu.

As mãos firmes deslizaram para a cintura de Pak, puxando-o com força contra seu corpo.

O beijo se aprofundou rapidamente.

Era quente e frio ao mesmo tempo. Era desespero e desejo.

Kiet segurava Pak como se precisasse dele para respirar.

Pak sentiu a parede fria contra suas costas quando Kiet o prensou contra o muro.

Era avassalador.

O coração de Pak martelava no peito. Ele queria mais.

E Kiet também.

Pak sentiu quando os dedos do vampiro deslizaram por sua pele, tocando sua nuca com delicadeza, enquanto o beijo se tornava mais intenso.

Os corpos estavam colados. O calor de um contrastava com o frio do outro.

Pak gemeu contra os lábios de Kiet, e isso pareceu quebrar algo dentro dele.

Kiet se afastou de repente, respirando pesadamente.

Os olhos dourados estavam escuros, desejo e conflito brilhando neles.

— Eu não posso… — Kiet murmurou.

Pak sentiu a frustração crescer.

— Por que você sempre para?

Kiet apertou os punhos ao lado do corpo.

— Porque se eu continuar… eu não sei se consigo parar.

Pak engoliu em seco.

Mas ao invés de se assustar, ele sentiu ainda mais vontade.

Ele se aproximou de novo, sua voz baixa, provocante.

— E se eu não quiser que pare?

Kiet o olhou intensamente.

Era quase doloroso ver o quanto ele queria e, ao mesmo tempo, o quanto resistia.

Pak sentiu a respiração do vampiro contra sua pele quando ele inclinou o rosto para perto.

Mas, então…

Kiet deu um passo para trás.

Seus olhos estavam cheios de culpa.

— Eu não posso.

E, antes que Pak pudesse segurá-lo, Kiet desapareceu na escuridão.

Deixando Pak com o coração acelerado… e a certeza de que Kiet estava cada vez mais perto de ceder.

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