Satoru terminou de fazer espuma no cabelo de Mary, espalhando a fragrância suave do sabão enquanto massageava seu couro cabeludo. A água morna da banheira criava um vapor leve ao redor dos dois, tornando o ambiente ainda mais aconchegante.
Ele então se levantou da banheira, deixando a água escorrer pelo corpo antes de pegar uma toalha e começar a enxugar os cabelos. Com um sorriso despreocupado, ele olhou para Mary e disse:
— Vá para a cama, coloque um pijama e me espere. Eu já volto.
Mary, ainda relaxada pelo banho, abriu os olhos lentamente e respondeu:
— Sim, mestre.
Mas por dentro, sua aura assassina começou a se intensificar. Seu coração apertava ao imaginar Satoru saindo no meio da noite para encontrar outra mulher. Ela sabia que ele apenas ia buscar a Demi-humana prisioneira, mas isso não aliviava seu ciúme.
Afundando na banheira, Mary murmurou para si mesma:
— Eu não consigo aceitar isso… o mestre com outra…
Enquanto isso, Satoru se vestiu calmamente e saiu do banheiro. Ele sentia a aura tensa de Mary, mas apenas sorriu, sabendo que ela teria que lidar com seus sentimentos sozinha. Caminhando pela vila iluminada, ele observava as sombras rápidas que se moviam pelos telhados.
— Finalmente chegaram… — murmurou, um sorriso frio surgindo em seu rosto.
Nana e seu grupo se moviam com velocidade e precisão, observando a vila com olhos afiados. Ela saltou para um dos telhados e ficou de pé, analisando os postes de luz que iluminavam a vila de uma forma que ela nunca tinha visto antes.
— O que são essas velas gigantes que nunca se apagam? — murmurou, intrigada.
Uma de suas subordinadas usou sua visão noturna e farejou o ar antes de relatar:
— Senhora Nana, encontrei o cheiro dos nossos irmãos. Eles estão no calabouço, logo à frente.
— Vamos. — ordenou Nana.
Ela esperava encontrar seus companheiros feridos, desnutridos, possivelmente acorrentados e à beira da morte. Seu coração acelerou ao imaginar o pior.
Ao chegarem ao calabouço, Nana notou algo estranho: não havia guardas. Seus instintos gritaram que havia algo errado.
— Fiquem atentos. Isso está estranho.
Mesmo desconfiada, ela correu até as celas e viu seus companheiros. Mas, em vez de estarem sofrendo e debilitados, eles estavam sentados calmamente, saboreando uma sopa quente e cheirosa.
— O quê…? — Nana arregalou os olhos.
Bela, levantou a cabeça e sorriu.
— Senhora Nana! Vocês vieram nos buscar?
Nana sentiu seu sangue ferver. Por que eles estavam felizes?
— Vocês estão felizes… presos? — perguntou, com um tom de incredulidade.
Bela hesitou antes de responder:
— Sim, senhora… na verdade, estamos sendo bem tratados. Essa sopa é incrível!
Nana sentiu a fúria subir à cabeça. Ela fez suas garras crescerem instantaneamente e cortou as barras da cela em um único golpe.
— Seus tolos! Vocês se venderam ao inimigo?! — ela agarrou Bela pela gola da roupa e a ergueu no ar. — A Tribo Fera nunca se submete aos humanos! Me explique por que está feliz sendo uma prisioneira!
Bela olhou diretamente nos olhos de Nana e, com um tom calmo, respondeu:
— Nós perdemos. Então, agora servimos ao Lorde desta vila.
Aquelas palavras desencadearam um ódio feroz dentro de Nana e de seu grupo.
— Vocês realmente traíram sua própria raça?!
Antes que Nana pudesse atacar, sons de passos ecoaram pelo corredor de pedra.
Plack… Plack… Plack…
Uma presença poderosa se aproximava. Olhos vermelhos brilharam na escuridão do corredor.
Todos os Demi-humanos ficaram tensos.
Satoru surgiu da escuridão, caminhando com um sorriso afiado e olhos predatórios.
O grupo de Nana sentiu a pressão de sua presença e reagiu por instinto.
— É ELE! ATAQUEM!
Mas antes que Nana pudesse conter seus subordinados, Satoru se moveu como um raio.
Em um piscar de olhos, ele esmagou dois guerreiros contra a parede e derrubou outros no chão, quebrando suas costelas em um golpe só.
— Aghhh! — gritos de dor ecoaram.
Nana viu seu grupo sendo aniquilado antes mesmo de piscar.
O ar ficou pesado. O coração de Nana batia descontrolado.
— M-Monstro… — ela sussurrou, sentindo o suor escorrer pela testa.
Ela avançou com suas garras prontas para dilacerá-lo, mas antes que pudesse atingi-lo, Satoru pegou suas mãos com uma facilidade absurda.
— Te peguei, lobinha. — ele disse, com um tom calmo, mas cruel.
Os olhos de Nana se arregalaram. Ela não conseguia se soltar.
— O que…?!
Satoru olhou diretamente para ela, seus olhos vermelhos brilhando com uma diversão sombria.
— O que foi? Perdeu a coragem? — ele perguntou, apertando suas mãos um pouco mais forte.
O corpo de Nana estremeceu. Ela finalmente percebeu…
Estava diante de uma verdadeira fera.
Nana entrou no Modo Black, e imediatamente seu corpo passou por uma transformação. Seus cabelos cresceram até os pés, seus olhos de fera brilharam com uma luz intensa, e sua força aumentou drasticamente. Suas garras, antes afiadas, agora estavam revestidas por uma energia densa e cortante. Com um rugido feroz, ela se libertou da pegada de Satoru, avançando com velocidade sobre-humana.
Satoru sequer piscou. As garras de Nana rasgaram o ar, chegando perigosamente perto de seus olhos, mas no último instante ele agarrou seus braços, torcendo-os no ar. Antes que ela pudesse reagir, ele aplicou uma rasteira precisa, jogando-a contra a parede com um impacto brutal. O golpe fez o corredor tremer, rachaduras se espalharam pela pedra, mas no último momento Nana desviou, e o soco de Satoru destruiu a parede atrás dela.
Assim começava uma troca de golpes ferozes. Cada impacto era um estrondo, cada desvio era um borrão. Satoru permanecia calmo, desviando como se estivesse dançando, seus pés deslizando pelo chão enquanto Nana avançava com ataques incessantes.
"Por que não consigo acertá-lo?!" Ela pensou, sentindo a frustração crescer.
Satoru apenas esquivava. Seu corpo se movia no ritmo do boxe, os golpes passavam raspando, mas não o atingiam. Ele sorriu.
— Realmente, você é forte... Mas de que adianta se seus golpes nunca me acertam?
Nana rugiu, sua velocidade aumentou ainda mais. Agora, só se viam borrões e o som ensurdecedor dos golpes ecoando pelo calabouço. Satoru sentiu os braços formigando. Mesmo sem ser atingido diretamente, o impacto da pressão dos golpes estava cobrando um preço.
"Ela está ficando mais forte a cada segundo..."
Com um movimento ágil, ele girou no ar, desviando de um golpe mortal e, ao pousar, murmurou:
— Te peguei.
No mesmo instante, seu joelho subiu como um raio, acertando Nana no abdômen. O impacto gerou uma onda de choque que varreu o corredor. As paredes tremiam, a poeira subia. Nana cambaleou, seus olhos piscando por um instante, mas não caiu.
Pelo contrário... Ela voltou ainda mais forte. Seu corpo emanava sede de sangue, sua respiração era ofegante, mas sua fúria crescia.
Satoru suspirou.
— Ficar mais forte assim será sua derrota.
De repente, Nana paralisou.
— O que... O que você fez comigo?! — ela rosnou, tentando mover os membros, mas seu corpo não respondia.
Satoru se aproximou, seu olhar frio.
— Ser forte não significa ser invencível. Você usou mana sem controle, entrou em sobrecarga. Agora, seu próprio corpo te traiu.
Os olhos de Nana tremeram.
— Não... Não... NÃO!!! — Ela tentou se mover, mas seus músculos estavam rígidos.
Satoru estendeu a mão e pressionou um ponto no pescoço dela. Nana apagou instantaneamente.
Ele segurou seu corpo antes que caísse, erguendo-a nos braços com facilidade. Olhou para os outros demi-humanos no calabouço.
— Agora ela me pertence.
Bela, que observava tudo de longe, engoliu seco. Mesmo sendo uma capitã de esquadrão, seus instintos gritavam para ela se submeter. Ela não conseguia pensar em resistir.
— Coloque todo o grupo dela nas celas. Amanhã eu volto.
Bela obedeceu sem hesitar, arrastando os outros demi-humanos desacordados.
Enquanto Satoru saía, carregando Nana nos braços, Bela olhou para a sopa ainda quente no chão e pensou:
"Estranhamente... Me sinto em paz em ser uma prisioneira."
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
Comments
PS Romântico
modo Black..
2025-03-20
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