Capítulo 6: Espada das sombras

Mary apareceu vestindo o novo uniforme e se posicionou à frente de Satoru.

— Mestre, estou pronta.

Satoru a analisou por um instante, pensando consigo mesmo. O sonho de qualquer otaku… Uma empregada com essas roupas.

Ele cruzou os braços e disse:

— Ficou ótimo em você.

Mary permaneceu sem expressão, mas Satoru percebeu um leve brilho em seu olhar.

Sem aviso, ele a segurou pela cintura e a puxou para perto, fazendo-a se sobressaltar levemente.

— Seu mestre te elogiou, não vai dizer nada?

Mary abaixou a cabeça, sem jeito.

— Obrigada, mestre…

Bia, que observava a cena, pensou consigo mesma.

_"Um mestre brutal… Mas gentil. Que coisa rara de existir."

Satoru, ainda segurando Mary pela cintura, percebeu como ela estava magra e franziu o cenho.

— Você está muito magrinha. Vamos comer alguma coisa.

Mary sentiu algo estranho dentro de si. Era a primeira vez que alguém a tratava com carinho, sem agressões ou insultos. Sem questionar, ela deixou que Satoru a conduzisse sem resistência.

Ao sair do ateliê, Satoru olhou ao redor e notou um restaurante relativamente elegante, mas em completa desordem. Ele estreitou os olhos.

— Tão fazendo o Matias de idiota sem pagar imposto…

Do outro lado da rua, seus olhos pousaram em um ferreiro corpulento que martelava uma bigorna.

— Vamos comprar uma arma para você, Mary.

Se aproximando da forja, Satoru falou com o ferreiro.

— Preciso de uma arma.

Bal, o ferreiro, olhou para Satoru e Mary e pensou consigo mesmo.

_"O filho do lorde brincando com uma escrava? Por isso essa vila nunca muda…"

Sem discutir, ele apontou para o mostruário, onde havia espadas longas, curtas e algumas adagas.

Satoru analisou as opções, mas sua atenção se voltou para outra coisa.

— Quero um pedaço de madeira negra.

Bal franziu a testa, surpreso, mas se abaixou e pegou um pedaço de madeira estranha.

— Não sei o que é. Não queima completamente.

Satoru sorriu. Exatamente como me lembrava…

— Quanto você quer por isso?

— Pode ficar.

Satoru pegou o pedaço de madeira e entregou para Mary. No instante em que ela tocou a superfície escura, algo mudou.

Uma aura sombria envolveu sua mão, e, antes que alguém pudesse reagir, a madeira negra se moldou em uma espada de sombras.

Os olhos de Mary se dilataram, e seu corpo se moveu sozinho. Em um instante, ela segurava Satoru pelo pescoço, erguendo-o do chão.

Bal recuou, assustado.

— Uma… espada demoníaca?!

Satoru, mesmo sendo sufocado, apenas sorriu.

_"Então era isso mesmo… Uma espada do reino demoníaco."

Mary ofegava, os olhos tomados por um brilho vazio e predatório.

— Vai machucar seu mestre, Mary?

As palavras de Satoru atravessaram o torpor que dominava sua mente. Seus olhos voltaram ao normal, e ela imediatamente soltou Satoru, caindo de joelhos com o rosto colado ao chão.

— Me perdoe, mestre! Eu… eu não sei o que aconteceu comigo!

Satoru massageou o pescoço, olhando para a espada negra ainda pulsando em suas mãos.

— Não se preocupe. Eu sei exatamente o que aconteceu… E isso só prova que fiz a escolha certa.

-_-

Satoru percebeu que Mary estava completamente envergonhada pelo que acabara de fazer. Seu corpo tremia levemente, e ela evitava seu olhar, claramente se culpando.

Ele suspirou e disse, com um tom tranquilo:

— Mary, você é a primeira garota que eu abracei.

Mary levantou os olhos, surpresa.

— Eu quero ter esse momento com você agora. Eu não sei mais o futuro… Já alterei as coisas. Vai mesmo me fazer sentir mal no meu primeiro encontro? Minha primeira vez?

Mary ficou paralisada por um instante, suas bochechas ficando levemente rosadas.

_"Primeira vez do mestre…?"

Ela engoliu seco e, sem pensar muito, se aproximou de Satoru, virando de costas para ele. Lentamente, pegou o braço dele e o colocou ao redor de sua barriga, encaixando-se em seu abraço.

— Vamos, mestre…

Satoru apertou o abraço e sussurrou:

— Vamos.

Ele levantou o olhar e encontrou Bal, que ainda estava em choque com a cena que acabara de presenciar. Satoru sorriu de forma sombria.

— Ninguém precisa saber… ou ninguém vai te achar.

Bal arregalou os olhos e imediatamente balançou a cabeça, suando frio.

— Eu… eu não vi nada!

A espada negra, como se tivesse vida própria, encolheu até se transformar em um simples anel preto no dedo de Mary.

Satoru observou aquilo com interesse, pensando consigo mesmo.

_" Uma espada perigosa… Mas parece que ela não me vê como ameaça..."

Apertando o abraço ao redor da cintura de Mary, Satoru guiou-a em direção ao restaurante elegante.

— Agora é hora de acertar as contas.

Continua...

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PS Romântico

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Mary despertando.

2025-03-18

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