Mary apareceu vestindo o novo uniforme e se posicionou à frente de Satoru.
— Mestre, estou pronta.
Satoru a analisou por um instante, pensando consigo mesmo. O sonho de qualquer otaku… Uma empregada com essas roupas.
Ele cruzou os braços e disse:
— Ficou ótimo em você.
Mary permaneceu sem expressão, mas Satoru percebeu um leve brilho em seu olhar.
Sem aviso, ele a segurou pela cintura e a puxou para perto, fazendo-a se sobressaltar levemente.
— Seu mestre te elogiou, não vai dizer nada?
Mary abaixou a cabeça, sem jeito.
— Obrigada, mestre…
Bia, que observava a cena, pensou consigo mesma.
_"Um mestre brutal… Mas gentil. Que coisa rara de existir."
Satoru, ainda segurando Mary pela cintura, percebeu como ela estava magra e franziu o cenho.
— Você está muito magrinha. Vamos comer alguma coisa.
Mary sentiu algo estranho dentro de si. Era a primeira vez que alguém a tratava com carinho, sem agressões ou insultos. Sem questionar, ela deixou que Satoru a conduzisse sem resistência.
Ao sair do ateliê, Satoru olhou ao redor e notou um restaurante relativamente elegante, mas em completa desordem. Ele estreitou os olhos.
— Tão fazendo o Matias de idiota sem pagar imposto…
Do outro lado da rua, seus olhos pousaram em um ferreiro corpulento que martelava uma bigorna.
— Vamos comprar uma arma para você, Mary.
Se aproximando da forja, Satoru falou com o ferreiro.
— Preciso de uma arma.
Bal, o ferreiro, olhou para Satoru e Mary e pensou consigo mesmo.
_"O filho do lorde brincando com uma escrava? Por isso essa vila nunca muda…"
Sem discutir, ele apontou para o mostruário, onde havia espadas longas, curtas e algumas adagas.
Satoru analisou as opções, mas sua atenção se voltou para outra coisa.
— Quero um pedaço de madeira negra.
Bal franziu a testa, surpreso, mas se abaixou e pegou um pedaço de madeira estranha.
— Não sei o que é. Não queima completamente.
Satoru sorriu. Exatamente como me lembrava…
— Quanto você quer por isso?
— Pode ficar.
Satoru pegou o pedaço de madeira e entregou para Mary. No instante em que ela tocou a superfície escura, algo mudou.
Uma aura sombria envolveu sua mão, e, antes que alguém pudesse reagir, a madeira negra se moldou em uma espada de sombras.
Os olhos de Mary se dilataram, e seu corpo se moveu sozinho. Em um instante, ela segurava Satoru pelo pescoço, erguendo-o do chão.
Bal recuou, assustado.
— Uma… espada demoníaca?!
Satoru, mesmo sendo sufocado, apenas sorriu.
_"Então era isso mesmo… Uma espada do reino demoníaco."
Mary ofegava, os olhos tomados por um brilho vazio e predatório.
— Vai machucar seu mestre, Mary?
As palavras de Satoru atravessaram o torpor que dominava sua mente. Seus olhos voltaram ao normal, e ela imediatamente soltou Satoru, caindo de joelhos com o rosto colado ao chão.
— Me perdoe, mestre! Eu… eu não sei o que aconteceu comigo!
Satoru massageou o pescoço, olhando para a espada negra ainda pulsando em suas mãos.
— Não se preocupe. Eu sei exatamente o que aconteceu… E isso só prova que fiz a escolha certa.
-_-
Satoru percebeu que Mary estava completamente envergonhada pelo que acabara de fazer. Seu corpo tremia levemente, e ela evitava seu olhar, claramente se culpando.
Ele suspirou e disse, com um tom tranquilo:
— Mary, você é a primeira garota que eu abracei.
Mary levantou os olhos, surpresa.
— Eu quero ter esse momento com você agora. Eu não sei mais o futuro… Já alterei as coisas. Vai mesmo me fazer sentir mal no meu primeiro encontro? Minha primeira vez?
Mary ficou paralisada por um instante, suas bochechas ficando levemente rosadas.
_"Primeira vez do mestre…?"
Ela engoliu seco e, sem pensar muito, se aproximou de Satoru, virando de costas para ele. Lentamente, pegou o braço dele e o colocou ao redor de sua barriga, encaixando-se em seu abraço.
— Vamos, mestre…
Satoru apertou o abraço e sussurrou:
— Vamos.
Ele levantou o olhar e encontrou Bal, que ainda estava em choque com a cena que acabara de presenciar. Satoru sorriu de forma sombria.
— Ninguém precisa saber… ou ninguém vai te achar.
Bal arregalou os olhos e imediatamente balançou a cabeça, suando frio.
— Eu… eu não vi nada!
A espada negra, como se tivesse vida própria, encolheu até se transformar em um simples anel preto no dedo de Mary.
Satoru observou aquilo com interesse, pensando consigo mesmo.
_" Uma espada perigosa… Mas parece que ela não me vê como ameaça..."
Apertando o abraço ao redor da cintura de Mary, Satoru guiou-a em direção ao restaurante elegante.
— Agora é hora de acertar as contas.
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
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PS Romântico
Mary despertando.
2025-03-18
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