Capítulo 9: Extra

O ambiente estava pesado, tenso, e Satoru podia sentir as sombras se mexendo, como se estivessem se aproximando de todos os lados. Ele reagiu com precisão, puxando a faca da mesa e golpeando a sombra que surgiu no chão, sentindo a resistência de algo sólido. Em seguida, com um movimento fluido, ele esmagou outra sombra que vinha de cima com a lâmina, sentindo a presença de assassinos que, em um instante, caíam mortos ao seu redor. Mas as sombras não cessaram.

Antes que pudesse fazer mais, Mary, com uma mudança perceptível em sua postura, se moveu como vento. Sua velocidade foi estonteante, e cada assassino que tentava emergir das sombras caía, morto, sem chance de reação.

Satoru observou tudo calmamente, mas, quando mais uma sombra se ergueu, um homem apareceu em cena, bloqueando a espada de Mary com dificuldade. Ele tinha o semblante de alguém acostumado à batalha, mas a surpresa era evidente em seus olhos. Ele desferiu um grito baixo, tentando manter o controle, e perguntou:

— Quem é você?! Você não existe nos arquivos!

Satoru, com um sorriso leve, respondeu sem pressa:

— Executivo Tomoe, da Companhia Aranha. Parece que o ganso foi pego.

Tomoe ficou surpreso, o golpe de Mary ainda refletindo em sua espada enquanto ele tentava se recuperar. Ele pensava, Como ele me conhece?!

Satoru, sem pressa, disse com uma calma perturbadora:

— Tudo bem, Mary, pode voltar.

Mary recuou, saltando graciosamente para trás, ficando ao lado de Satoru. Ela estava completamente focada, sua personalidade aparentemente distinta da calmaria de antes. Tomoe, sem perder o ritmo, gritou com mais intensidade:

— Eu perguntei: Quem é você?!

Satoru, com um sorriso sem emoção, respondeu:

— Não sou ninguém. Não fique tão bravo. O ganso era um agente triplo.

Tomoe ficou ainda mais desconcertado, sua mente lutando para processar as palavras.

— Agente triplo?! Ele era meu amigo!

Satoru suspirou, como se estivesse entediado com a situação.

— Amigos não existem quando o assunto é negócios. Apenas pessoas com interesses em comum.

Tomoe ainda não conseguia se livrar da sensação estranha que sentia em relação a Satoru. Ele olhou para Mary, seus olhos focando na aura de poder que ela exalava. Ela é forte... E esses olhos... sombrios... dilatados... Não faz sentido... pensou enquanto sua mente tentava se ajustar.

O silêncio ficou mais pesado quando, de repente, uma nova figura emergiu do chão, uma sombra familiar, que se revelou como Camila. Ela atacou com fúria, mas Tomoe conseguiu bloquear, sendo empurrado para trás pelo impacto. Ele tentou se estabilizar, ainda tentando entender quem eram aquelas pessoas e por que parecia que tudo estava desmoronando ao seu redor.

Satoru, sem se mover muito, simplesmente disse:

— Olá de novo, Camila.

Camila, furiosa, encarou Satoru. Suas veias estavam saltando do pescoço devido à raiva, e sua respiração era ofegante. Ela gritou:

— Quem é você de verdade?!

Ela então olhou para Mary, e seu olhar se congelou por um momento. O choque era evidente em seu rosto, e ela pensou: Essa garota... está diferente... Ela parece um monstro.

Satoru, de maneira calma e calculada, se dirigiu a ambos os executivos.

— Vamos nos acalmar, executivos das duas maiores companhias de informações do país.

O clima no local ficou ainda mais denso, com cada movimento, cada respiração, sentindo o peso da iminente confrontação. Satoru havia deixado claro, sem palavras explícitas, que ele estava no controle de tudo.

Camila e Tomoe se sentaram à mesa, os dois se encarando com olhares afiados, como se pudessem se matar apenas com a força da hostilidade entre eles. Satoru, sentado diante dos dois, mantinha uma expressão relaxada, enquanto Mary, ao seu lado, permanecia em sua forma sombria, com os dedos envoltos na empunhadura da espada das sombras, pronta para qualquer ameaça.

Satoru quebrou o silêncio:

— O ganso era um espião da Companhia Rato.

Camila, sem esconder sua surpresa, arqueou a sobrancelha e cruzou os braços:

— Aquela companhia pequena que acabou de se formar?

Tomoe franziu o cenho, claramente desconfiado:

— Isso não faz sentido. Tenho olhos em todos os lugares e não vi nada suspeito.

Satoru sorriu de canto e balançou a cabeça.

— É por isso que vocês perdem no final. Um peixe pequeno não pode comer um pão grande sozinho… mas se houver vários peixes?

Camila estalou a língua, impaciente.

— Você está dizendo que vamos perder para uma companhia pequena?!

— Sim, vocês vão perder. — Satoru afirmou com tranquilidade. — Não tenham medo do predador que podem ver. Temam aquele que não se vê.

Os olhares de Camila e Tomoe se estreitaram. A sensação de que algo estava errado tomou conta do ambiente.

De repente, uma sombra surgiu do chão ao lado de Camila. Um agente da Companhia Raposa da Lua emergiu, ofegante:

— Senhorita Camila, perdemos contato com nossos infiltrados!

Quase ao mesmo tempo, outra sombra tomou forma ao lado de Tomoe. Um espião da Companhia Aranha se ajoelhou e relatou com urgência:

— Senhor Tomoe, nossos espiões não respondem!

Os dois executivos se entreolharam e gritaram ao mesmo tempo:

— Desgraçados!

Satoru suspirou, cruzando os braços.

— É perda de tempo. Como o nome já diz, eles são ratos. Agora só resta esperar.

Camila não perdeu tempo e desapareceu nas sombras do chão. Tomoe, por sua vez, pegou um pequeno anel dourado e o jogou para Satoru, que o pegou no ar.

— No anel, há mil moedas de ouro. — Tomoe disse sem emoção. — Obrigado pelas informações.

Assim como Camila, ele também desapareceu nas sombras.

Satoru observou o anel em seus dedos por um momento antes de colocá-lo, soltando um suspiro.

— Esses caras das companhias são estranhos. Gostam de se mover nas sombras o tempo todo…

Seus olhos se voltaram para o pôr do sol. O céu começava a ganhar tons alaranjados e rosados, anunciando a chegada da noite. Quando olhou novamente para o chão, os corpos que antes estavam ali haviam sumido.

Sem dar muita importância, puxou Mary pela cintura e sussurrou:

— Obrigado por tudo. Sem você, eu não teria chance… afinal, eu não tenho mana.

Mary, voltando à sua forma normal, olhou para ele e assentiu.

— De nada, mestre. Posso arrumar tudo para o senhor?

Satoru sorriu.

— Sim, cuide do restaurante para mim. Vou dar uma volta e ver meu pai.

Ele percebeu algo estranho nos olhos de Mary. Apesar de ter voltado ao normal, suas íris ainda estavam sombrias e dilatadas, carregando uma intenção assassina silenciosa.

Satoru compreendeu na mesma hora.

_" Mary ainda odeia homens. Estou segurando sua cintura, então ela deve estar em alerta…"

Para quebrar o clima, puxou a bochecha dela com um sorriso leve.

— Quando se sentir desconfortável, apenas diga. Eu não vou te tocar à força.

Os olhos de Mary voltaram ao normal. Ela hesitou, sem jeito.

— Não, mestre… eu…

Satoru interrompeu com um tom gentil:

— Está tudo bem. Você não é um objeto. Você é você.

Ele bagunçou os cabelos dela com um cafuné e, antes que ela pudesse responder, virou-se para sair.

— Volto outra hora.

Mary ficou parada, observando-o se afastar. Seus pensamentos estavam confusos.

_"Por que eu fiquei com raiva do mestre? Ele não estava me machucando… Vou consertar isso depois."...

Ela balançou a cabeça, tentando afastar as dúvidas, e olhou ao redor.

— Primeiro, vou limpar isso tudo. O mestre vai ficar feliz.

Enquanto isso, Satoru caminhava pelas ruas, sentindo a brisa fresca da noite chegando.

— O ódio da Mary por homens não vai sumir tão rápido… Mas vou arriscar. No fim das contas, ela vale o risco.

Continua...

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