A noite foi marcada por gritos de terror e súplicas desesperadas.
Os Demi-humanos tentaram se arrastar para longe de Mary, seus corpos feridos tremendo de medo.
— NÃO! NÃO! NÃOoooo!!!
Mas Mary não demonstrou piedade.
Ela foi cruel.
A vila foi tomada pelos sons angustiantes de carne sendo rasgada, ossos quebrando e gargantas implorando por misericórdia.
— AAAAARRRRGGGHHHH!!!
Sangue jorrava por todos os lados, tingindo o chão de vermelho escuro.
Os Demi-humanos clamavam por uma morte rápida, mas Mary não os concedia essa gentileza.
Após o massacre, Mary olhou para seu uniforme manchado de vermelho.
— Tsk... Vocês sujaram meu uniforme.
A vila permanecia em silêncio absoluto.
Ninguém ousava sair de casa.
Os guardas, ao chegarem ao local, congelaram de horror.
Alguns vomitaram ao ver a cena.
Mas nenhum deles teve coragem de questionar Mary.
— Coloquem esses restos no calabouço.
Sem hesitação, os guardas obedeceram.
O Restaurante
Mary voltou para o restaurante, ainda tingida pelo sangue da chacina.
Ao entrar, viu Satoru na banheira, seus olhos ainda vermelhos de raiva.
Ela imediatamente baixou a cabeça.
— Mestre, me puna... Eu deixei o sangue sujar meu uniforme.
Satoru passou a mão na cabeça dela com suavidade.
— Está tudo bem, Mary. Não estou bravo com você...
Ele suspirou.
— É apenas um efeito colateral da minha raiva... Logo voltarei ao normal.
Satoru então fez um gesto para que ela entrasse na água.
— Venha... Quero me desculpar por machucar seu pescoço.
Mary hesitou, mas tirou o uniforme e entrou na banheira.
A água quente a envolveu, proporcionando um breve conforto.
Ela virou de costas para Satoru.
Mas ele a puxou para si e a abraçou.
— Desculpa! Desculpa! Desculpa! — sussurrou ele, sua voz carregada de culpa.
Mary tremeu levemente, mas manteve sua expressão apática.
— Mestre... Você está bravo comigo?
Satoru bagunçou os cabelos dela, fazendo um cafuné.
— Um uniforme pode ser comprado... Mas você, não.
Mary o olhou de canto.
— Mestre... Não precisa se desculpar.
Satoru apertou o abraço.
— Eu já falei. Você não é um objeto. Você é minha.
Foi nesse momento que Mary não conseguiu mais segurar.
Ela começou a chorar silenciosamente.
— Mestre... Por que se importa tanto?!
Seus lágrimas quentes caíam na água.
— Ninguém nunca se importou comigo. Era sempre a mesma coisa...
Ela respirou trêmula.
— As pessoas destruíram meu coração... e nunca pediram perdão.
Satoru a virou de frente para ele e olhou diretamente nos seus olhos.
— O desamor tem mil razões.
Sua voz era baixa, mas intensa.
— Assim nascem os vilões. Ninguém se importa se machucar os outros ou não...
Ele sorriu gentilmente.
— Mas quero que nunca esqueça...
Satoru encostou sua testa na dela.
— Eu te amo.
O coração de Mary disparou.
— Não importa o que aconteça, eu sempre vou te amar.
Por um instante, o mundo de Mary parou.
O caos em sua mente se quebrou.
Em meio à escuridão que a consumia... uma luz apareceu.
Satoru afastou-se levemente e disse:
— Você cuidará de tudo quando eu não estiver por perto, tudo bem, Mary?
Ela sentiu um calor estranho no peito.
E então, pela primeira vez, Mary sorriu de verdade.
— Sim, mestre.
A Guerra e a Fome
Satoru suspirou pesadamente.
— Vamos dormir. Amanhã teremos problemas para lidar.
Seus olhos brilharam na escuridão, analisando o futuro próximo.
— A guerra na fronteira trará uma fome terrível… Milhares de pessoas vão morrer.
Seus dedos se fecharam em punho.
— Mas eu vou proteger o que é meu.
O vilarejo era pequeno, frágil diante do caos do mundo.
Mas Satoru não permitiria que fosse destruído.
— Eu alterarei o futuro novamente.
Mary o observava atentamente, gravando cada palavra.
Satoru continuou:
— Mas para isso, eu preciso de uma Demi-humana.
Mary franziu o cenho.
— Mestre… Eu não sou suficiente?!
Havia um leve tremor em sua voz.
Satoru sorriu, puxando-a para um beijo na testa.
— Você estará no meu lugar quando eu não estiver, Mary.
Ela estremeceu com suas palavras.
— Mas eu preciso de mais pessoas para criar um mundo melhor.
Satoru inclinou levemente a cabeça, pensativo.
— Não precisa ficar com ciúmes dela.
Seus olhos se tornaram frios e calculistas.
— Ainda vou adestrá-la. Pois ela não me servirá de vontade própria.
Mary permaneceu em silêncio, absorvendo suas palavras.
Satoru voltou ao tom habitual.
— Agora, deixa disso. Vamos nos deitar. Ficar muito tempo na água faz mal.
Mary se levantou obedientemente.
— Sim, mestre.
Satoru pegou uma toalha e a enrolou ao redor do corpo dela.
— Vamos… A noite foi feita para dormir.
Foram juntos para o quarto de Satoru.
Ele pegou roupas de dormir e ambos se vestiram.
Satoru deitou-se, descansando a cabeça no travesseiro.
— Venha, Mary… Amanhã teremos roupas melhores.
Ela se aconchegou ao lado dele, deitando-se sobre seu braço direito.
O sono a levou rapidamente.
Satoru, ainda acordado, acariciava seus cabelos com a mão esquerda.
Seus olhos se voltaram para o teto.
— Não posso salvar todos…
Ele fechou os olhos, determinado.
— Mas farei o possível para criar uma realidade onde ninguém mais sofra.
DING!
Uma notificação brilhou em sua visão.
[Progresso de Final Ruim -90%...]
A noite passou como um sonho pesado.
Mas pela manhã, tudo estaria pior.
A fome já se espalhava pela vila naquela madrugada…
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O Amanhecer da Fome e do Caos...
Na guerra, muitas coisas acontecem.
Pessoas morrem. Isso é um fato inegável.
Mas a pior parte…
...é a fome.
Quando os suprimentos acabam, a guerra não termina—ela se transforma em desespero.
Milhares de bocas precisam ser alimentadas.
E Satoru sabia disso.
Então, quando o dia chegasse, ele daria um jeito.
---
A Base dos Demi-Humanos
Os poucos sobreviventes da invasão ao vilarejo correram desesperados.
Eles mal conseguiam falar, ainda aterrorizados.
No centro da base, Nana, a lobinha, ouviu o alvoroço e franziu a testa.
— O que aconteceu?!
Ela apertou os punhos, sentindo algo errado.
— Foi um time de elite que enviamos para tomar aquela vila.
Um dos sobreviventes, ainda tremendo, gritou:
— Senhorita Nana… tinha um monstro lá!!!
Ela arregalou os olhos.
— Um monstro?!
Nana tentou raciocinar, mas algo não fazia sentido.
— Nossos informantes disseram que não havia fluxo de mana naquela vila…
Um dos guerreiros, com os olhos cheios de lágrimas, murmurou com voz vacilante:
— Senhorita…
Ele… Ele destruiu os melhores em segundos…
Sem armas, sem magia…
Com as mãos nuas!
O Demi-humano engoliu seco, a voz embargada.
— Seus olhos vermelhos…
Seus cabelos negros…
Ele era uma besta fora da jaula!
CRACK!
Nana socou uma rocha ao lado, criando uma cratera profunda no chão.
— Droga!
Ela rosnou, irritada.
— Estamos perdendo a guerra na fronteira…
Os humanos não nos deixam em paz…
Ela se levantou e olhou para seus guerreiros.
Seus olhos dourados brilharam.
— Eu mesma irei ver esse humano.
Os guerreiros arregalaram os olhos.
Nana puxou sua lança, girando-a no ar.
— Precisamos capturar humanos como moeda de troca!
Ela encarou o horizonte.
— A comida está acabando.
Seus olhos brilharam com determinação.
— Guerreiros da Tribo Fera, não tenham medo!
Ela levantou sua lança.
— Vamos vencer essa guerra… E pegar nosso povo de volta!
URAAAAAAAH!!!
Os Demi-humanos gritaram em uníssono, renovados pela determinação de Nana.
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A Fronteira da Guerra
Enquanto isso, na fronteira, corpos de soldados humanos jaziam espalhados pelo campo de batalha.
No centro do massacre, Rashara, o pai de Nana, segurava sua espada ensanguentada.
Seus olhos brilhavam com fúria.
— Onde diabos está o time de batedores?!
Um subordinado se aproximou, hesitante.
— Senhor…
Rashara virou-se lentamente para ele.
— O que foi?!
O guerreiro engoliu seco antes de falar.
— Os humanos…
Eles têm uma besta fora do normal…
Os olhos de Rashara se estreitaram.
— Uma besta?
O guerreiro continuou, hesitante.
— A senhorita Nana decidiu ir pessoalmente…
O líder dos Demi-humanos sorriu confiante.
— Então não temos nada a temer.
Ele ergueu sua espada.
— Minha filha dará conta desse humano.
Rashara não tinha dúvidas.
Mas o que ninguém sabia…
…era que Satoru já estava esperando.
E ao amanhecer, ele mostraria a eles o verdadeiro significado do terror.
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
Comments
PS Romântico
vamos ver...
2025-03-18
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