Satoru entrou no restaurante sem hesitação, sua presença chamando atenção. Ele olhou em volta, avaliando os rostos despreocupados e as risadas desdenhosas dos clientes.
— Vocês têm coragem de enganar meu pai? — sua voz era calma, mas carregada de autoridade.
Os bêbados riram dele, um deles batendo o copo na mesa com escárnio. O dono do restaurante apareceu, franzindo a testa.
— O filho do Matias veio causar problemas? Homens, deem um jeito nele.
Com um gesto, os mercenários do restaurante se levantaram, estalando os dedos e puxando armas. O dono do restaurante virou de costas, certo de que seu problema estava resolvido.
No entanto, quando ele voltou sua atenção para Satoru novamente, todos os homens estavam mortos.
No centro do massacre, Mary permanecia imóvel, seu corpo envolto em uma aura sombria, as pupilas dilatadas como as de uma fera.
O dono empalideceu, suas pernas tremendo.
Satoru sorriu de canto, cruzando os braços.
— Eu vim para conversar, mas se a gentileza não funciona, também posso ser brutal.
O dono levantou as mãos, tentando se explicar, sua boca se abrindo em desespero.
Antes que qualquer palavra pudesse sair, Mary apareceu ao lado de Satoru.
O dono do restaurante caiu para trás, morto antes mesmo de entender o que aconteceu.
Satoru suspirou, confirmando suas suspeitas.
_"Como eu pensei… Mary odeia homens. Vou precisar ficar atento."
Ele passou a mão no ombro dela e disse:
— Bom trabalho, Mary. Pode se sentar, eu vou preparar algo para comer.
Mary assentiu, puxando uma cadeira. Sua expressão antes sombria agora estava tranquila.
Satoru entrou no depósito e pegou um grande pedaço de carne. Ao pegar a faca para começar o preparo, percebeu Mary observando, como se quisesse ajudar.
Ele sorriu.
— Tudo bem, eu faço desta vez. Mas na próxima, quero provar sua comida.
Mary relaxou um pouco, aceitando suas palavras.
Satoru começou a moer alho e pimenta, temperando a carne com cuidado. Assim que colocou a carne no fogo, um aroma delicioso se espalhou pelo ambiente.
Nesse momento, Bia entrou, observando a cena. Seu olhar percorreu os corpos espalhados pelo chão.
— Olhando para essas sombras… parece que você não tem pena.
Satoru, sem desviar o olhar da carne que virava na grelha, respondeu calmamente:
— Eu deixo as pessoas escolherem a personalidade que querem ver. Pode dar um jeito nisso?
Bia sorriu.
— Não preciso fazer nada.
De repente, vultos surgiram no restaurante. Eram assassinos da companhia Raposa da Lua, que rapidamente começaram a remover os corpos.
Mary quase puxou sua espada, mas, ao notar o sorriso calmo de Satoru, conseguiu se controlar.
Respirando fundo, ela se levantou, pegou um balde e um pano e começou a limpar o piso ensanguentado enquanto sua comida ficava pronta.
Tudo estava limpo, e a atmosfera do restaurante já não lembrava o massacre que havia ocorrido momentos antes. Mary estava sentada novamente, seu olhar fixo na comida à sua frente, como se estivesse esperando ordens.
Satoru terminou de preparar a carne e colocou o prato diante dela.
— Espero que goste.
Mary permaneceu imóvel por alguns segundos, sem saber se deveria comer.
— Não precisa se preocupar. Pode comer.
Ao ouvir a permissão, Mary pegou o garfo e começou a comer, seu rosto demonstrando incredulidade. Era a primeira vez que alguém preparava uma refeição para ela.
Enquanto isso, Bia se sentou no balcão, observando Satoru com curiosidade.
— O que vai fazer agora?
Satoru, ainda observando Mary, respondeu sem muita certeza:
— Eu não sei.
Bia franziu a testa.
— Não sabe?
Satoru suspirou, cruzando os braços.
— Eu mudei o futuro. O efeito borboleta já começou. Dar um passo no escuro agora pode ser perigoso. Primeiramente, vou ficar nas sombras… um personagem secundário. Eu não sou um protagonista.
Bia assentiu, pensativa.
— Entendo. Então vamos com calma. Ouvi recentemente de um antigo colega que a fronteira entre nós e o reino dos demi-humanos está um caos… ela pode vir para cá.
Ao ouvir isso, Satoru abriu um sorriso pervertido, os olhos brilhando com uma ideia.
Bia estremeceu ao ver sua expressão, e sua sombra começou a se agitar de forma violenta.
— O que você está pensando?!
Satoru se encostou no balcão e respondeu, ainda sorrindo:
— Tem uma lobinha que eu quero pegar.
Bia quase caiu da cadeira.
— Você está louco? Os demi-humanos odeiam os humanos de alma! Ela pode te devorar!
Satoru riu.
— Tá tudo bem. Ela é minha pet. Vou pegá-la mais tarde.
Bia suspirou, mas continuou cética.
— E por que exatamente você quer essa "lobinha"?
Satoru ficou sério por um instante, seus olhos ganhando uma frieza calculista.
— Porque eu não consigo ganhar dos demônios… nem dos protagonistas. Eu sou apenas um figurante.
Ele fez uma pausa, apoiando os cotovelos no balcão.
— Por isso, vou reunir todos os vilões que eu me lembro para nivelar o jogo.
Continua...
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Atualizado até capítulo 20
Comments
PS Romântico
o que você fez ?!.
Eu nivelei o jogo...
2025-03-18
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