Capítulo 11: extra

Ao entrarem no restaurante, Satoru viu Bia sentada à mesa, comendo tranquilamente. Mary estava no balcão, preparando a comida com concentração.

Bia, ao notar as sombras entrando, levantou o olhar e cumprimentou com respeito:

— Boa noite, lorde Matias.

Matias respondeu educadamente:

— Boa noite, senhorita Bia.

Quando seus olhos pousaram em Mary, que trabalhava com habilidade na cozinha, ele murmurou para Satoru:

— Filho, o dinheiro foi bem gasto. Tem minha aprovação.

Satoru sorriu.

— Pai, ela é apenas minha empregada pessoal. Ainda não quero relacionamentos… Talvez mais tarde.

Matias suspirou e assentiu.

— Eu respeito sua decisão, filho.

Sem perder tempo, ele se sentou ao lado de Bia e começou a comer. A mesa estava farta, e o cheiro da comida preenchia o ambiente de forma acolhedora.

Mary, ao ver Satoru entrar, sentiu um pequeno alívio misturado com incerteza. Será que o mestre está bravo comigo? pensou. Não… eu preciso consertar isso.

Após terminar de preparar um prato especial, Mary pegou uma bandeja de carne e se aproximou da mesa. Com um olhar determinado, colocou a bandeja na frente de Satoru e disse com respeito:

— Mestre, eu preparei isso para o senhor.

Satoru, que estava de olhos fechados, os abriu lentamente e sorriu.

— Obrigado, Mary.

Então, olhou para Matias e acrescentou:

— Esse é meu pai, Mary.

Mary, surpresa, baixou a cabeça em sinal de respeito.

— Boa noite, senhor.

Matias parou o garfo no ar e, com um sorriso gentil, disse:

— Está tudo bem, filha. Seu mestre é meu filho, pode me chamar apenas de Matias.

Mary hesitou, mas assentiu levemente.

Satoru pegou um garfo, cortou um pedaço da carne e levou à boca. Ele mastigou devagar, saboreando o prato, e então elogiou:

— Está delicioso, Mary.

Então, olhou para ela e disse com um olhar gentil:

— Sente-se à mesa conosco.

Mary hesitou. Queria recusar, mas ao ver os olhos de Satoru felizes, algo dentro dela relaxou. Sem pensar muito, ela se sentou.

— Obrigada, mestre.

Matias e Bia sorriram ao ver a cena. O ambiente ficou leve, com uma sensação de família se formando ao redor da mesa.

Após todos terminarem de comer, Matias e Bia se levantaram para ir embora.

— Quartos disponíveis, pai. — disse Satoru, oferecendo um lugar para Matias ficar.

Matias sorriu, balançando a cabeça.

— Filho, aqui é seu. Vou para minha casa. Venha me ver sempre que estiver livre… Parece que não vou te ver com frequência agora, não é?

Satoru ficou em silêncio por um momento. Ele percebeu...

— Sim, pai. — respondeu Satoru, sem tentar esconder nada.

Enquanto caminhavam juntos, Bia olhou para Matias e disse baixinho:

— Você sabe que seu filho não é o mesmo, não é?

Matias riu levemente, sem demonstrar surpresa.

— Eu sei. Não sei quem está no lugar dele, mas... — ele ergueu a mão, mostrando um anel antigo. — Este anel purifica energia demoníaca. Se algo maligno estivesse nele, o anel teria brilhado... Mas não brilhou. Isso significa que meu filho morreu.

Bia olhou para ele, absorvendo aquelas palavras.

— Que bom... Eu também não vejo seu filho. Só vejo sombras. Ele parece ser brutal, mas ao mesmo tempo gentil... Ele quer mudar o destino, acredita?

Matias suspirou e sorriu.

— Isso é bom. Eu o considero meu filho, pois não vejo falsidade nele.

Os dois seguiram para suas casas, desaparecendo na escuridão agora iluminada pelos postes recém-instalados.

Satoru ficou parado por um instante, observando-os partir. Um leve sorriso surgiu em seu rosto.

— Parece que eles sabem que não sou o verdadeiro filho de Matias... Mas ele não me rejeitou.

 

Mary já havia se levantado e terminado de lavar as louças quando ficou observando Satoru.

— Mary, pode escolher um quarto para você. Fique à vontade.

Ela hesitou antes de responder:

— Eu não ia dormir com você, mestre?

Satoru se levantou, aproximou-se dela e bagunçou seus cabelos com um cafuné.

— Eu sou um homem.

Mary o encarou sem mudar a expressão.

— Não tem problema. Eu sou sua.

Sem perder tempo, Satoru puxou sua bochecha com firmeza.

— É uma ordem minha. Fique à vontade no seu quarto. Eu me mexo muito quando durmo, você não vai conseguir descansar.

Mary massageou a bochecha avermelhada e, relutante, respondeu:

— Sim, senhor.

Ela subiu as escadas lentamente, e Satoru observou-a com um olhar pensativo.

"Você ainda odeia homens… Se tiver um pesadelo, pode acabar me matando no meio da noite. Melhor prevenir isso."

Logo depois, ele também subiu as escadas e parou na porta do quarto ao lado.

— Boa noite, Mary.

Do outro lado do corredor, Mary já estava parada diante da porta do seu próprio quarto.

— Boa noite, mestre.

Ela entrou no quarto e ficou em silêncio por um momento. O cômodo era grande, com uma cama de casal macia e uma enorme janela que revelava a lua cheia. Mary tirou suas roupas de empregada, encontrando um pijama deixado ali. Depois de vesti-lo, deitou-se na cama, abraçando um travesseiro.

— Mestre, obrigada... Eu nunca dormi numa cama antes...

Seus olhos se fecharam lentamente, e sua respiração ficou calma.

Enquanto isso, Satoru, no quarto ao lado, trocava suas roupas e vestia um pijama. Jogou-se na cama, soltando um suspiro cansado.

— Tô cansado... Vou dormir um pouco...

Assim que fechou os olhos, uma notificação brilhou em sua mente.

[Aviso de Sistema]

Progresso de Final Ruim: 100%

Perigo!!!

Satoru abriu os olhos, sentindo um arrepio na espinha. Algo estava errado.

Satoru fechou os olhos, ignorando o aviso do sistema.

— Algo mudou... Vou verificar isso amanhã.

Ele tentou dormir, mas algo sinistro pairava sobre a vila. Sombras se moviam sobre a lua, e olhos brilhantes de feras observavam a cidade.

No topo de uma colina próxima, um grupo de Demi-humanos — seres mais fortes e ágeis que humanos — analisava o vilarejo.

— Vamos invadir essa vila humana... Assim como os humanos sequestraram nosso povo! — disse um deles, rangendo os dentes.

Outros guerreiros concordaram, prontos para o ataque. No entanto, eles não sabiam que a vila abrigava alguém que não era humano.

Alguém que não tinha nome.

Alguém que era apenas sombras.

Satoru.

---

Três minutos depois...

Um Demi-humano tremia diante de uma cena aterradora.

O chão estava coberto de corpos inconscientes de seus companheiros. O cheiro de sangue impregnava o ar.

Na sua frente, um homem de olhos vermelhos brilhantes, segurava um de seus guerreiros pelo pescoço.

Satoru, com um sorriso frio, arremessou o Demi-humano ao chão como se fosse um brinquedo quebrado.

— Eu tô bastante irritado... — sua voz estava rouca e carregada de raiva. — Eu tava quase dormindo quando vocês começaram a fazer bagunça.

Os Demi-humanos, antes tão arrogantes, estavam apavorados.

Satoru não era perigoso por causa de magia ou mana.

Ele era perigoso porque era brutal.

Os guerreiros restantes, dominados pelo medo, correram sem olhar para trás.

Satoru os observou desaparecerem na floresta e soltou um longo suspiro. Seu olhar vermelho começava a perder o brilho, mas sua raiva ainda pulsava no peito.

Foi então que Mary apareceu ao seu lado.

Com os instintos afiados e a fúria ainda dominando seus sentidos, Satoru agarrou-a pelo pescoço em um movimento rápido.

Mary não demonstrou medo.

— Mestre, sou eu...

Os olhos de Satoru brilharam por um instante, mas então a luz vermelha desapareceu. Ele lentamente soltou Mary, colocando-a no chão.

— Desculpa, Mary... Eu não tô de bom humor.

Mary apenas sorriu.

— Tudo bem.

Satoru suspirou e, sem pensar, puxou-a para perto, abraçando-a com força.

Levando uma das mãos até o rosto dela, esfregou o próprio rosto contra o dela como uma criança manhosa.

— Você perdoa seu mestre, Mary?

Mary continuava com sua expressão apática, sem demonstrar nenhuma emoção.

— Sim, mestre.

Satoru afastou-se e cruzou os braços.

— Minha força vem da raiva. Eu não tenho mana nem magia. Preciso descansar um pouco.

Mary abaixou a cabeça levemente.

— Mestre, durma bem. Eu cuido do resto.

Satoru assentiu e caminhou de volta para seu quarto, exausto.

---

Mas Mary...

Assim que Satoru desapareceu, a expressão dela mudou completamente.

Seus olhos se tornaram sombrios e dilatados, e seu cabelo começou a ficar branco.

O ar ao seu redor parecia pesado.

Virando-se para os Demi-humanos caídos, Mary sussurrou com um tom gelado e assassino:

— Como ousam perturbar o descanso do mestre?

Isso... não tem perdão.

Continua

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PS Romântico

PS Romântico

hum...

2025-03-18

1

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