Capítulo 3: Companhia Raposa

Camila, a executiva da Companhia Raposa da Lua, franziu a testa ao ouvir o relato do comerciante.

— Quem é esse garoto?

O homem gordo deu de ombros, coçando a barriga suada.

— Não faço ideia. Mas ele comprou a garota do bordel. Pagou trinta moedas de prata…

Camila estreitou os olhos.

— Trinta? Ela não valia nem cinco.

O comerciante assentiu, confuso.

— Também achei estranho.

Camila não perdeu tempo. Seu corpo se desfez em sombras, desaparecendo do local.

No instante seguinte, reapareceu atrás de Satoru, escondida em sua sombra enquanto ele caminhava pela vila, segurando Mary pela cintura. O sol já esquentava, e quando Camila pensou que não tinha sido notada…

— Não gosto que fiquem escondidos na minha sombra.

A voz de Satoru foi fria e direta.

Camila se revelou com um sorriso debochado, saindo das sombras.

— Heh. Eu sabia. Você fez de propósito para chamar minha atenção.

Satoru continuou andando, sem sequer olhar para ela.

— Não se acha demais? Eu só quero seu dinheiro.

Camila riu.

— Meu dinheiro? Então quer dizer que tem informações para trocar?

Satoru fez uma pausa, antes de soltar as palavras com calma.

— O Ganso é um espião da Companhia Aranha.

O sorriso de Camila sumiu. Seu rosto ficou vermelho de raiva, veias saltando no pescoço. Num piscar de olhos, ela pressionou uma adaga contra o pescoço de Satoru.

— Não brinca com coisa séria. Ou essa vila deixa de existir.

Satoru, sem se abalar, olhou diretamente nos olhos dela.

— Está com medo da verdade?

Os olhos de Camila brilharam de fúria. Após um breve silêncio, ela jogou um saco pesado de moedas de ouro na mão de Satoru.

— É bom que isso seja verdade.

E, num instante, desapareceu.

Satoru olhou para o ouro em suas mãos, um brilho sutil no olhar.

— Rica…

Mary, ao seu lado, falou pela primeira vez em um tom seco.

— Não ia me entregar?

Satoru virou-se para ela, sua expressão agora séria e calma.

— Nem por um rio de moedas de ouro.

Mary o encarou sem emoções.

— Eu não tenho nada. Até meu corpo já não é puro…

Satoru soltou um suspiro leve.

— Não comprei você para aliviar meu estresse sexual. Quero que me sirva… como guarda-costas.

Mary arregalou os olhos, surpresa.

— Eu… eu nunca peguei numa espada.

Os olhos de Satoru brilharam friamente.

— Não responda para seu mestre.

Mary baixou o olhar, um pouco aliviada.

— Obrigada, mestre…

Satoru continuou caminhando, enquanto sua mente se enchia de lembranças.

"Nem a pau que te deixo virar a Rainha da Calamidade. Uma humana que, de tanto sofrer nas mãos dos humanos, se aliou ao reino demoníaco e causou a devastação… Mas agora, ela será minha."

De repente, uma janela flutuante apareceu diante dele, como em um jogo.

> Progresso de Final Ruim: -99%

Satoru observou a notificação e sorriu.

— Que bom… o futuro mudou.

A caminhada pela vila revelou algo a Satoru: lojas ilegais estavam por toda parte, operando sem pagar impostos. Por ser um território do interior, muitos comerciantes tiravam proveito da falta de fiscalização.

Ele parou diante de uma pequena loja de medicina.

— Quanto custam as poções de recuperação?

Um velho mercador, de rosto marcado pelo tempo, olhou para Mary e disse:

— Uma moeda de ouro por unidade. Mas… olhando para sua escrava, ela parece na pior. Faço um pacote completo por dez moedas. Desconto da casa.

Mary arregalou os olhos.

"Que caro… uma fortuna."

Satoru olhou fixamente para o velho antes de sorrir levemente.

— Ted, eu gostei de você. Não mentiu para mim.

O velho ficou surpreso.

— Me conhece?! Eu cheguei essa semana na vila. Quem é você?!

Satoru cruzou os braços.

— Sou o herdeiro desta vila.

Ted ficou tenso.

— Eu… eu ia falar com o lorde.

Satoru estreitou os olhos.

— Eu sei que você não é pilantra. Tem meu apoio. Pode continuar vendendo. Vou te dar preferência nas vendas.

Ted relaxou e sorriu.

— Obrigado, jovem mestre.

Satoru jogou dez moedas de ouro sobre o balcão, pegando a sacola com os medicamentos.

— Tenha um bom dia, Ted.

— O senhor também.

Continuando a caminhada, Satoru avistou um ateliê. Seu olhar se suavizou por um instante.

— Que bom que ela ainda não se mudou…

Ele entrou, ouvindo o sino da porta tocar.

No interior, uma mulher de cabelos brancos trabalhava calmamente em um pedaço de tecido. Ela era cega, mas sua habilidade com a costura era incomparável.

— Quem é você? — ela perguntou, levantando o rosto levemente.

Satoru sorriu.

— Sou Ananias, filho de Matias.

A mulher, chamada Bia, sorriu de leve.

— Eu me refiro a você de dentro.

Satoru soltou um suspiro e respondeu.

— Sou alguém tentando mudar o seu futuro.

Bia ficou em silêncio por um momento antes de murmurar:

— Só vejo sombras com meus olhos da alma…

Satoru assentiu.

— Mesmo que a lua esteja radiante, sempre terá um lado obscuro.

Bia suspirou.

— Você tem razão. O que deseja?

— Roupas de empregada. E roupas íntimas.

Bia franziu a testa.

— Roupas íntimas?

Satoru pegou um pedaço de papel e começou a desenhar. O conceito de sutiã e calcinha ainda não existia nessa era, mas ele conhecia bem a necessidade deles.

Bia passou a mão sobre o desenho.

— Que roupas bonitas… Vou preparar tudo. Fiquem à vontade.

Satoru olhou para o fundo da loja.

— Posso usar seu banheiro?

Bia sorriu.

— Sem problemas.

Satoru entrou no pequeno banheiro e começou a encher a banheira de madeira.

Continua...

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PS Romântico

PS Romântico

ahhhhh.

2025-03-18

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