meu Deus oque eu falei

Sofia narrando

continuação

Minhas mãos vão automaticamente pro pescoço dele, puxando ainda mais. Se ele quer jogar sujo, eu também sei.

Ele desce as mãos até minha coxa, apertando forte. O beijo fica mais intenso, como se ele quisesse provar alguma coisa, como se quisesse deixar claro que eu sou dele.

Quando ele finalmente afasta os lábios dos meus, ainda mantém o rosto colado no meu, a respiração pesada.

— Tu me deixa louco, Sofia.

A voz dele tá rouca, carregada de algo que eu não sei explicar, mas que me faz arrepiar inteira.

Eu olho nos olhos dele, vejo a fúria misturada com desejo. Vejo um homem acostumado a ter tudo o que quer, e agora ele me quer.

— E isso te incomoda? — Provoco, sorrindo de leve, sentindo o poder que tenho sobre ele.

Ele solta um riso baixo, balançando a cabeça.

— Isso me fode.

Ele morde o próprio lábio, como se tentasse se segurar.

Mas eu não quero que ele se segure.

— Então fode de vez. — Sussurro contra os lábios dele.

Os olhos dele brilham, e eu sei que acabei de jogar gasolina no fogo.

Os olhos dele escurecem na hora. Sei que acabei de atiçar algo nele, algo que talvez eu não esteja pronta pra lidar.

Mas agora já era.

As mãos dele apertam minha cintura com mais força, me puxando ainda mais pra ele. Meu corpo se encaixa no dele como se fosse feito pra isso.

— Cuidado com o que deseja, pequena. — A voz dele sai rouca, carregada de algo que faz meu estômago revirar.

Sorrio de canto, passando a ponta dos dedos pelo rosto dele, provocando.

— Desde quando você tem medo de um desafio, Lobo?

Ele solta um riso pelo nariz, mas é um riso perigoso.

— Eu nunca tive medo de nada.

A mão dele sobe pela minha coxa, lenta, como se quisesse testar meus limites. Meu coração acelera, minha respiração falha.

— Então por que ainda tá falando e não tá fazendo?

Não sei de onde tiro coragem pra soltar isso, mas assim que as palavras saem, ele age.

Sem aviso, me levanta na água, me fazendo prender as pernas ao redor dele. O olhar dele queima o meu, e eu vejo claramente o que ele quer.

— Você me provoca demais, Sofia… — Ele sussurra, roçando os lábios nos meus. — E eu sou um homem que toma o que é meu.

Antes que eu possa responder, o som de alguém chamando Lobo nos tira daquele transe.

Ele fecha os olhos por um segundo, respirando fundo, como se tentasse se controlar.

Me coloca de volta na água, sem soltar minha cintura.

— Isso ainda não acabou. — Ele diz, olhando fundo nos meus olhos.

Depois se afasta, saindo da piscina como se nada tivesse acontecido.

Fico ali, tentando recuperar o ar, tentando entender o que diabos acabou de acontecer.

E, principalmente, tentando entender o que eu vou fazer agora que sei que ele não vai parar até conseguir o que quer.

Saio da piscina com calma, espremendo os cabelos molhados antes de pegar minha saia e vestir. Sinto os olhares em mim, principalmente o dele.

Mas a loira também percebe.

Ela se aproxima dele e passa a mão no peito dele, como se quisesse marcar território. Como se quisesse me lembrar do lugar dela ali.

Eu só sorrio de canto, sem dar importância.

Olho pras meninas e me despeço.

— Vou tomar um banho e me deitar, aproveitem.

Elas fazem cara feia, tentando me convencer a ficar, mas já decidi. Subo sem pressa, entro no meu quarto e vou direto pro banheiro.

A água quente relaxa meus músculos, mas minha cabeça não relaxa nem um pouco.

Tudo que aconteceu na piscina. O jeito que ele me puxou, me beijou, me provocou.

O jeito que me olhava como se eu fosse só dele.

E agora tá lá, deixando outra encostar nele.

Saio do banho, visto uma roupa leve e deito na cama.

Fecho os olhos e tento não pensar em nada.

O sono vem rápido, e quando acordo já tá escuro.

Pego o celular, olho a hora.

19h.

Solto um suspiro e me espreguiço.

Lá fora, ainda tem barulho, risadas, música. A festa ainda tá rolando.

Mas eu tô sem paciência.

Me viro na cama, tentando decidir se volto a dormir ou se levanto.

Só que antes que eu decida, escuto batidas na porta.

E eu já sei quem é.

Escuto as batidas na porta e meu coração dispara.

Eu sei quem é.

Me levanto da cama, o movimento automático, como se eu soubesse que algo está prestes a acontecer, algo que talvez eu não possa controlar.

Quando abro a porta, vejo ele. Lobo, parado ali, com aquele olhar fixo, intenso.

— Eu sabia que você ia vir. — Falo, sem conseguir esconder a irritação na voz.

Ele não diz nada de imediato. Apenas entra no quarto com a calma habitual, fechando a porta atrás de si.

— Eu não vou ficar aqui te esperando. — Digo, tentando manter a postura.

Ele se aproxima lentamente, e sinto o peso do corpo dele no ambiente. Ele não responde, apenas fica me observando, como se estivesse me analisando por completo.

Me sinto vulnerável, e isso me irrita ainda mais.

— O que você quer, Lobo? — Pergunto, tentando esconder a tensão que se acumula dentro de mim.

Ele dá um passo à frente, e é como se a temperatura do quarto subisse.

— Eu quero o que é meu, Sofia. — A voz dele sai grave, profunda.

Eu quero me afastar, mas algo em mim diz que é inútil. Ele já dominou o espaço, a situação.

Meus pensamentos estão em um turbilhão. Eu deveria mandá-lo embora, deveria deixar claro que não vou me submeter a esse jogo. Mas eu sei, lá no fundo, que ele vai fazer o que quiser de qualquer maneira.

— Você não manda em mim. — Falo com mais firmeza, mas não sei se estou convencendo ele ou a mim mesma.

Ele sorri de canto, aquele sorriso de quem sabe exatamente o que está fazendo.

— Você acha mesmo que não manda? — Ele chega mais perto, seu rosto tão próximo do meu que posso sentir a respiração dele na minha pele.

E, antes que eu possa responder, ele me puxa para mais perto, beijando-me de forma possessiva, quase violenta.

Agora, o que eu sinto é um conflito interno, algo difícil de explicar. Não sei se devo lutar ou me entregar.

continuação..

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