um tapa

Sofia narrando

continuação

Ficamos em silêncio por um instante, apenas nos encarando, cada um esperando o outro recuar. Mas nenhum de nós recua.

Ele continua discutindo, falando que eu provoco, que faço jogo, que no fundo gosto de ver ele desse jeito. Mas eu já tô cansada.

Cruzo os braços e o encaro, respirando fundo antes de soltar:

— Quer saber? Você tem razão, Lobo. Eu gostei do nosso beijo. Gostei pra caramba. Mas isso não significa que eu vou ficar sem beijar só porque você quer.

Vejo o corpo dele enrijecer na hora, os olhos escurecendo ainda mais. Mas continuo, porque quero testar até onde ele aguenta.

— Claro que vou ficar com outros homens. Por que não ficaria? Você mesmo disse que pode ter qualquer mulher que quiser. E eu? Também posso ter quem eu quiser.

Ele dá um passo para frente, e eu sei que passei do limite. O peito dele sobe e desce rápido, a respiração pesada, como um animal prestes a atacar.

— Repete. — A voz dele sai baixa, perigosa.

Meu coração acelera, mas não desvio o olhar.

— Eu vou ficar com outros homens.

Ele avança tão rápido que eu mal tenho tempo de reagir. Em um segundo, ele me puxa, me prendendo contra ele com força, o rosto colado no meu.

— Você não vai. — Ele rosna, os olhos pegando fogo.

— Quem vai me impedir? Você? — Provoco, sentindo meu corpo inteiro vibrar com a proximidade.

Ele aperta ainda mais minha cintura, os dedos cravando na minha pele por cima do tecido do babydoll. Seu olhar desce até minha boca, e por um segundo, acho que ele vai me beijar. Mas ele se segura.

— Você é minha, Sofia. Aceita isso de uma vez.

Meu peito sobe e desce rápido, minha respiração acelerada. Ele me confunde, me bagunça, me tira do eixo.

— Eu não sou de ninguém, Lobo.

Ele solta uma risada seca, sem humor.

— Vamos ver até quando. -- ele diz me olhando .

— A gente não tem nada, Lobo! — Grito, sentindo meu corpo tremer de raiva e adrenalina. — Você é solteiro e eu também! Para de cobrar algo que não existe!

Os olhos dele queimam nos meus, mas eu não paro.

— Me deixa em paz! Se você pode fder, eu posso, cralho. Posso e vou, com quem merece!

A última frase sai como um desafio. Sei que passei do limite, mas não vou me calar. Não vou deixar ele me tratar como se eu fosse uma propriedade dele.

O tapa vem rápido, forte o suficiente para minha cabeça virar para o lado. Meu rosto arde, mas não faço nenhum som. Apenas respiro fundo, mantendo os olhos fixos no chão.

Ouço passos apressados, e de repente, Marcela surge, puxando Lobo para trás com a ajuda de LK.

— Repete, p*rra! — Ele solta com raiva, lutando contra o aperto deles. — Repete!

Mas eu não digo nada. Não me mexo. Não tenho reação nenhuma.

Meus olhos ardem, minha respiração está pesada, mas não vou dar o gosto de reagir. Não vou chorar, não vou gritar, não vou implorar nada.

— Já chega, Lobo! — Marcela grita, segurando o braço dele com força. — Olha o que você tá fazendo!

— Solta.. --- ele diz

Mais Marcela não quer soltar mais ele grita de novo.

— Solta, Marcela! — Lobo rosna, tentando se soltar.

— Não! — Ela grita de volta, com os olhos furiosos. — Olha pra ela, olha o que você fez, p*rra!

LK segura ele ainda mais forte, puxando para trás, mas Lobo ainda me encara, ofegante, os olhos cheios de raiva e alguma coisa que não sei decifrar.

Eu continuo parada. Não abaixo a cabeça, não recuo. Minha bochecha arde, minha respiração ainda está pesada, mas me recuso a demonstrar qualquer fraqueza.

— Você tá maluco, irmão? — LK fala, empurrando ele para trás. — Bateu nela por quê? Porque falou umas verdades?

Lobo trava a mandíbula, os punhos fechados, o peito subindo e descendo rápido.

— Fala, Lobo! — Marcela continua. — O que tem de errado no que ela disse? Você f*de quem quiser, mas quer controlar ela?

Ele me olha, e por um segundo, vejo algo passar por seu rosto. Arrependimento? Culpa?

Não sei.

Mas não me interessa.

— Eu tô bem. — Digo, minha voz firme. — Pode soltar ele.

Marcela me encara, surpresa. LK solta uma risada irônica.

— Certeza?

Assinto.

Lobo ainda me olha, como se tentasse entender o que estou pensando. Mas eu não vou dar esse gostinho.

Marcela solta o braço dele devagar, mas ainda fica perto, como se estivesse pronta para intervir de novo.

Lobo dá um passo à frente.

— Isso não acabou. — A voz dele sai baixa, carregada de algo perigoso.

Levanto o queixo, o olhando diretamente nos olhos.

— Eu sei... -- digo e ele sair.

— Isso é entre mim e ele.

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