Lobo narrando
Puxo ela com força, sentindo seu corpo pequeno colado no meu. Meus lábios encontram os dela em um beijo cheio de desejo, sem pressa, sem hesitação. O gosto dela me atiça, e minhas mãos descem para apertar sua cintura, trazendo-a ainda mais para perto.
Ela se entrega no início, mas logo afasta o rosto, respirando ofegante. Seu olhar cruza o meu, confuso, como se tentasse entender o que diabos tá acontecendo entre a gente. Nem eu sei. Só sei que não consigo evitar.
— Lobo... — ela começa, mas coloco o dedo nos seus lábios.
— Não fala nada. Só sente. — Minha voz sai mais rouca do que eu esperava.
Ela fecha os olhos por um instante, e eu aproveito para deslizar o polegar por sua bochecha quente. O silêncio entre a gente é carregado, cheio de uma tensão que só cresce. Ela poderia fugir, mas não faz isso.
— Você gosta de mandar em tudo, né? — Ela diz baixinho, a voz embargada, como se tentasse recuperar o controle.
Sorrio de canto.
— Sempre. E com você não vai ser diferente.
Ela solta um riso fraco, sem humor.
— Eu não sou uma das suas ordens, Lobo.
Seguro seu queixo, fazendo ela me encarar de novo.
— Não. Mas é minha agora.
Ela arregala os olhos, mas antes que possa responder, solto sua cintura e dou um passo para trás. Se eu ficar mais um segundo colado nela, não vou conseguir parar.
— Vai dormir, Sofia. Amanhã a gente conversa.
Vejo a dúvida no rosto dela, mas ela apenas assente, ajeitando os cabelos antes de se afastar. Eu fico ali, observando ela sumir escada acima, sentindo uma merda de sensação estranha dentro de mim.
Isso ainda vai dar problema. E eu não tô nem um pouco afim de evitar.
Fico ali parado, olhando a porta do quarto dela se fechar. Meu corpo ainda tá quente, minha respiração pesada. Eu devia ter me segurado, mas porra… essa mina mexe comigo de um jeito que nenhuma outra conseguiu.
Passo a mão no cabelo, respiro fundo e vou pra cozinha. Preciso de um copo d’água ou qualquer coisa que me faça esquecer o gosto dela na minha boca. Mas não adianta. Nem o líquido gelado descendo pela garganta consegue apagar a merda que eu acabei de fazer.
Sento no sofá da sala, pegando um cigarro. Acendo e dou uma tragada longa, soltando a fumaça devagar. Meu celular vibra no bolso. Olho a tela: mensagem do LK.
LK: “Já tô no QG. Chega aí.”
Jogo o celular na mesa. Tô sem cabeça pra essa porra agora.
Meu olhar volta pras escadas. O quarto dela tá ali, tão perto… Se eu quisesse, eu podia entrar. Podia mostrar pra ela o que realmente significa ser minha. Mas ela não é como as outras. Sei disso. Ela tem fogo nos olhos, não se dobra fácil.
E talvez seja exatamente isso que tá me deixando viciado.
Dou outra tragada no cigarro e me levanto. Melhor eu sair daqui antes que faça mais merda.
Subo pro meu quarto, troco de roupa rápido e pego a arma. A noite ainda tá longe de acabar, e eu preciso de algo que me distraia.
Mas sei que, não importa onde eu vá, ou o que eu faça, a porra do gosto dela ainda vai estar na minha boca.
Lobo narrando
Saio de casa com a mente ainda a mil. O cheiro dela grudado em mim, o gosto daquele beijo ainda na minha boca. Preciso esfriar a cabeça, e o único jeito de fazer isso é me ocupando com algo que não envolva ela.
Entro no carro e acelero em direção ao QG. O rádio tá desligado, só o barulho do motor cortando a madrugada. Minha mão aperta o volante com força. Desde quando uma mulher me deixa assim? Eu sou o chefe dessa porra toda. Sempre tive controle, sempre fui o predador. Mas agora… agora tem uma porra de um furacão no meu peito, e ele tem nome.
(...)
Chego no QG e os caras já tão lá. LK me espera do lado de fora, tragando um baseado. Quando me vê, solta a fumaça e dá um meio sorriso.
— Achei que ia dar bolo. — ele fala, me entregando um copo de whisky.
— Preciso de uma distração. — respondo seco, virando o copo de uma vez. O álcool desce queimando, mas nem isso apaga a merda da sensação que tenho no peito.
Gaspar e uns outros chegam, falando sobre um carregamento novo. Muralha também mandou recado, quer reunião pra resolver uns negócios. Eu devia estar focado nisso, devia estar pensando no dinheiro, no poder, nas estratégias. Mas minha mente insiste em voltar pra ela.
— Que foi, chefe? Tá calado. — LK pergunta, me olhando de canto.
— Nada. — respondo, jogando o copo vazio na mesa. — Bora resolver essa porra logo.
E assim a noite segue, entre negócios, armas e bebida. Mas no fundo, eu sei.
Nada disso vai me fazer esquecer aquela garota.
Passo a mão no rosto tentando afastar a sensação que ainda tá grudada em mim. O gosto dela, o cheiro, o jeito que o corpo dela se encaixa no meu. Caralho. Eu preciso tirar essa porra da cabeça antes que fique pior.
No QG, a música alta, o cheiro de maconha e bebida no ar me fazem lembrar de quem eu sou. Aqui ninguém me questiona, ninguém me faz sentir nada além de poder. Meu olhar varre o lugar até encontrar uma loira nova, dessas que chegam sabendo quem manda. Ela me olha e sorri, como se já soubesse o que vai acontecer.
Eu me levanto e caminho até ela, pegando firme na cintura e puxando pra perto.
— Qual é o seu nome? — pergunto, mesmo sem me importar com a resposta.
— Qualquer um que você quiser, chefe. — ela responde, mordendo os lábios
É disso que eu preciso. Uma distração. Algo pra me lembrar que eu sou Lobo, que eu não me apego, que mulher nenhuma me tira do eixo
Subo com ela pro quarto nos fundos do QG, empurrando a porta sem cerimônia. Ela já começa a se soltar, mas minha cabeça ainda tá em outro lugar. Meus olhos fecham por um segundo e o rosto que aparece na minha mente não é o dela. É o de Sofia.
A raiva bate forte. Eu não posso permitir isso. Sofia não pode ser mais do que um momento, uma curiosidade passageira.
Sem pensar muito, puxo a loira pra cama e faço o que sei fazer de melhor: uso o corpo dela pra tentar esquecer a única mulher que realmente tá me bagunçando.
--- que delicia....chefe-- ela diz e eu continuo metendo
continuação
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Atualizado até capítulo 27
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