nada tirava ela da cabeça

Lobo narrando

Eu já tava no limite. A forma como ela me desafiava, como me olhava sem medo, como se eu não fosse nada... Me segurando pra não fazer merda.

Mas quando ela soltou aquela p*rra...

"Se você pode fder, eu posso, cralho. Posso e vou, com quem merece."

Foi o fim.

Minha visão escureceu. O ódio subiu tão rápido que nem pensei. Minha mão pesou e, quando percebi, já tinha dado um tapa.

Forte. Na força do ódio.

Ela virou o rosto, mas não chorou, não gritou. Nem um som. Só ficou ali, respirando fundo, segurando firme.

Isso me desgraçou ainda mais.

Porque qualquer uma choraria, imploraria, sairia correndo. Mas Sofia não. Ela ficou ali, olhando pro nada, me fazendo sentir uma p*rra de culpa que eu nunca senti antes.

Que inferno!

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Marcela apareceu. Já veio pra cima, puxando meu braço com força.

— Que p*rra é essa, Lobo?! — Ela gritou, os olhos cheios de fúria.

LK veio junto, segurando meu outro braço.

— Tá ficando maluco, irmão?

Eu tentei me soltar, o sangue fervendo.

— Solta, car*lho!

— Vai se acalmar primeiro! — LK rebateu.

Mas meus olhos não saíam de Sofia.

— Repete, p*rra! — Eu rosnei pra ela, querendo ouvir de novo, querendo ver se ela ia ter coragem.

Mas ela não disse nada.

Só ficou ali, parada, com aquele olhar que me fez sentir um peso no peito.

Porra, que m*rda era essa?

Eu queria quebrar tudo. Queria arrancar ela dali, jogar na minha cama e fazer ela entender que era minha. Só minha.

Mas ao invés disso, fiquei ali, sendo segurado pela minha irmã e pelo meu sub, enquanto ela me olhava como se eu fosse só mais um idiota qualquer.

Inferno.

Respirei fundo, tentando recuperar o controle.

— Isso não acabou. — Falei, e vi o queixo dela levantar, desafiando.

— Eu sei. — Ela respondeu, sem medo nenhum.

Car*lho... Essa mulher ainda vai me destruir.

Eu saí dali sem olhar pra trás, mas por dentro, a raiva ainda queimava. O peito subia e descia rápido, a mão ainda formigava do tapa.

Entrei no carro e bati a porta com força. LK veio atrás, mas não disse nada. Só ficou me olhando enquanto eu ligava o motor e saía cantando pneu.

Minha cabeça tava um caos.

A porra da Sofia me tirava do eixo de um jeito que ninguém nunca fez. Desde que essa garota apareceu, nada mais fazia sentido. Eu tentava me afastar, mas ela voltava. Tentava controlar, mas ela me desafiava. Tentava ignorar, mas cada maldito detalhe dela ficava gravado na minha mente.

E agora, essa merda…

Ela dizendo que ia dar pra outro.

Só de pensar nisso, meus dentes rangem e minha mão aperta o volante com tanta força que parece que vai quebrar.

Eu acelero mais, precisando extravasar essa merda toda. Vou pro QG, porque sei que lá tem o que preciso.

Mulheres, bebidas, qualquer coisa que me faça esquecer.

Mas a real é que nem isso adianta.

Mesmo depois de horas, mesmo depois de uma morena rebolando no meu colo, mesmo depois de beber mais do que devia...

O rosto dela continua na minha cabeça.

A forma como me olhou depois do tapa.

Aquela merda de olhar.

Jogo o copo no chão, irritado. Levanto de uma vez, afastando a mulher que tava comigo, e saio do QG.

Eu preciso sair daqui.

Preciso sumir um tempo, antes que eu faça uma merda ainda maior.

Volto pra casa ainda com a mente fervendo. A noite no QG não serviu pra p*rra nenhuma. Nenhuma bebida, nenhuma mulher conseguiu tirar a Sofia da minha cabeça.

Entro batendo a porta, jogo as chaves na mesa e respiro fundo, tentando me acalmar. Mas é inútil. O ódio ainda tá ali, misturado com um sentimento que me desgraça por dentro.

Subo as escadas devagar, passando a mão no rosto. O silêncio da casa me irrita. Queria que tivesse barulho, queria qualquer coisa que não me deixasse pensar.

Mas quando chego no corredor, vejo a luz do quarto dela acesa.

Minha respiração falha por um segundo.

Eu devia seguir direto pro meu quarto. Fechar a porta e esquecer essa merda.

Mas meu corpo tem vontade própria.

Antes que eu perceba, já tô abrindo a porta dela.

Sofia tá sentada na cama, de costas pra mim, com os joelhos abraçados. Quando ouve o barulho da porta, vira o rosto e me encara.

O olhar dela ainda tem aquela mesma firmeza de antes. Mas agora… tem algo mais.

Algo que me faz travar.

— O que você tá fazendo aqui? — Ela pergunta, a voz sem emoção.

Fecho a porta atrás de mim devagar, sem responder.

Eu mesmo não sei o que tô fazendo aqui.

Só sei que não consigo ficar longe.

O quarto tá iluminado só pelo abajur, mas consigo ver cada detalhe dela. O cabelo bagunçado, as pernas expostas pelo short curto, a forma como respira fundo, como se estivesse tentando manter o controle.

Mas eu sei que tô afetando ela. Sei que, por mais que tente disfarçar, alguma coisa dentro dela também tá em guerra.

Eu me aproximo devagar.

— Falei que isso não tinha acabado. — Digo, a voz baixa, rouca.

Ela ri de canto, mas é um riso sem humor.

— E eu falei que a gente não tem nada.

Isso me irrita mais do que deveria.

Chego perto o bastante pra sentir o cheiro dela. Pego o queixo dela com uma mão, forçando ela a me olhar.

— Para de falar merda. — Sussurro. — Você sente tanto essa p*rra quanto eu.

Ela engole seco, mas não recua.

— O que eu sinto ou deixo de sentir não é problema seu.

Minha mão aperta mais.

— Para de fingir, Sofia.

Ela solta um riso baixo, desafiador.

— Fingir? Eu? Quem é que f*de outra e depois vem aqui querendo me beijar?

Travo o maxilar.

— Você ainda tá nessa?

— Tô, e vou continuar. Você me bateu, Lobo. — Ela diz, firme. — Acha que eu vou esquecer isso só porque você apareceu aqui no meio da madrugada?

Meu peito aperta. Eu odeio admitir, mas sei que ela tá certa.

Solto o queixo dela devagar, respiro fundo.

— Eu perdi a cabeça.

— Perdeu porque não aceita que eu não sou uma das suas. — Ela rebate. — Não sou só mais uma pra você mandar e desmandar.

Fecho os olhos por um segundo.

Eu sei disso.

E talvez seja esse o problema.

Quando abro os olhos de novo, ela ainda tá me encarando, esperando minha reação.

Mas, pela primeira vez, eu não sei o que fazer.

Eu fico ali, parado, olhando pra ela, mas sem saber como continuar. O problema é esse… Com a Sofia, nada segue o que eu tô acostumado.

Com qualquer outra, eu mandava e acontecia. Mas com ela? Ela me enfrentava. Me desafiava. Me tirava do controle de um jeito que nenhuma outra conseguiu.

E isso me f*dia.

Ela ainda me encara, esperando alguma resposta.

— Vai ficar calado agora? — Ela solta, cruzando os braços. — Cadê o fodão do morro?

Aquela provocação me faz dar um passo pra trás.

Não porque tô com medo.

Mas porque, se eu ficar mais um segundo aqui, vou acabar pegando ela de um jeito que eu não devia.

Passo a mão no rosto, respiro fundo.

— Eu não sou um cara bom, Sofia.

— Eu sei. — Ela responde na hora.

Isso me dá um gosto amargo na boca.

Ela não tem medo de mim. E, ao mesmo tempo que isso me instiga, também me enfurece.

Porque significa que ela nunca vai abaixar a cabeça.

E eu não sei lidar com isso.

Faço o que nunca faço com ninguém: dou as costas e saio.

— Boa noite, Sofia. — Digo antes de fechar a porta.

Preciso sair antes que essa mulher me desgraçe mais do que já fez.

No outro dia, acordei com a cabeça pesada, mas com a sensação de que não podia mais deixar tudo aquilo tomar conta de mim. Eu sabia que tinha que seguir com o que tava planejado.

Marcela tinha inventado um churrasco na piscina, um jeito de distrair a galera, fazer a noite virar alguma coisa mais "normal". O lugar já tava ficando movimentado quando eu cheguei.

Os parceiros já estavam chegando. O som alto rolando, cerveja gelada, risadas, tudo no esquema. Mas nada disso me pegava. A mente tava longe.

A sensação de estar com ela ainda pesava. Não era mais o ódio de antes, mas um inferno que eu não sabia como lidar.

A galera tava se ajeitando e, pouco depois, a loira que sempre tava no QG apareceu. Claro que não era surpresa, ela fazia parte das visitas frequentes por ali. Uma das meninas que eu usava quando queria me distrair. Ela se aproxima de mim com aquele sorriso de sempre.

continuação

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