continuação
Sofia narrando
— Assim como? Ignorante? — Respondo, tentando soar despreocupada.
Ela ri, balançando a cabeça.
— Não, Sofia. Paciente. Só de você ter falado com ele daquele jeito na mesa e ele não ter explodido, já significa muito. Ele nunca teve paciência com mulher nenhuma.
Engulo seco. O que ela quer dizer com isso?
Antes que eu possa responder, sinto uma mão agarrar meu braço com força.
— Vem cá, gostosa. — A voz grossa de um homem desconhecido ecoa perto de mim.
Meu corpo congela no mesmo instante, e a adrenalina sobe. Tento puxar meu braço de volta, mas ele aperta ainda mais.
— Me solta! — Digo, minha voz firme, mas meu coração acelerado.
Antes que eu consiga reagir, vejo uma sombra se mover rapidamente na minha direção.
Lobo.
Ele chega voando para cima do cara, sem nem hesitar. O soco acerta em cheio o rosto do homem, que cambaleia para trás, caindo no chão. A música parece parar por um instante, e todos ao redor observam em silêncio.
Me afasto, tentando entender o que tá acontecendo. Lobo tá em cima do cara, socando sem parar. O barulho seco dos socos ecoa na música alta do pagode, e todo mundo ao redor para pra olhar.
— Se encostar nela de novo, eu te mato, seu merda! — Lobo rosna, a voz carregada de ódio.
O cara tenta se defender, mas Lobo é muito mais forte e ágil. Ele dá mais um soco no nariz do homem, que cai pra trás, sangrando.
— Caralho, mano! Foi mal! Eu não sabia! — o cara levanta as mãos, tentando se proteger.
Mas Lobo não quer saber. Ele avança de novo, até que LK e alguns vapores chegam pra segurar ele.
— Já deu, chefe! — LK fala, segurando Lobo pelo braço.
Ele respira fundo, o peito subindo e descendo rápido. Seus olhos ainda estão cravados no homem, como se quisesse matá-lo ali mesmo.
— Some da minha frente antes que eu mude de ideia — ele diz, a voz mais baixa, mas ainda ameaçadora.
O cara não pensa duas vezes. Se levanta e sai quase correndo, o rosto sujo de sangue.
Sinto meu coração batendo acelerado. Não pelo que aconteceu, mas porque, por um momento, vi algo diferente em Lobo. Vi raiva. Vi proteção.
Ele olha pra mim, ainda respirando fundo.
— Tá bem? — pergunta, a voz rouca.
— Tô — respondo, mas minha voz sai mais fraca do que eu queria.
Marcela me segura pelo braço.
— Vamos pra casa.
Lobo continua me olhando, mas não diz nada. Apenas passa a mão pelos cabelos, como se tentasse se acalmar. Vejo Lk falando algo, mais ele continua olhando pra me.
-- Vamos, se você não tiver bem agente vai no posto, você tá branca -- Marcela diz.e eu concordo , olho e ele tá ali olhando calado,foi tudo tão rápido. sentir medo, uma angústia subia no meu peito. fiquei parada, sem reação nenhuma, fiquei sem entender com medo daquele homem. ainda sinto a forma bruta que ele pega no meu braço
E pela primeira vez, vejo um lado dele que nunca imaginei.
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Atualizado até capítulo 27
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