na frente do todos

Sofia narrando

A festa rolava, o som alto, as risadas, todo mundo se divertindo. Mas minha atenção?

Minha atenção tava nele.

Lobo tava sentado com os parceiros, uma loira grudada nele, jogando charme, rindo alto, tentando chamar a atenção dele. Mas o olhar dele?

O olhar dele tava em mim.

O tempo todo.

Ele achava que eu não percebia, mas eu percebia. Cada vez que ele fingia olhar pro nada, cada vez que desviava rápido quando eu cruzava o olhar com o dele.

E se ele podia provocar, eu também podia.

Um dos caras que chegou na festa veio puxar papo comigo. Não sei nem o nome, mas pouco importava.

Deixei ele falar, ri das piadas sem graça, joguei o cabelo pro lado. Tudo pra ver até onde Lobo ia aguentar.

A resposta veio rápido.

Do nada, ele surgiu ao nosso lado, com aquela presença pesada, olhar fechado, mandíbula travada.

— Que p*rra é essa? — Ele falou direto, olhando pro cara.

O clima pesou.

O rapaz se afastou na hora, levantando as mãos.

— Foi mal, irmão, não sabia que ela era tua.

Revirei os olhos, já irritada com essa merda.

— Eu não sou de ninguém.

Mas Lobo não olhou pra mim. Só manteve os olhos no cara, que entendeu o recado e saiu.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, senti meu braço sendo puxado.

Lobo me levou pra um canto afastado da casa, longe dos olhares curiosos.

— Tá brincando comigo, Sofia?

Cruzei os braços, encarando ele.

— Brincando com você? Você que tava com outra no colo e quer vir cobrar alguma coisa de mim?

— Não f*de. Você fez isso de propósito.

Ri sem humor.

— Fiz? Ou você que não aguenta me ver com outro?

Ele me olhou daquele jeito intenso, que me deixava sem fôlego.

— Você não quer ele.

— E você acha que sabe o que eu quero?

— Sei. — Ele deu um passo pra frente, me encurralando contra a parede. — Sei que você quer jogar comigo, mas não entende que esse jogo eu sempre ganho.

O coração acelerou, mas eu não podia demonstrar.

— Pois eu não sou prêmio pra você ganhar, Lobo.

Ele abriu um sorriso torto, aproximando mais o rosto do meu.

— Não. Você é um problema. O pior problema que já tive.

Antes que eu respondesse, a porta foi aberta de repente.

Marcela.

Os olhos dela foram de mim pra ele, e depois voltaram pra mim.

— Que p*rra tá acontecendo aqui?

Desviei rápido, me afastando dele.

— Nada. Eu já tava saindo.

E saí, antes que ele me prendesse ali de novo.

Marcela veio atrás, chamando meu nome.

Mas minha mente?

Minha mente ainda tava lá, presa no olhar dele.

Fui pra dentro da casa, tentando ignorar o turbilhão na minha cabeça.

Marcela veio atrás, me olhando como se tentasse encaixar as peças do quebra-cabeça.

— Amiga… você e meu irmão estão tendo algo?

Suspirei, sentindo o coração ainda acelerado por causa da conversa com ele.

— Não sei… A gente só se beijou uma única vez.

Marcela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas logo fechou.

Peguei meu maiô e comecei a me trocar. Ela continuou me encarando, como se tivesse tentando decidir se falava ou não.

Quando terminei de me vestir, ela finalmente soltou:

— Sofia, Lobo não é de beijar…

Parei por um segundo, analisando as palavras dela.

— Mas ele me beijou… — Olhei pra ela, tentando entender. — Ele transa com as putas e não beija elas?

Marcela negou com a cabeça.

Aquilo me pegou de jeito.

Se ele não beijava ninguém… por que me beijou?

Desci com ela de volta pra festa, minha mente a mil.

E então, lá estava ele.

Sentado com os parceiros, uma cerveja na mão. A loira do QG ao lado dele, mas a atenção dele?

A atenção dele tava toda em mim.

Vi quando ele me olhou de cima a baixo, o maxilar travando ao me ver só de maiô, com a saia de pano curtinha por cima.

A loira seguiu o olhar dele e me encarou também, percebendo na hora.

Lobo negou com a cabeça devagar, como se dissesse "não faz isso".

Mas era tarde demais.

Porque agora eu queria jogar esse jogo

Me sentei com as meninas, rindo e conversando, tentando ignorar a presença dele e da loira. A carne tava boa, o clima da festa tava leve, e eu não ia deixar nada estragar meu momento.

Mas claro que sempre tem alguém querendo testar minha paciência.

A loira começou a se aproximar, andando com aquele ar de superioridade, cercada por outras mulheres. Dava pra ver que elas eram amantes de alguns dos caras dali, aqueles que não traziam as namoradas ou esposas pra poderem ficar com essas “marmitas”.

Quando percebi que ela tava olhando demais pra mim, encarei de volta.

— Tá olhando o quê? Perdeu algo? — Perguntei, levantando a sobrancelha.

Ela deu um sorriso debochado.

— Tá se achando, né?

Se levantou, colocando as mãos na cintura.

— Gorda… olha pra mim.

Ri baixo, sem me abalar.

Se ela achava que ia me atingir com isso, escolheu a pessoa errada.

Cruzei as pernas, tranquila, olhando bem nos olhos dela.

— Uma mulher realmente bonita… que não se dá valor.

Vi o sorriso dela vacilar por um segundo, mas ela logo disfarçou, revirando os olhos.

— Tá querendo falar do quê?

Apoiei o cotovelo na mesa, brincando com um pedaço de carne no prato antes de responder.

— Você acha que diminuir outra mulher te faz mais bonita? Não faz, só mostra o quão insegura você é.

As meninas ao meu redor começaram a rir baixo, e vi que ela se incomodou.

— Insegura? Você tá de brincadeira. Eu tenho um corpo perfeito, qualquer homem me quer.

— Engraçado… menos ele. — Apontei discretamente pra Lobo, que tava nos observando de longe.

O olhar dela mudou na hora.

Vi a raiva passar pelo rosto dela, mas ela tentou disfarçar.

— Você acha que ele quer você? — Ela cruzou os braços. — Só porque ele te olhou diferente uma vez? Quer um conselho, querida? Ele come e descarta, e se você acha que vai ser diferente, tá muito enganada.

Inclinei a cabeça, mantendo a calma.

— Bom, pelo menos eu sei que ele me olhou diferente… o que já é mais do que ele fez com você.

O rosto dela ficou vermelho de raiva, e eu sabia que tinha vencido essa discussão.

Ela bufou, virou nos calcanhares e saiu, as outras seguidoras indo atrás.

Olhei na direção de Lobo de novo, e ele tava com aquele meio sorriso no rosto.

Ele sabia.

Sabia que eu não ia abaixar a cabeça pra ninguém.

Vi quando ela foi até ele, falando alguma coisa com cara de poucos amigos. No meio da fala, me olhou, como se quisesse me provocar, e depois sentou do lado dele, emburrada.

Pra mim, já deu.

Não vou perder meu tempo com mulher insegura.

Me levanto sem pressa, tiro a saia e vou direto pra piscina.

A água tá gelada, mas relaxante. Fecho os olhos, aproveitando a sensação, deixando o barulho da festa ao fundo.

Tô distraída, até que sinto.

Uma mão firme segurando minha cintura.

Meu corpo se arrepia na hora, porque eu já sei quem é.

Só pelo toque, pela forma que os dedos apertam minha pele.

Lobo.

Abro os olhos devagar e viro a cabeça, encontrando o olhar dele.

— Vai ficar brincando até quando, hein? — A voz dele sai baixa, mas firme.

Mordo o lábio, fingindo inocência.

— Brincando com o quê?

Ele aperta minha cintura mais forte, me puxando pra mais perto.

— Você sabe.

Meu coração acelera, mas mantenho a postura.

— Se você pode se divertir, por que eu não posso?

O maxilar dele trava, os olhos descem pelo meu corpo molhado.

— Você tá testando minha paciência, Sofia.

Solto um sorriso leve.

— E você tá testando meus limites.

Ele solta um riso pelo nariz, aquele olhar predador que me faz arrepiar.

— Cuidado, pequena… Se você quer jogar, tem que saber até onde consegue ir.

Levanto o queixo, sem medo.

— Eu sei exatamente até onde posso ir, Lobo.

Ele me encara por alguns segundos, como se estivesse decidindo o que fazer.

E então, sem aviso, me puxa de vez, colando nossos corpos na água.

Meu ar some, minha pele pega fogo.

E naquele momento, eu sei.

O jogo entre nós dois acabou de ficar ainda mais perigoso.

Sem aviso, sem tempo pra pensar, a boca dele gruda na minha.

Um beijo cheio de desejo, de posse, de urgência.

Meu corpo responde na hora, meu coração martelando no peito enquanto as mãos dele apertam ainda mais minha cintura, me prendendo contra ele dentro da água.

continuação

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