Um novo homem.

Passei a noite inteira em claro. O gosto dos lábios de Sofia ainda estava na minha boca, e o toque dela queimava na minha pele como uma maldita tatuagem. Eu queria. Mais do que isso… Eu preciso dela.

Ao pegar o telefone, vejo que recebi uma nova notificação, era de um convite: uma festa de gala. Um evento perfeito para marcar o início do que eu já sabia que aconteceria. Tomei um banho frio, mas nada resolveu a ereção dolorosa que me atormentava desde que a carregava nos braços.

Me encarei no espelho e murmurei:

— Logo você será minha, Sofia. E não adianta negar o que sente, pois eu já desisti de tentar apagar esse fogo, e sendo virgem então nunca mais conseguiria me afastar.

De manhã segui bem cedo para uma reunião, precisei ir à empresa, com Matheu sob meus cuidados minhas tardes de trabalho eram em casa, mas algumas coisas faziam minha presença ser requisitada, mas queria voltar logo, não queria que Sofia pensasse que havia mentido para ela, eu a queria e precisava deixar isso claro para que não restassem dúvidas.

Voltei da reunião e segui direto para a sala de jantar. Assim que entrei, meus olhos encararam Sofia. Ela estava sentada à mesa, os cabelos soltos caindo sobre os ombros, a expressão serena enquanto segurava uma xícara de chá com Matheu na cadeira de alimentação comia uma banana sozinho, a mesa estava cheia e ela tinha novamente aquele sorriso que me fez a aceitar.

Sem pensar, fui até ela e tomei seus lábios, não me importei com mais ninguém, eu não esconderia isso, quero que ela seja oficialmente a senhora desta casa, pode parecer cedo, mas com alguém tão perfeita e doce, que ama meu filho daquela forma e é receptiva a mim teria que ser, quando achamos uma joia rara logo escondemos do mundo a protegendo a todo custo.

O choque a fez suspirar contra minha boca, mas ela não recuou. Eu senti o gosto dela, a doçura suave que me fazia perder a cabeça. Quando me afastei, deslizei o dedo por seus lábios inchados e sorri.

— Bom dia, pequena.

— Bom dia. — ela respondeu baixinho, claramente constrangida.

Os empregados tentaram fingir que não viram, mas Marco, que estava por perto, nos observava com algo que parecia um desafio nos olhos. Eu o ignorei, se ele não ultrapassar nossos limites estará tudo bem.

Foi então que percebi que ela desceu sozinha, com o pé machucado.

— Você desceu a escada sem ajuda? — minha voz saiu firme e com reprovação.

Ela piscou algumas vezes, parecendo confusa.

— Eu não... — ela nem terminou de falar e foi interrompida.

— Eu a ajudei — Marco se adiantou, sua voz carregando uma provocação velada.

Meu olhar se voltou para ele, e algo gelado percorreu minha espinha. Ele estava mesmo me provocando? Será que ele quer ter algo com ela? Depois descobriria, por hora não estragaria meus planos.

Minha primeira vontade foi dar uma boa surra que ele merecia, mas me controlei. Respirei fundo e simplesmente o ignorei.

— Hoje à tarde, Victoria virá a mansão, ela irá preparar um vestido para Sofia — anunciei, olhando para a governanta. — Preciso que cuide de Matheu durante o dia.

Sofia arregalou os olhos.

— O quê?

Cruzei os braços e sorri de lado.

— Você vai me acompanhar na festa de gala esta noite.

Ela abriu a boca, sem conseguir esconder o choque, e eu sabia que estava prestes a protestar.

Mas não disse nada.

Matheu, sentado em sua cadeirinha, bateu palminhas animados, como se aprovasse a ideia. A governanta feliz, satisfeita disse que seria um prazer.

Sofia, por outro lado, corou até a raiz dos cabelos e, sem saber o que dizer, apenas assentiu.

Eu sabia que aquela noite seria o começo de tudo e queria que fosse perfeita.

Observei Sofia tentar andar pela sala, inquieta, mordendo os lábios como sempre fazia quando estava nervosa. Ela evitou me encarar, mas sua hesitação era clara.

— Eu nunca fui a uma festa dessa — murmurou, cruzando os braços. — E não quero envergonhar ninguém…

A governanta, que já conhecia Sofia bem o suficiente para entender seus receios, falava com uma ternura maternal.

— Minha querida, você nunca envergonharia ninguém, muito menos o senhor Luigi.

Ao ouvir meu nome, franzi o cenho. Dei dois passos à frente, chamando sua atenção.

— Quem disse que você me envergonharia? — questionei, Sofia não tinha noção de sua beleza e sua inocência a fazia achar que não atraia olhares.

Ela abriu a boca, mas antes que pudesse responder, Victoria chegou, esbanjando suas roupas habituais.

— Luigi! Querido, veja só o que trouxe para sua rainha! — Ela entrou com diversas bolsas, sempre teatral, sempre impecável.

Aproveitei a distração e me aproximei de Sofia, segurando-a pela cintura antes de erguê-la no colo sem qualquer esforço.

— Luigi! Me coloca no chão! — protestou, tentando se soltar.

Revirei os olhos, ignorando sua resistência.

— Quantas vezes terei que dizer para você não se esforçar?

Subimos para o quarto e sentei ela na minha cama, mantendo meu olhar fixo no dela. Ela não percebeu, mas seus dedos tremiam levemente.

— Eu não quero ir — declarou, o queixo erguido em um ato de desafio.

Sorri de canto. Sofia sempre lutava contra tudo o que a assustava, mas seu olhar denunciava a curiosidade.

— Eu não forço ninguém a nada — murmurei, segurando seu rosto com uma das mãos. — Mas quero te apresentar o mundo. Quero que experimente e aproveite o que preparei para você.

Ela me olhou por longos segundos, como se buscasse uma brecha na minha certeza. Mas não havia nenhuma. No fim, suspirou e assentiu, rendida.

— Bom. — Virei-me para Victoria. — Quero que ouça com atenção o gosto dela. Faça um vestido de gala perfeito. Além disso, ajude com maquiagem e cabelo, se ela quiser.

Victoria ficou satisfeita e se virou para Sofia, analisando-a com olhos experientes.

— Farei de você a mulher mais linda desta noite. Afinal, uma rainha como a sua merece ser deslumbrante.

Sofia corou violentamente, desviando o olhar.

Eu apenas sorri.

Ela ainda não percebeu, mas essa noite não era apenas sobre uma festa. Era sobre ela. Sobre nós.

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