meu coração tem um dono.

Após o meu encontro constrangedor com Luigi nem cheguei a sair do jardim, o final de tarde estava fresco quando ia sair do pátio da mansão.

Eu planejava pedir a um dos motoristas para me levar até minha casa, mas antes que pudesse procurar alguém, um dos seguranças que estava de folga se aproximou.

— A governanta mencionou que precisava de alguém para levá-la a algum lugar. Se precisar de um cavaleiro disposto, estou à disposição. — Ele sorriu, galanteador, mas sem soar vulgar.

Eu ri espontaneamente. — Um cavaleiro disposto? Soa como aqueles filmes antigos.

— Se quiser, posso até abrir a porta para a senhorita como um cavalheiro de verdade. — Ele brincou, fazendo um gesto exagerado.

— Acho que posso aceitar essa gentileza. — Entrei no carro ainda sorrindo.

Antes de partirmos, senti um olhar sobre mim. Virei o rosto e vi Luigi nos observando de longe. Ele parecia sério, mas desviei o olhar. Aquilo não me importava.

Fui até minha casa e entreguei o dinheiro para meus pais. Conversamos um pouco, e minha mãe logo percebeu minha expressão.

— Está com uma carinha abatida, filha. Algo aconteceu?

— Não foi nada, mãe. Só estou cansada. — Cortei o assunto antes que ela insistisse.

Ao sair, o segurança me olhou pelo retrovisor e sugeriu:

— Antes de voltarmos, posso lhe mostrar um lugar bonito? Prometo que vai gostar.

— Acho que não seria apropriado… — hesitei.

— Só um passeio. Nada demais. — Ele sorriu.

Acabei aceitando. Ele me levou até uma praia. O calçadão iluminado refletia no mar tranquilo. Sentamos em uma mesa próxima e ele trouxe um sorvete para mim.

— Acho que ainda não me apresentei direito. Me chamo Marco. — Ele estendeu a mão.

— Sofia. — Apertei de leve, sorrindo.

Conversamos por um tempo. Ele parecia um homem decente, divertido. Mas então, sem aviso, ele se inclinou, tentando me beijar.

Me afastei imediatamente. Meu coração disparou.

— O que foi? — Ele perguntou, confuso. — Não há motivo para recusar, ou você tem alguém? — questionou e neguei.

Enquanto caminhavam pelo calçadão iluminado, eu segurava o copo de sorvete entre os dedos, não vivia muitas cantadas em minha vida, muito menos tentativas assim, não sabia o que fazer e como fazer, então estava escolhendo as palavras com cuidado antes de falar:

— Eu… não sou assim. Não fico com alguém só porque posso. — me sentia uma boba, não diria que nunca tinha beijado alguém, respirei fundo, desviando o olhar. — Estou me guardando para um dia importante.

Ele deu um sorriso de canto, inclinando a cabeça para observar o melhor.

— Então eu só preciso tornar esse dia importante, não é? Posso me candidatar a isso? Te mostrar o que é bom nesse mundo — ele respondeu e fiquei com vergonha.

A única coisa que consegui responder foi:

— Não é bem assim — balançando a cabeça em negação.

— Você não entende… Não tem nada em mim que seja atrativo para esse tipo de coisa, e meu coração é fechado, não sirvo para namorar nem ficar.

— Ah, mas eu amo um desafio, e não quero casar, só namorar e transar. — Ele piscou, mas aquilo soou errado, pelo menos para mim que não era assim.

revirei os olhos, mas não consegui evitar um sorriso. O clima leve entre nós deu lugar a um pequeno constrangimento, enquanto voltamos para o carro fiquei em silêncio e na estrada durante o trajeto de volta para a mansão, conversamos sobre coisas do dia a dia, família, gostos, músicas e quando os assuntos acabaram, sem pressa seguimos até que o silêncio confortável tomou conta do espaço.

Quando finalmente chegamos era escuro, desci do carro e com um leve aceno me despedi e entrei para a mansão e segui para o quarto, pronta para um banho antes de Matheu chegar com a governanta.

No banho me perguntei do porque falar aquilo, eu poderia ter dito qualquer coisa. Mas a verdade era algo que ninguém poderia saber.

Meu coração já tinha um dono.

A governanta trouxe ele que logo me abraçou forte e ficou juntinho comigo brincando no chão, quando o vi cansado levantei e depois de dar banho em Matheu, preparei sua mamadeira e jantar, assim que jantamos o coloquei na cama com todo o carinho possível. Observei por um momento sua respiração tranquila antes de se afastar, certo de que Luigi não estava por perto. Talvez fosse melhor assim.

Com Matheu dormindo, decidiu organizar os brinquedos espalhados pelo quarto. Usava uma camisola curta, então vestiu um hobby antes de sair e seguir para a cozinha, desejando apenas um chá quente para relaxar antes de dormir.

O cansaço pesava sobre meus ombros enquanto eu terminava de organizar os brinquedos de Matheu. Depois do banho e do jantar, ele finalmente dormiu, e eu passei alguns instantes ao lado de sua cama, observando sua respiração tranquila. Suspirei, silenciosamente um rompimento silencioso. Luigi não estava por perto. Talvez fosse melhor assim.

Vestindo um hobby sobre minha camisola curta, saí do quarto e segui para a cozinha. Um chá quente me ajudaria a relaxar antes de dormir. A mansão estava silenciosa, e a única coisa que quebrava o silêncio era o som da água fervendo. Peguei uma xícara, perdida nos meus próprios pensamentos, sem notar nada ao meu redor.

Então, a voz grave e fria me atingiu de surpresa.

— Estava bom o passeio, Sofia?

O susto foi tão grande que meus dedos fraquejaram, e a xícara escorreu das minhas mãos. O líquido quente derramou na minha pele, e um gemido de dor escapou dos meus lábios.

Virei nos calcanhares, o coração disparado. Luigi estava ali, encostado no batente da porta, os olhos fixos em mim, indecifráveis.

Ele veio até mim, caminhando lentamente e me segurando pela cintura me colocou no mármore gelado, sem tirar os olhos de mim ele examinou a queimadura e se afastou para pegar um “kit” de primeiros socorros que tinha ali na cozinha.

O que ele ia fazer? Tratar minha queimadura? Esse homem só quer me enlouquecer, só pode.

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Comments

Cida Pereira

Cida Pereira

ele tá morrendo de ciúmes, quistória linda.

2025-03-05

1

Alessandra

Alessandra

Autora linda vai no seu tempo mais posta mais capítulos mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais,não demora muito.

2025-02-09

1

Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

O ciúme não o deixou ficar afastado e quieto

2025-03-26

0

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Atualizado até capítulo 62

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