Capítulo 18

3 meses depois.

Ronald estava saindo de uma das aulas quando recebeu uma mensagem de Raja pedindo que ligasse para ela assim que pudesse. Estranhou o tom de urgência e ficou preocupado com dona Najla.

Ela estava a mais de quatro meses fazendo o novo tratamento para o câncer de mama que tinha voltado muito mais agressivo que o primeiro. Iniciou com a quimioterapia, mas não estava surtindo o efeito esperado, o tumor deu um jeito de ser mais forte. Então, após chegarem num acordo os médicos acharam por bem que fosse iniciada a radioterapia e os dois tratamentos seriam aplicados de forma simultânea. O câncer de dona Najla era muito agressivo e eles queriam evitar a todo custo que se espalhasse para outras partes do corpo.

Ela estava muito debilitada, tinha perdido muito peso e a imunidade estava tão baixa que um simples resfriado a mandava para o hospital. Os tratamentos estavam sendo feitos, mas os médicos não estavam tão esperançosos quanto estavam no início de tudo.

Ronald conversava com ela por telefone pelo menos duas vezes por semana, e o que a divertia era ouvir a sua rotina e as histórias com seus amigos. Ela já tinha exigido que trouxesse os amigos para passear assim que estivessem de férias. Ronald queria fazer mais, mas a milhares de quilômetros de distância era impossível.

Ele pegou o celular e clicou no nome de Raja fazendo a ligação.

- Ronald! Que bom que me retornou, preciso falar com você urgente sobre um assunto.

- O que aconteceu, Raja?

- É sobre o casamento!

- É sério? Eu quase morri de preocupação achando que era com a sua mãe! Falou bravo.

- Mas tem a ver com ela, Ronald! Vamos precisar adiantar o casamento! Disse e começou a chorar sem conseguir parar.

- Raja! Fale comigo, o que está acontecendo? Por que vão adiantar as coisas? Se acalme, por favor. Ele sentou num banco perto do prédio da faculdade para poder falar com ela.

Aos poucos ela foi se acalmando.

- Os médicos não estão mais confiantes, Ronald! Minha mãe está muito fraca, ela não está nem conseguindo tomar as doses de quimio por causa das plaquetas dela que estão muito baixas. Suspirou fundo. – Não está parando nada no estômago dela, está muito fraca!

- Não acredito nisso! Falei com ela antes de ontem e ela disse que estava comendo bem.

- Ela fala para todo mundo isso, não quer ninguém preocupado, mas ela não está bem. Não está nem conseguindo andar direito, está ficando numa cadeira de rodas para não se esforçar.

- Eu sinto muito, Raja! Muito mesmo! Queria estar aí para ajudar de alguma forma.

- Você pode ajudar, amigo! Venha para o casamento para vê-la, pode ser a última vez! Nós vamos adiantar para minha mãe poder participar, os médicos disseram que se continuar dessa forma ela pode não durar até lá! Voltou a chorar no telefone.

Ronald também se emocionou, doía seu coração pensar que uma pessoa tão boa quanto dona Najla estava passando por tudo aquilo e ainda sendo tão positiva.

- Eu vou, me diga a nova data. Disse limpando as lágrimas nos olhos.

- É daqui quinze dias, eu sei que está super em cima, mas não tem como adiar, acredite!

- Eu vou! Assim que chegar no dormitório vou ver as passagens. Pelo que estou vendo aqui vai ser um dia depois do concerto que eu vou participar em Portugal, mas eu dou um jeito!

- Obrigada, isso significa muito! Você é como um filho para minha mãe, é realmente o preferidinho! Ela deu risada.

- Ela é a minha preferida também! Ele riu – Eu preciso ir, vou me organizar e você vai me dando notícias, tá bom?

- Tá bom, se cuida! Beijo.

Ronald desligou e pegou o caminho do dormitório, não ia conseguir voltar para as aulas. Chegou no quarto e deitou na cama de barriga para cima. Pegou o celular e ligou para Ane, sua mãe.

- Oi, filho! Está tudo bem? Não devia estar na aula do professor Clark?

- Oi, mãe não está tudo bem. Dona Najla está muito mal, os médicos não estão dando esperanças, a Raja falou comigo agora a pouco.

- Ah, isso não é possível! Se emocionou.

Ronald explicou tudo que Raja tinha dito para a mãe, conseguiu organizar melhor seus pensamentos depois de falar com a mãe. Dona Ane concordou que ele devia vir o quanto antes para o Brasil e disse que iria dar um jeito de viajar até a cidade onde Najla estava morando para vê-la.

Desligou o telefone e ficou olhando para o teto pensando em tudo aquilo até que caiu no sono.

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- Não vai dormir em casa hoje, Elise? Dona Helena falou na porta do quarto dela.

- Não, vou cuidar da dona Najla. A Raja viajou para resolver umas coisas do casamento e vou ficar com ela.

- Ela está conseguindo comer direito? Perguntou preocupada.

- Também não, mas o Dr. Álvaro indicou uma dieta líquida com todos os nutrientes, parece que ela está conseguindo segurar no estômago. Disse suspirando.

- Tenho tanta pena dela, uma mulher tão boa! Não merecia isso.

- A senhora fala como se ela estivesse pronta para morrer, vó! Vira essa boca para lá! Olhou brava.

- Elise, você tem que se preparar, o desfecho dela pode ser diferente do que você espera. Sei que a amizade de vocês é bastante forte, mas não deixe isso tapar os seus olhos profissionais.

- Não estou tapando meus olhos, a senhora venceu por que ela não venceria? Um pouco de positividade não faz mal, dona Helena! Disse colocando a bolsa com as roupas no braço.

- Tá bom, vamos ser positivos e colocar nas mãos de Deus porque ele é quem sabe das coisas! Você tem razão. Beijou a testa de Elise.

- Isso mesmo, deixe essas coisas para Deus decidir! Piscou para ela. – Vai dar tudo certo, vó! Tenho certeza!

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Boa tarde, meninas!

O que acharam dos capítulos de hoje?

Falar sobre essa doença horrorosa não é fácil, quero deixar o meu abraço para as leitoras que já passaram por essa luta ou que tiveram familiares que passaram.

Nossa história está se encaminhando para os tempos atuais, estão ansiosas? 🤩

Acompanhem a trilha sonora do livro 3 nos stories do Instagram. O link para acesso à playlist está nos destaques do meu perfil.

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IMPORTANTE: CURTAM os CAPÍTULOS, lindonas!

Segunda tem mais capítulos para vocês!

Beijão! 😘😘😘😘

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