Eu não podia negar: Luci estava deslumbrante. No momento em que ela entrou na igreja, minha atenção foi inevitavelmente capturada. Seu vestido, os detalhes impecáveis, o brilho nos olhos… Tudo nela parecia intocado, quase etéreo. Era difícil não compará-la à Lucianna, sua versão de outra vida.
Lembrei-me do dia em que nos casamos na vida passada. Ela estava igualmente linda, com um vestido que cintilava sob a luz das velas, o sorriso que fazia qualquer homem acreditar que tinha o mundo em suas mãos. Mas tudo aquilo foi uma mentira. Ela não era a mulher angelical que aparentava ser. Naquela época, Lucianna me condenou à morte. Agora, era minha vez de controlar os fios desse destino.
Assim que o casamento chegou ao fim, os convidados estavam ocupados com risos, brindes e danças. Luci parecia especialmente entretida com o momento do buquê, rindo e conversando com algumas amigas enquanto se preparava para lançá-lo. Aproveitei a distração para reunir meus novos sogros em um canto mais reservado da festa.
Claire e Edward Mellius, sempre confiantes e atenciosos, não hesitaram em me seguir. Eles confiavam em mim completamente, o que tornava tudo ainda mais fácil. Escolhi uma sala pequena e silenciosa, longe do burburinho, e os fiz sentar-se. Fechei a porta atrás de nós com cuidado e voltei minha atenção para eles.
— Draven, querido, o que houve? — Claire perguntou, preocupada, ajeitando o vestido longo.
— Algo está errado? — Edward completou, franzindo a testa.
Dei um leve sorriso, como se quisesse tranquilizá-los, e então me aproximei.
— Não, meus queridos. Quero apenas ter um momento a sós com vocês para falar sobre Luci — comecei, com um tom de voz suave, mas firme.
Eles relaxaram, talvez acreditando que eu fosse dizer algo sentimental. Foi quando inclinei a cabeça e deixei minha voz se tornar mais autoritária.
— Olhem para mim, no fundo dos meus olhos.
Os dois obedeceram instantaneamente, como se uma força invisível os compelisse. Meus olhos brilharam com a energia que pulsava dentro de mim, o poder de manipulação que me havia sido dado séculos atrás, e que com o meu retorno a vida, se intensificou.
— Vocês confiam em mim. Vocês sempre confiaram em mim. E agora, quero que façam algo muito importante.
Eles não responderam, mas seus olhares fixos confirmaram que estavam sob meu controle. Continuei:
— A partir de hoje, vocês não se preocuparão com Luci. Ela estará feliz ao meu lado, e vocês sabem disso. Ela não precisará de vocês. Durante anos, Luci não existirá para vocês dois. Ela é apenas uma lembrança feliz, uma noiva realizada que não precisa de mais nada além de mim.
Houve um momento de silêncio.
— Vocês entendem? — perguntei, mantendo meu tom baixo e controlado.
— Sim — responderam em uníssono, suas vozes monótonas, como marionetes.
Sorri, satisfeito, e dei alguns passos para trás. A hipnose estava completa. Eles não fariam perguntas, não interfeririam. Para Claire e Edward Mellius, Luci seria uma sombra de uma lembrança, e nada mais.
Voltei para a festa, onde Luci estava parada, olhando para a estrada. Quando me aproximei, ela virou-se para mim, e um sorriso se formou em seus lábios.
— Vamos! Temos a lua de mel. — passei na frente.
— Está tudo bem? Você sumiu por alguns minutos.
— Claro. Queria só resolver algumas coisas com seus pais antes de partirmos — respondi, mantendo minha máscara impecável.
Ela ergueu o vestido com as mãos.
— Acho que já estou pronta para me despedir deles.
— Vamos juntos, então.
Voltei e acompanhei-a até Claire e Edward. Seus rostos estavam serenos, quase indiferentes, exatamente como eu esperava. Luci os abraçou calorosamente, e eles retribuíram, mas sem a intensidade que eu sabia que era típica deles.
— Vamos para a lua de mel. Prometo enviar notícias assim que pudermos — disse Luci, sorrindo enquanto se despedia.
— Aproveitem, querida — Claire disse, o tom quase vazio.
— Draven, cuide bem dela — Edward acrescentou, mas sua voz parecia distante, como se estivesse repetindo algo mecânico.
— Sempre, sogros — respondi, com um sorriso que escondia minha verdadeira intenção.
Pouco tempo depois, estávamos no carro, prontos para deixar a festa para trás. Luci parecia exausta, mas feliz, seus olhos brilhando com a excitação de quem estava começando uma nova vida.
— Aceita um pouco de água? — perguntei, oferecendo-lhe uma garrafa que estava no console central.
— Sim, obrigada. Estou precisando.
Ela abriu a garrafa e tomou alguns goles. Em questão de minutos, seus olhos começaram a fechar, e sua cabeça pendeu suavemente para o lado.
— Draven... estou tão... cansada... — murmurou antes de apagar completamente.
— Então durma, Luci… durma.
Olhei para ela, imóvel no banco ao meu lado, e sorri para mim mesmo. A substância que coloquei na água era suficiente para mantê-la desacordada por toda a viagem. Era necessário.
Sai do carro, peguei ela em meus braços, parecia uma gelatina de tão mole que estava. Me teletransportei por cidades e paisagens até chegar ao meu destino: uma casa isolada, escondida no meio de uma floresta, do outro lado do continente. Era uma propriedade antiga, de arquitetura gótica, que eu havia adquirido há décadas atrás. Sim, a mansão que pertencia a mim e Lucianna, ainda existia.
A casa era fria e silenciosa, exatamente como eu gostava. Subi as escadas até um quarto que havia preparado para ela, um espaço simples, mas confortável, com uma cama grande e uma única janela com vista para a floresta. Coloquei-a cuidadosamente na cama, ajeitando os cobertores ao seu redor.
Por um momento, fiquei ali, observando-a. Mesmo depois de tudo, era inegável que ela era linda. Mas isso não mudava nada. Ela era Lucianna, a mulher que me traiu, e eu nunca esqueceria disso.
— Bem-vinda ao seu novo lar — murmurei, com sarcasmo. — Ops errei, bem vindo ao seu inferno, esposa. — Passei os dedos pelo seu rosto macio, sentindo a textura da sua pele, e o quanto a pele dela é tão morna.
Saí do quarto e tranquei a porta com um clique suave. O jogo estava apenas começando, e eu seria o mestre de cada movimento, de cada passo.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Maria Sena
Esse vampirex mequetrefe tá de brincadeira comigo, ele entra na mente dos pais da Lucy mas não entra na mente dela. Eu tô começando achar que ele não quer fazer isso, por qual motivo eu não sei.
2025-02-12
0
Anonyamor
Ôôôô dóóóó!!! A coitada vai sofrer os dias mais sombrios de sua vida
2025-04-01
0
Dulce Tavares
tadinha o inferno dela começou
2025-01-20
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