Minha vida é a mesma rotina e pequenas surpresas. Aos 27 anos, sou professora de História em um colégio particular bem conceituado. Sempre amei o passado e as histórias que ele carrega, talvez porque, de alguma forma, ele pareça mais vivo e tangível para mim do que para outras pessoas. É engraçado como muitos consideram o estudo da História algo tedioso, mas, para mim, ela é fascinante.
Meus alunos não compartilham completamente do meu entusiasmo, mas gosto de desafiá-los. Hoje, por exemplo, estávamos mergulhando em lendas antigas, mitos sobre lobos e vampiros que, segundo alguns estudiosos, têm raízes muito mais profundas do que contos de fogueira. Eles pareciam atentos, ou ao menos fingiam interesse, enquanto eu desenhava no quadro uma linha do tempo de mitologias, e explicava alguns casos mostrados no data show. E eu consegui prender a atenção deles.
Minha vida fora da sala de aula é simples. Amo minha profissão e estou animada porque as férias estão próximas. Terei tempo para relaxar, talvez viajar e organizar meus pensamentos, que têm sido estranhamente tumultuados ultimamente. Parte disso, sem dúvida, tem a ver com ele.
Draven Valerius entrou na minha vida de maneira inesperada. Nos conhecemos há pouco mais de um ano, em uma festa beneficente organizada por meus pais. Ele surgiu como uma figura imponente, mas gentil, com aquele sorriso reservado e uma calma quase perturbadora. Não consigo explicar o que senti ao vê-lo pela primeira vez. Foi como se o mundo ao nosso redor tivesse ficado em silêncio.
É estranho admitir isso, mas sinto como se já o conhecesse de alguma forma, de algum lugar ou tempo distante. Sempre que nossos olhares se encontram, uma sensação de déjà vu me invade. Por vezes, é reconfortante; em outras, é inquietante. Como se houvesse algo que eu deveria lembrar, mas que está enterrado em algum canto esquecido da minha mente.
Ele é atencioso e incrivelmente dedicado aos meus pais. Meu pai, sempre cauteloso com os homens que se aproximam de mim, rapidamente o aceitou. Minha mãe o adora, quase como se o visse como o genro ideal. E eu… bem, me apaixonei. Não sei dizer se foi rápido ou gradual, mas algo nele é irresistível. Há uma profundidade em Draven que me intriga e me prende, mesmo que, às vezes, eu sinta que ele esconde algo.
Mas agora, aqui estou, no meio da sala de aula, contando histórias para meus alunos.
— A lenda dos vampiros e lobos remonta há tempos imemoriais — comecei, com minha voz ecoando pelo ambiente. A sala estava repleta de murais sobre períodos históricos, mapas antigos e estantes cheias de livros que davam à sala uma atmosfera acolhedora e quase mística. — Alguns acreditam que os vampiros e lobos sempre foram inimigos naturais, enquanto outros dizem que eles partilham uma origem comum. Em certas culturas, o vampiro era um espírito guardião que se transformava em lobo para proteger seu território.
Um aluno levantou a mão.
— Mas vampiros são reais, professora?
Sorri, ajeitando os óculos no rosto.
— São lendas, mas lendas muitas vezes têm um fundo de verdade. Talvez os vampiros, como os conhecemos, sejam apenas a interpretação exagerada de algo que realmente existiu.
— Então eles poderiam existir? — outro aluno perguntou, com olhos brilhando de curiosidade.
— Talvez — respondi, misteriosa, enquanto desenhava no quadro a silhueta de um lobo e de um homem. — O que importa não é se eles existem, mas o que as histórias deles nos dizem sobre quem somos.
A conversa continuou até o toque do sinal. A campainha anunciou o fim da aula, e os alunos começaram a guardar suas coisas, agradecendo rapidamente antes de saírem. A sala ficou silenciosa novamente. Suspirei, guardando meu material e apagando o quadro, quando percebi alguém entrando.
Era a nova diretora, a senhora Veronique Vahl. Nunca tinha falado diretamente com ela antes. Era uma mulher alta, de postura impecável e olhos tão escuros que quase pareciam negros. Algo nela me deixava inquieta, embora eu não pudesse explicar exatamente o porquê.
— Professora Mellius? — sua voz era baixa, mas autoritária.
— Sim, sou eu — respondi, virando-me para ela enquanto terminava de guardar meus livros na bolsa.
— Eu queria parabenizá-la pelo trabalho que vem fazendo. Tenho ouvido bons relatos sobre suas aulas — ela disse, aproximando-se com passos firmes, suas mãos para trás da costa.
— Ah, obrigada — respondi, um tanto surpresa. — É sempre bom ouvir que o trabalho é apreciado.
Ela parou ao lado de minha mesa, os olhos percorrendo a sala como se analisasse cada detalhe.
— Sei que não tivemos a oportunidade de conversar antes. Meu nome é Veronique Vahl. Cheguei recentemente e estou me familiarizando com a equipe.
— Bem-vinda ao colégio — disse com um sorriso educado. — Espero que esteja se adaptando bem.
— Estou, sim. Mas confesso que sua sala me chamou atenção. Vampiros e lobos, professora? Não é um tema típico para uma aula de História, por mais que o assunto seja divertido de estudar.
Dei um pequeno riso.
— É uma abordagem para engajar os alunos. Tento conectar lendas com períodos históricos para torná-los mais curiosos.
— Interessante… — ela murmurou, mas havia algo no seu tom que me fez sentir como se estivesse sendo avaliada. Seus olhos se fixaram em mim, e por um momento, senti um arrepio.
— Bom, professora Mellius, espero que possamos trabalhar juntas em breve. Parece que temos mais em comum do que você imagina.
— Mais em comum? — perguntei, confusa.
— Ah, não se preocupe. Com o tempo, você entenderá — ela disse, dando-me um sorriso antes de sair da sala.
Fiquei parada por um momento, tentando decifrar o que acabara de acontecer. A diretora era definitivamente uma figura curiosa, e suas palavras deixaram mais perguntas do que respostas.
Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos enquanto terminava de guardar minhas coisas. Peguei minha bolsa e saí da sala, caminhando pelos corredores que agora estavam praticamente vazios.
Entrei no meu carro no estacionamento da escola, liguei o motor e comecei o trajeto para casa. Enquanto dirigia, minha mente voltou para Draven e para a diretora Veronique. Duas figuras que pareciam tão diferentes, mas que despertaram em mim o mesmo tipo de inquietação.
O caminho para casa era tranquilo, com ruas arborizadas e poucas pessoas circulando. Quando finalmente estacionei em frente à minha casa, respirei fundo antes de entrar. Precisava de um banho e de um pouco de silêncio para processar os acontecimentos do dia.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Contos Eróticos
Nossa, mas não se meta não, minha fia... porque o B.o é grande
2025-01-15
3
Contos Eróticos
Que não se anima para umas férias? adoroooo
2025-01-15
1
Vivi
acho que essa Véronique é a bruxa
2025-01-15
1