Elena estava deitada em sua cama, a luz do sol entrando intensamente por trás das cortinas, aquecendo o quarto com seu brilho dourado. Sua mente corria a mil, traçando inúmeras estratégias para garantir a vitória de Alec — mesmo que isso significasse mais um casamento arranjado para ela.
Agora, restava-lhe decidir a data do duelo e comunicar as três partes essenciais desse intrincado jogo: Oscar, Alec e Magnus. Era crucial que tomasse essa decisão logo, pois precisava de tempo para treinar seu cavaleiro pessoal e, além disso, fortalecer os laços com ele.
E posso usar o treinamento como desculpa para ficar mais próxima dele, pensou Elena, deixando escapar um sorriso astuto que dançou em seus lábios.
Elena levantou-se da cama e caminhou até a janela, observando o movimento lá fora. O ar fresco da manhã entrava pela fresta das cortinas, mas ela mal o sentia. Seus pensamentos estavam totalmente voltados para o que precisava fazer, para o jogo que estava prestes a jogar.
Ela sabia que esse duelo não seria apenas uma questão de força ou habilidade, mas também de estratégia, e sua maior vantagem era o desconhecimento de seus inimigos sobre suas intenções.
Com um suspiro, ela se afastou da janela e foi até a escrivaninha. Pegou a pena e a tinta, posicionando-se sobre o papel em branco. As palavras que escreveria precisavam ser precisas, pois cada uma delas seria um passo em direção ao seu objetivo. A decisão do dia e hora do duelo era apenas o começo, mas seria fundamental para que tudo se alinhasse da forma que queria.
O som suave da pena riscando o papel a acalmou por um instante, mas logo a ansiedade tomou conta novamente. Como garantir que Oscar fosse derrotado? Como evitar que Magnus a envolvesse em uma rede de intrigas ainda mais complicada do que a atual? E Alec, claro, ele permanecia uma incógnita, o que só aumentava sua inquietação.
Ela parou, os pensamentos se embolando enquanto ponderava suas opções. Então, os olhos castanhos-mel de Alec surgiram em sua mente. Ela se viu lembrando dele: de seu sarcasmo cortante e da força que ele emanava, mesmo nos momentos mais desesperadores.
Alec não era apenas uma peça nesse plano — ele era a chave. E, mais do que isso, ela desejava que ele vencesse, não apenas por ela, mas por ele mesmo, como uma maneira de conquistar sua vingança sem que isso a destruísse no processo.
Elena suspirou fundo, deixando os pensamentos tomarem forma em sua mente. Precisava agir rápido, e o plano começava a se delinear com mais clareza, mas as incertezas ainda pairavam sobre ela. Como garantir que Alec não fosse consumido por sua própria sede de vingança? Como equilibrar tudo isso sem se perder?
Com um gesto decidido, ela guardou a carta em uma gaveta e se levantou da escrivaninha. Não podia se dar ao luxo de hesitar. Alec precisaria de todo o apoio possível, e ela estava disposta a ser essa força.
Ao sair do quarto, foi imediatamente recebida pelo som dos passos de um criado que, ao vê-la, fez uma reverência rápida.
— Senhora, o cavaleiro Alec aguarda no salão de armas — informou o criado, a voz suave, mas com um toque de urgência.
Elena acenou com a cabeça, sentindo um pequeno nó se formar em seu estômago. Agora, mais do que nunca, ela precisava estar ao lado dele, mostrar a ele que ela era confiável. Talvez, ao ajudá-lo a alcançar sua vingança, ela encontrasse a chance para sobreviver.
Ela atravessou os corredores da mansão com determinação, as portas do salão de armas à frente. Quando entrou, encontrou Alec de costas, ajustando sua espada com a destreza de um guerreiro experiente. O som do aço raspando contra o metal ecoava na sala, e a visão dele, tão concentrado e imponente, fez seu coração disparar, como se ele fosse a resposta para todas as suas perguntas.
Alec virou-se ao ouvir os passos dela, seus olhos encontrando os dela com uma intensidade que a fez esquecer por um momento de tudo ao seu redor.
— Está pronta para observar meu treinamento? — ele perguntou, a voz grave, mas com uma leve ironia, como se soubesse que ela não estava ali apenas para observar.
Elena respirou fundo, tentando disfarçar a tensão que sentia. Se havia algo que sabia, era que este momento definiria o futuro de ambos.
— Não vim apenas para assistir — respondeu ela, um sorriso leve nos lábios. — Vim para te ajudar a ganhar.
Elena o observava atentamente, tentando esconder o turbilhão de sentimentos que se formavam dentro de si. Alec ainda mantinha a distância, a hostilidade evidente em seus olhos, mas algo na sua postura indicava que ele começava a ceder, mesmo que de forma mínima.
A desconfiança, a raiva, tudo parecia misturado, mas havia uma faísca — algo mais profundo. Ela não sabia o que exatamente era, mas sentia que a linha entre o desafeto e um sentimento novo e crescente estava se tornando perigosamente tênue.
— Ajudar, é? — Alec questionou, a voz baixa e carregada de uma ponta de ironia, enquanto desviava o olhar para a espada que deixara de lado. Ele a fitava com uma mistura de ceticismo e curiosidade, como se ela fosse um enigma que desafiava sua lógica. — E o que exatamente você acha que pode fazer? Porque, até agora, parece que seu papel se resume a ser uma espectadora enquanto eu luto por sua causa.
Ela manteve-se firme, apesar de uma leve tensão percorrer sua espinha. A verdade era que, enquanto ele falava, uma parte dela queria ir até ele, tocá-lo de alguma forma, mostrar que suas intenções eram sinceras. Mas sabia que isso não seria inteligente — e ainda tinha a promessa que fizera a ele. Ela não o tocaria, jamais.
Além disso, Alec precisava acreditar que ela era mais do que uma simples peça em seu jogo. Ele precisava acreditar nela.
— Eu não sou uma espectadora, Alec — respondeu com firmeza, dando um passo à frente. A proximidade fazia seu coração acelerar, mas ela não podia se deixar levar. — Não estou aqui apenas para observar você lutar ou se perder em seus planos sórdidos. Quero que você vença, e isso vai exigir mais do que apenas habilidade com a espada. Você precisa de uma vantagem estratégica, algo que eu posso te dar.
E era verdade. Graças ao conhecimento que tinha da obra original, Elena sabia exatamente como fortalecer Alec. Sabia como treiná-lo para derrotar qualquer adversário — até mesmo alguém mais experiente, como Oscar.
Ao ouvir suas palavras, Alec permaneceu em silêncio, mas seu olhar fixou-se nela. Havia algo diferente em seus olhos, uma curiosidade que brilhava por trás do ceticismo habitual. Ele a observava atentamente, como quem tenta decifrar um enigma. Era como se, por mais que quisesse rejeitar o que ela dizia, algo o impedisse de ignorá-la.
A tensão entre eles era palpável. De alguma forma, ela não conseguia parar de se aproximar. Algo dentro dela queria entender o que se passava na mente dele e alcançá-lo — não apenas fisicamente, mas emocionalmente também.
— E o que você acha que pode me oferecer que eu já não saiba? — Alec disse, o tom desafiador, mas também com uma leve trinca de interesse.
Ele não dava o braço a torcer, mas suas palavras estavam começando a indicar que, talvez, ele estivesse mais disposto a ouvir do que imaginara.
Ela sentiu um leve tremor, mas se esforçou para manter a compostura, mesmo com o calor crescente no peito. Sabia que, naquele momento, cada palavra que dissesse poderia ser a chave para fazer Alec confiar nela — ou afastá-lo ainda mais.
— Eu conheço Oscar, conheço meu pai e, principalmente, conheço você — disse ela, e, ao fazer isso, suas palavras pareciam mais pesadas do que esperava. Era quase como se estivesse revelando algo importante, algo que ele não queria ouvir. — Sei do que você é capaz, Alec. E sei o que está em jogo aqui. Mas, mais do que isso, sei o que você realmente quer.
Ele permaneceu em silêncio por um momento, os olhos fixos nela, tentando entender suas palavras. Algo estava mudando, e Elena sentia isso no ar. Ela sabia que estava lidando com um homem de princípios sólidos, mas também cheio de dúvidas e dores que ele tentava esconder.
E, por um instante, ela sentiu uma conexão — não com o protagonista de seu livro favorito, mas com o homem por trás da fachada de indiferença.
Alec não respondeu de imediato. Em vez disso, deu um passo em sua direção, tão perto que Elena podia sentir o calor de seu corpo, o cheiro sutil de suor e couro que o rodeava. Ele estava tão perto que ela quase podia ouvir a batida forte de seu coração. Mas o olhar dele era duro, ainda desconfiado.
— Você acha que entende o que quero? — disse ele, a voz baixa, mas com uma dureza que fez Elena se arrepiar. Ele se aproximou mais um passo, seus olhos intensos como se estivesse tentando destruir qualquer máscara que ela pudesse estar usando. — Não tem ideia do que é carregar esse peso, Elena. Não sabe o que é perder tudo pelas mãos de alguém.
Aquelas palavras a atingiram de forma inesperada. Era como se ele estivesse permitindo que uma pequena brecha fosse aberta, uma rachadura em sua fachada, e, por um momento, ela viu algo mais no olhar dele — algo vulnerável, algo que ele não queria mostrar, mas que estava ali, exposto diante dela.
Elena, sem saber como reagir a essa nova faceta de Alec, apenas respirou fundo, tentando não se deixar levar pelas emoções que surgiam. Não podia deixá-lo se aproximar demais, não podia permitir que ele soubesse o quanto ela o entendia, o quanto ela sentia que ele carregava um peso muito maior do que imaginava.
— Sei mais do que você imagina — respondeu ela, a voz mais suave, quase num sussurro, como se tivesse compartilhado um segredo. Mas o sorriso em seus lábios era firme, desafiador. — E não estou aqui apenas para ajudá-lo a vencer. Estou aqui para garantir que, quando isso terminar, você não se perca completamente no que está tentando fazer.
O silêncio se estendeu entre eles, pesado, carregado de uma tensão inusitada. Elena podia sentir o calor do corpo dele próximo ao dela, a força de sua presença como uma onda que a envolvia. E ela sabia que, por mais que ele tentasse se afastar, por mais que ele a visse como uma ameaça, algo começava a se formar entre eles. Algo que ela não sabia exatamente o que seria, mas que a atraía como um ímã, algo que não poderia nunca negar.
Alec quebrou finalmente o silêncio, mas suas palavras ainda eram afiadas, embora um pouco mais suaves do que antes.
— Você está brincando com fogo, senhorita Elena — disse, com um sorriso torto no rosto, quase cínico. Mas o brilho nos olhos dele traía algo mais, algo que ela não sabia se era desejo, raiva ou simplesmente cansaço. — Mas eu já estou tão envolvido nesse jogo quanto você. Vamos ver quem se queima primeiro.
Ela o encarou por um momento, o coração batendo forte no peito. Não sabia o que o futuro traria, mas sabia que esse jogo entre ela e Alec estava apenas começando. E, de alguma forma, sentia que ele seria mais difícil de controlar do que imaginara. E, talvez, mais irresistível também
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Atualizado até capítulo 142
Comments
Sheyla Cristina
será que vai ter hot bem gostoso doa dois /Drool/
2025-01-25
3
Débora Rodrigues
Ansiosa pelo momento em que esses dois vão se entender.
2025-01-22
2
Kamila Castro
meu pai amado !!!!! que uimica perfeita esses dois tem..
2025-01-05
4