Niel observou Gusta ir em direção ao banheiro, ainda confuso com tudo o que estava acontecendo.
— O que você está fazendo? — perguntou, a voz cheia de incredulidade.
— Vou ao banheiro tomar um banho — respondeu Gusta com a maior naturalidade, sem sequer olhar para ele. — Vou passar a noite aqui.
Niel quase engasgou. — O quê? Por quê? Você não tem uma casa?
Gusta parou por um instante e soltou uma risada curta, carregada de ironia. — Quem sabe, um dia eu tenha.
Antes que Niel pudesse retrucar, Gusta entrou no banheiro, fechando a porta. Niel suspirou, sentindo a tensão no ar. Ele se levantou com dificuldade, pegando os medicamentos na mochila e tomando-os com um copo d'água.
— Que situação... — murmurou para si mesmo.
Quando terminou e se virou para avisar a Gusta que não havia toalhas no banheiro, ele congelou no lugar. Gusta havia acabado de sair do banheiro, completamente nu, andando pelo quarto como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Você não tem nenhuma toalha? — perguntou Gusta casualmente, como se não houvesse nada de errado em sua falta de roupa.
O rosto de Niel ficou vermelho na hora, e ele se virou bruscamente de costas. — Pega... pega aquela que está perto do notebook!
— Ah, valeu — respondeu Gusta, sem pressa alguma, ainda caminhando pelo quarto.
Niel apertou os olhos fechados, a mente um caos completo. "Por que ele não colocou uma toalha antes de sair? Por que ele tem que ser tão... tão..."
Sem querer, a pergunta escapou em seus pensamentos. Por que é tão grande... mesmo estando mole?
Antes que ele pudesse se repreender por aquilo, sentiu Gusta se aproximar. O calor do corpo dele pareceu preencher o espaço, e Niel ficou ainda mais tenso.
— Acho que você está pensando demais, meu ratinho — sussurrou Gusta próximo ao ouvido de Niel, a voz baixa e provocativa.
Niel pulou no lugar, o coração disparando como nunca. — Por que você não pegou logo a toalha e vestiu alguma coisa?! — disse, com a voz mais aguda do que queria.
Gusta riu novamente, aproximando-se mais. Niel sentiu algo encostar nele e congelou no lugar, o rosto em chamas.
— A toalha está na sua frente, lembra? Eu vim buscar. Você disse que estava perto do notebook.
Niel fechou os punhos, o corpo inteiro rígido enquanto Gusta ficava perigosamente perto, o calor e a presença dele consumindo todo o seu espaço.
— Acho melhor você ir tomar um banho — Gusta murmurou em seu ouvido, a voz quase divertida. — Você está fedendo a hospital.
O toque casual dele foi a gota d’água. Niel, nervoso e completamente envergonhado, deu um salto para longe, quase tropeçando ao correr em direção ao banheiro.
— Você é insuportável! — gritou, sem olhar para trás.
Ao fechar a porta do banheiro, encostou-se nela, respirando fundo, o coração batendo tão forte que parecia que ia sair do peito. Ele olhou para baixo, sentindo-se ainda mais constrangido ao perceber a situação em que se encontrava.
— O que ele fez comigo? — murmurou para si mesmo, levando as mãos ao rosto.
Niel saiu do banheiro secando os cabelos, o vapor quente ainda saindo do ambiente atrás dele. Ao olhar para a cama, viu Gusta deitado, aparentemente dormindo, mas o detalhe que chamou sua atenção foi o fato de ele estar vestindo apenas uma cueca.
— Por que você não vestiu pelo menos um short? — Niel murmurou, meio irritado, meio constrangido.
Ele se aproximou devagar, pegando um cobertor para cobri-lo. Tentava não olhar muito, mas era impossível ignorar a silhueta marcada na cueca de Gusta. Um pensamento incontrolável escapou antes mesmo que ele pudesse reprimi-lo.
— Como isso pode ser tão grande? — ele sussurrou para si mesmo, franzindo a testa como se tentasse entender.
Sem perceber, estendeu a mão, movido por uma curiosidade que nem sabia que tinha. Quando estava prestes a tocar, a voz rouca e divertida de Gusta quebrou o silêncio.
— É de verdade sim.
Niel deu um salto para trás, o rosto queimando de vergonha. Antes de pensar, deu um soco no rosto de Gusta, que estava agora rindo, apesar do impacto.
— Você não estava dormindo?! — Niel exclamou, indignado.
Gusta passou a mão na bochecha, ainda sorrindo. — Difícil dormir quando você está sendo assediado enquanto tenta descansar.
Niel largou o cobertor sobre ele e cruzou os braços, tentando disfarçar o constrangimento.
— Sai da minha cama! Você vai dormir no chão!
Gusta ergueu as sobrancelhas, surpreso, mas ainda com o mesmo tom provocador. — No chão? Tá frio. E, além disso, sua cama é grande. Dá pra dividir.
Niel revirou os olhos, tentando ignorar a explosão de pensamentos confusos na sua mente. — Já que eu estou "te assediando", acho melhor você dormir no chão. Assim, não corre mais esse risco.
Gusta soltou um suspiro dramático, erguendo as mãos em rendição. — Está bem, me desculpa. Acho que falei errado.
Niel suspirou, balançando a cabeça. Ele sabia que Gusta não ia sair dali tão facilmente, então apenas apontou para o outro lado da cama.
— Tá bom. Deita aí, mas nada de gracinha. E se tentar qualquer coisa, vai direto pro chão, entendeu?
Gusta sorriu de lado, mas não disse nada. Apenas se ajeitou na cama, deitando-se de costas.
Niel apagou as luzes e deitou-se o mais longe possível, tentando ignorar a presença de Gusta ao seu lado. O coração ainda estava acelerado, e ele não sabia se era pelo constrangimento ou pela provocação constante.
— Boa noite, Niel — Gusta murmurou no escuro, com um tom divertido na voz.
Niel fechou os olhos, bufando. — Cala a boca e dorme.
Tarde da noite, Niel despertou lentamente, sentindo algo quente e firme ao redor de seu corpo. Um peso confortável, mas ao mesmo tempo sufocante, o envolvia como se ele estivesse preso em um abraço de ferro. Seu coração disparou quando percebeu que alguém estava ali, abraçando-o por trás.
Ele arregalou os olhos, lembrando-se de imediato que era Gusta, o mesmo que agora estava grudado nele como uma segunda pele. Niel tentou se mexer, mas os braços de Gusta apenas apertaram mais, mantendo-o imóvel.
— Vamos ficar assim, está muito bom — murmurou Gusta, a voz baixa e rouca, ainda sonolenta, mas carregada de um tom satisfeito.
Niel bufou, tentando escapar sem sucesso. — Bom pra você, né? Que não consegue se controlar!
Gusta riu baixinho, o peito dele vibrando contra as costas de Niel. — Que drama. Vamos dormir assim de conchinha. Eu prometo não fazer nada.
Niel ficou quieto por um momento, sentindo o coração bater mais rápido a cada segundo. Ele queria retrucar, dizer que aquilo não tinha sentido, mas, no fundo, a sensação de ter alguém ali, tão próximo, lhe trazia um conforto inesperado.
— Tá bom... — ele murmurou por fim, sem olhar para Gusta.
Gusta sorriu, embora Niel não pudesse ver. Ele se acomodou melhor, deixando o rosto próximo ao pescoço de Niel, o calor de sua respiração causando arrepios involuntários no garoto.
Niel, agora completamente consciente de cada detalhe — o calor do corpo de Gusta, a força suave do abraço, a tranquilidade daquele momento —, sentiu seu coração disparar ainda mais. Uma confusão de sentimentos começou a crescer dentro dele, misturando nervosismo com algo que ele não queria admitir: uma sensação de segurança.
Pela manhã, Gusta acordou com a luz do sol invadindo o quarto e sentiu algo estranho. O corpo de Niel, ainda encolhido ao lado dele, estava quente demais, como se estivesse pegando fogo. Alarmado, Gusta virou Niel delicadamente para o lado, depois para o outro, tentando acordá-lo.
— Niel, acorda — chamou, sua voz grave, mas carregada de preocupação.
Niel abriu os olhos lentamente, o rosto pálido e suado. Sua expressão mostrava cansaço e desconforto.
— O que você quer? — murmurou, a voz fraca.
— Você está com febre. Precisamos ir ao hospital agora — disse Gusta, já fazendo menção de pegá-lo no colo.
Niel empurrou a mão dele com o pouco de força que ainda tinha. — Não precisa. Eu fui ontem ao médico. Ele só me mandou continuar tomando os medicamentos.
Gusta ignorou, puxando a camisa de Niel para levantar e olhar novamente o hematoma. O roxo havia se espalhado ainda mais e a pele parecia quente e sensível demais ao toque.
— Vamos, Niel, olha isso — disse Gusta, quase ordenando, enquanto tentava tocar a área.
Niel segurou a mão dele antes que pudesse prosseguir. — Não toque nesse lugar! Por favor!
— Niel, isso tá piorando. Me deixa ver — insistiu Gusta, o tom mais firme agora.
— Eu disse não! — Niel elevou a voz, quase gritando, mas o esforço fez com que ele gemesse de dor. Ele segurou o local com a mão trêmula, o rosto contorcido de desconforto.
Gusta recuou um passo, erguendo as mãos em sinal de rendição. — Só estou tentando ajudar.
Niel o encarou, os olhos cheios de raiva e cansaço. — Quem te pediu ajuda? Até agora, você só faz o que quer, Gusta.
A expressão de Gusta mudou instantaneamente. Seu olhar, que antes mostrava preocupação, transformou-se em algo mais sombrio, carregado de uma fúria silenciosa. Ele respirou fundo, tentando se conter.
— Já que eu te incomodo tanto e você não quer a minha ajuda, seria melhor se eu fosse um verdadeiro filho da puta com você.
— Então seja! — rebateu Niel, a voz firme apesar do estado frágil. — Eu nunca pedi nada de você! Muito menos ajuda! Ainda mais sendo filho de bandido!
Por um momento, o silêncio preencheu o quarto, pesado e quase sufocante. Gusta o encarou, os punhos cerrados ao lado do corpo. Era como se ele estivesse travando uma luta interna para não perder o controle. Seus olhos faiscavam de raiva, mas ele não fez nada.
— É assim, então? — murmurou Gusta, a voz fria e perigosa. — Quer que eu te trate como um bandido trata um refém?
Ele pegou suas roupas e as vestiu rapidamente, sem dizer mais nada. Antes de sair, lançou um último olhar para Niel, um olhar carregado de mágoa e frustração, mas também de algo que Niel não conseguiu decifrar.
Gusta saiu batendo a porta com força, o som ecoando no pequeno quarto como um trovão. Niel permaneceu ali, deitado e respirando com dificuldade, sentindo o peito apertado, mas sem entender o porquê. Uma lágrima escorreu silenciosa pelo seu rosto, enquanto ele encarava o teto vazio.
— Por que você não simplesmente me deixa em paz? — sussurrou para si mesmo, mas a resposta para essa pergunta parecia tão distante quanto a paz que ele tanto desejava.
CONTINUA...
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Luck-adoro bl❤️🖤🌹
é o amorrr que mexe com a nossa cabeça e nós deixa assim(não sei se é assim que canta a música kkkk)
2024-12-31
3
Luck-adoro bl❤️🖤🌹
agr vc foi bem idiota, não precisava ter falado assim com ele, ele só queria te ajudar seu troxa 😠😠😠
2024-12-31
3
Luck-adoro bl❤️🖤🌹
é nisso eu não posso descordar kkkkk
2024-12-31
1