Empenhou-se a todo custo a preencher seus pensamentos com memórias antigas, mas o que vinha em sua mente eram os movimentos frenéticos dele. Por Deus, ela estava gostando daquilo, mesmo que de sua garganta proferisse os piores insultos existentes. Ele apertava seu quadril enquanto sugava entre suas pernas abertas. E seu corpo não deixava de recompensá-lo, em tremores e gemidos de prazer.
— Seu puto!
Suas pernas tremeram assim que ele se ergueu e houve movimento sobre a cama. Ian estava se encaixando entre elas, o tecido das roupas dele esfregava em suas coxas geladas, se curvou a beijando, a barba por fazer estava úmida de suor, ela sentiu assim que ele esfregou o rosto ao seu pescoço. Lambeu-lhe do maxilar até o queixo, por fim mordeu-a na área e depositou um beijo com carinho.
— Sentiu seu gosto doce — ele sussurrou, voltando a degustar sua pele da orelha.
— Que nojo!
— Qual perfume você está usando? — ele se ergueu, arrumou-se entre as pernas abertas, deitou e beijou o seu triângulo liso. Sorriu ao perceber o bronzeamento igualmente a todo seu corpo, que se iluminava diante de suas vistas. Abriu sua intimidade, fazendo tremer as pernas após o toque, achou graça disso unicamente. — Há. Quantas mentiras você pode contar, sua boca é tão suja, mas aqui você é tão pura.
Clara mordeu o lábio inferior e sacudiu as pernas, tentando se livrar dele. No mesmo instante, Ian levantou-se da cama e retirou a venda do rosto dela, encarando-a profundamente. Ela pousou o olhar no rosto rígido do homem, mas a luz incomodou sua visão, fazendo-a cerrar os olhos. Ele estava vestido com uma calça de moletom branca, seu tórax era robusto e seus braços cruzados exibiam músculos grandes.
— Você é virgem, sua mentirosa — ele gritou.
Por alguma razão, ela se lembrou de Rodryg e a sua risada alta saiu por impulso. O semblante de Ian ficava ainda mais furioso vendo a mulher se contorcer de rir, sua tortura não tinha nenhum efeito sobre ela, presenciou seu rosto ficar encharcado de lágrimas de riso. Ela buscou fôlego enquanto sua barriga se contrariava.
— Ah! Eu vou morrer. — Ela suspirou, apertando a corrente gelada, contendo sua risada — ah! Eu vou matar você, Edward, assim que eu voltar pra casa.
— Você não vai voltar para lugar nenhum — Ian apertou-lhe forte na mandíbula.
— Se você não me matar, pode ter certeza de que eu vou vazar daqui.
Os seus olhos estavam encarando os dele.
Ele segurava firmemente seu rosto, enquanto sua outra mão procurava as chaves no pequeno móvel. Clara acompanhou a mão introduzir a chave para destrancar as algemas.
“Você vai cometer um erro”, ela o encarou, premeditando uma fuga.
— Seja obediente — ele advertiu.
O grilhão emitiu um ruído, dos seus pulsos saiu sangue ralo que escorreu pelos seus antebraços, esfregou os pulsos assim que sentiu a liberdade. Ian devolveu as chaves para o móvel, quando se virou, o punho cerrado foi ao encontro do seu rosto, não houve tempo para desviar-se.
— Caralho! — ele gritou, colocando a mão no olho.
A porta se fechou bruscamente.
Ela fugiu.
Clara desceu as primeiras escadas, sentindo o corrimão desaparecer sob suas mãos. Dobrou o corpo para finalizar a descida e, ao se aprofundar no corredor escuro, esbarrou em uma mulher que vagava sem rumo. Ela usava um vestido preto com um avental branco por cima. A espiã contemplou seus olhos pretos assustados, a auxiliou a se erguer do chão. Enquanto os passos de Ian faziam ruídos ameaçadores no andar de cima.
— A saída, por favor — Clara disse com um olhar melancólico.
A mulher de baixa estatura apontou por cima dos seus ombros. Clara logo se livrou do semblante mentiroso e deu um sorriso animado, e a cozinheira ergueu a sobrancelha.
Sem demora, correu noite afora. Ian apareceu descendo as escadas em seu ombro, havia um lençol fino, andava devagar e parou no final da escada.
— Glória, onde está a minha convidada?
— Ela correu para fora — Glória disse com a voz trêmula. — Prata está à solta.
— Ah, caralho! — Ian se apressou para a porta da sala de estar.
…
A noite era escura e gélida. O vento frio esvoaçou seus cabelos, fazendo-os dançar descontroladamente ao redor de seu rosto. Ela entrelaçou os braços com força ao redor do corpo, tentando se proteger do frio cortante. Não conseguia enxergar nada à sua frente. Assim que escutou Ian cruzar a porta, começou a correr, seus passos ecoavam no cascalho enquanto a escuridão e o frio a envolviam.
— Não corre. — ele gritou.
A ordem apenas fez Clara acelerar o passo, seus pés eram perfurados pelos cascalhos da estrada de terra. O latido ecoou à sua direita, e ela focou a visão na escuridão. Ao perceber que um cachorro estava se aproximando, apressou-se ainda mais. O único som que ouvia era proveniente de sua respiração ofegante. Ian gritou um comando para o animal, mas ele não parou e ela também não.
A escuridão à frente parecia interminável. Clara jurava estar correndo há mais de uma hora quando tropeçou em algo rígido. Tentou se apoiar no chão, mas caiu de bruços. O cão enorme bateu as patas em suas costas. Ela se virou rapidamente, protegendo o pescoço e o cachorro, em um gesto inesperado, deu uma lambida rápida em seu rosto. O cheiro azedo de comida invadiu suas narinas, e ela não pôde deixar de pensar que, apesar de tudo, aquele cão tinha um gosto peculiar para petiscos.
— Ah! Que nojo — Clara empurrou o focinho do cachorro com as mãos machucadas, ele lambeu rapidamente suas palmas — Ah! Para seu pulguento.
O som dos passos e a respiração de Ian chamaram sua atenção, o semblante dele estava assustado.
— Vocês correram muito rápido — ele agarrou o cachorro pela pelagem, tirando o de cima dela — Senta!
O animal se sentou ao seu lado, lambeu os lábios e grunhiu baixo. Ian se agachou, encarando Clara com os olhos entediados. Percebeu os arranhões em seu rosto, revirou os olhos.
— Você é um coelho covarde, me deu um soco no nariz e agora um no olho — disse, jogando o lençol sobre ela e a erguendo do chão — uhm! Estou cansado. Vamos, Prata.
Assim que se aproximaram da mansão, o cachorro voltou para a escuridão de onde ele havia saído.
A respiração de ambos se harmonizava, enquanto ela se aninhava ao peito dele, sem emitir nenhum protesto ao atravessarem a porta da sala escura. Suas mãos e pés pulsavam de dor e sangravam. Evidenciando o cansaço que dominava seu corpo. Desde o início. Clara estava faminta, ao sentir olhares sobre ela; encolheu o rosto próximo ao seu tórax suado. Ian começou a subir as escadas e, assim que se encontraram novamente trancados no quarto, ele colocou as chaves na cueca e foi em busca de algo no banheiro.
Clara observou o quarto com atenção; havia um grande guarda-roupa, uma poltrona de couro ao lado da janela e uma varanda com uma mesa e duas cadeiras. Sacolas de compras estavam espalhadas pelo chão de madeira, perto de uma lareira, e ao lado da cama havia um móvel de apoio de estilo rústico.
— Suas mãos estão doendo? — Ele falou assim que saiu do banheiro.
Clara virou o rosto em direção à porta, impaciente. Ele agarrou sua mão, examinou, começou a higienizar com álcool e tirou o excesso do líquido com algodão. Aplicou pomada, fez o mesmo com os seus pés, enrolou as ataduras nos seus pulsos. Tocou seus rosto com delicadeza checando os arranhões.
— Não vou mais te prender, você não tem como fugir mesmo — ele disse, a empurrando sobre a cama, dando-lhe um beijo, deitou a cabeça sobre os seus seios e envolveu sua cintura com um dos braços — boa noite.
(…)
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 74
Comments
Fatima Vieira
ele esta apaixonado por ela
2024-12-17
0