08h00, 21 de outubro de 2019, AGÊNCIA ORNUS.
Seu temperamento grosseiro e impetuoso fazia dela uma excelente agente, porém acabava concluindo suas missões com criminosos feridos ou algum estabelecimento em chamas. Mas ela nunca saía de lá ferida ou assustada.
A sala de conferência convenientemente virava sala de reuniões e, outras vezes, se transformava em estúdio de filmagens.
Por agora, ela estava com a cabeça coberta pelo capuz da blusa de moletom, dormindo, enquanto uma das administradoras passava o relatório.
À sua direita, estava um homem robusto, de meia-idade, com cabelos pretos grisalhos; ele segurava uma xícara de café à frente do rosto. Ao lado, tinha uma mulher ruiva de nacionalidade escocesa; seus cabelos ruivos tinham um tom acobreado e leves mechas grisalhas. Ela era uma hacker muito experiente e estava ouvindo atentamente a explicação da administradora geral.
Ao lado esquerdo, depois de Nóz e Rodryg, estava a Diaba, Aubrey, uma mulher loira; seus cabelos curtos estavam presos em um rabo de cavalo alto. Magra e com olhos azuis acinzentados, usava uma tipoia preta no braço engessado.
Ao lado da loira, se encontrava uma hacker de cabelos pretos, magra como sua parceira, com cabelos cacheados e pele negra; ela passava um batom carmim nos lábios. Não se portava como um hacker, mas era a número um da agência; seu codinome era B.
E a sua frente estava uma auxiliar de execução, cada missão tinha um auxiliador, ele era treinado tanto com espiã ou hacker, sua posição na agência era acima dos agente, seus conselhos era cruciais para terminar as operações em êxito, seu nome era Shelly, uma moça de 21 anos cabelos tingidos de azul Royal, trajava jaqueta jeans com um top preto por baixo, sua calça jeans tinha lavagem clara. Ela balançava uma caneta entre os dedos, nervosamente.
Todos estavam em volta de uma mesa redonda.
— Então! Esse é o nosso alvo, presidente da Compus Tecnologia — indagou a administradora, olhando para a agente que dormia — 26 anos, inventor e o acionista majoritário. C, você está ouvindo o relatório? Agente C.
Todos presentes ficaram em silêncio, esperando Clara responder; os olhares estavam estagnados em sua direção. Ela dormia profundamente; um dos agentes, em tom brincalhão, disse que ela estava roncando. Nóz, um homem alto, de cabelos pretos e corpo robusto, a cutucou na costela com o dedo endurecido.
— Ah, peguei o celular! — gritou a dorminhoca.
Os agentes na sala de reunião começaram a sorrir alto, exceto a mulher loira que a encarava com os olhos castanhos semi-abertos, Christine.
Ela jogou a prancheta com os arquivos no meio da grande mesa redonda. Clara coçou os olhos e retirou o capuz; seus cabelos estavam bagunçados, e a ondulação rebelde caiu sobre suas costas, formando ondas desalinhadas. Bocejou alto, com o semblante tranquilo, e encarou Christine.
— Parece que a Clara já completou a missão enquanto dormia na reunião — brincou o agente de cabelos grisalhos, cujo codinome era T.
Os agentes riram em uníssono.
— Parece que uma das nossas melhores agentes dorme sonhando com trabalho; isso é muito bom, tem foco até dormindo. Mas, Agente C, seu irmão, não conseguiu a cadeira de diretor dormindo enquanto os outros agentes discutiam as missões — Shelly, auxiliar de execuções, falou em tom de deboche.
— Eu não quero a cadeira do diretor; tenho muitas cadeiras no meu apartamento — Clara falou, abaixando a cabeça para voltar a dormir.
— Agente C, já que a minha explicação está tão tediosa, venha aqui na frente explicar para seus companheiros, que estão há um ano sem descansar, investigando o Sr. Ian, o nosso alvo. Ele não é um assassino em série — provocou Christine —, mas ele é bem perigoso para ser menosprezado da forma que você está fazendo. Vamos lá, mostre seu plano!
Clara levantou a cabeça irritada; ela segurou o arquivo em frente ao rosto, visualizando atentamente a foto do homem. Branco, cabelos pretos e olhos azuis, não conseguia saber o seu porte físico; a foto era de passaporte. A descrição do seu perfil indicava sua altura: um e noventa e oito, e ele estava com o semblante sério.
Clara havia virado a noite com Nóz e Rodryg, estudando o perfil de Ian Kung; suas fotos nos tabloides eram sugestivas, qualquer mulher se interessaria.
— Primeiro se não fosse a senhora A, quebrando o braço em uma missão de busca eu não estaria aqui — proferiu ela, fitando a agente que estava com o braço engessado. — Eu estaria no Caribe... Sr. Ian não me interessa uma missão tão sem pé nem cabeça, sair em um encontro, dopa um presidente só pra pegar um celular.
— Ei, C! eu não quebrei o meu braço porque eu quis — falou a agente loira, batendo os dedos da mão boa na mesa — eu iria adorar essa missão, olha o cara! Está com medo de se apaixonar?
— Merda, quem iria querer ser seduzido por uma aleijada — disse Clara, exibindo um sorriso.
— Vocês só está indo porque é a segunda escolha já que eu sou a melhor agente daqui. — afirmou Aubrey com tom arrogante, — você apareceu na TV, né? Você tem até um fã clube "anjo agente C".
O mais jovem da sala tossiu engasgado com energético, era o único brasileiro da agência, de alta estatura, 19 anos, olhos pretos, seu cabelos cacheados cortado em um topete alto balançava a cada sacudida, Nóz deva batidinhas em suas costas largas, seu nome era Rodryg. codinome R, cuidava do perfil de fã club do agente C, como hobby.
— Está com ciúmes? — Clara indagou com a sobrancelha arqueada e um semblante sarcástico, inclinando-se para frente, para que os parceiros não bloqueassem sua visão da Agente A.
Aubrey, possuída pela ira, pegou o relatório de vinte folhas em sua frente com as mãos desajeitadas e o transformou em um cilindro.
— Eu vou enfiar esse plano no seu...
— Silêncio, essa droga de agência parece um parquinho — berrou Edward entrando na sala de reuniões — talvez devêssemos trocar a placa de "escritório de advocacia" para "jardim de infância" — o Diretor falou, impondo respeito. — Eu só quero que vocês percebam a seriedade dessa missão — O Diretor sentou-se próximo de Christine — as equipes da agente A e do agente T, passaram 1 ano vigiando o Presidente da COMPUS, Clara ninguém queria estar aqui então não desvalorize o trabalho dos colegas.
Clara bufou, cruzando os braços. Seu irmão era o único que lhe comandava.
A Administradora continuou, exibindo no telão imagens de acionistas, enquanto a equipe de Clara tomava notas e ela examinava atentamente cada foto que era apresentada.
— Temos indícios concretos que esses dois acionistas — ela indicou o primeiro, uma moça que controlava o computador circulou o rosto de uma homem — Hunter Smith e Kaden Logan, estão metidos com o esquema de lavagem de dinheiro, a máfia de Los Angeles esconde o dinheiro do tráfico em várias empresas. — Christine pressionou um controle diminuto, mostrando a foto do novo entorpecente que estava sendo produzido em grande quantidade.
Era incomum, as filmagens de pessoas em delírio que apareceram logo em seguida, Aubrey evitou a tela no mesmo instante. Clara analisava com precisão, o homem rasgava as roupas de uma mulher em descontrole, a mulher fazia algo obsceno em suas partes íntimas com os olhos revirando e convulsionado.
— Acreditamos que os documentos com as assinaturas estejam em posse do Sr. Kung — Christine com o semblante enjoado retirou das imagens de vídeo.
— Acreditamos? Qual porcentagem de não estamos certos? — Nóz perguntou.
— Hum! Setenta, porcento — O diretor disse antes que Christine respondesse.
— Merda. Vocês querem me matar — Indagou Clara procurando alguma pista no relatório — esse maluco não parece nada bonzinho. Trinta porcento e muito pouco.
— Os documentos que conseguimos invadindo o sistema da empresa comprovam uma chance de mais de trinta e cinco, porcento — disse o agente T sorrindo gentilmente.
— Oh! Maravilha, trinta e cinco, porcento, isso já é um aumento exorbitante, porcentagem boa para me foder.— Ela disse dando de ombros — E qual é a do relógio?
Clara apontou para televisor Uma foto de Ian e seu irmão mais velho usando relógios iguais era exibida no grande televisor.
— Garotinha, o que é tem a ver um simples relógio? — Shelly a questionou se sentiu ofendida, tantas outras perguntas para fazer, ela queria saber de um simples relógio. — tá! Querendo dizer que esse relógio barato tem algo especial?
— E não teria! — Clara afirmou — para de usar tanta química nesse cabelo, está afetando seu cérebro, o Sr. Ian é um inventor! Nóz qual a chance desse relógio ser uma invasão de última geração, até melhor do que esses nossos celulares ou comunicadores? — Clara lançou um olhar para o Nóz.
— A julgar pelo nosso tipo alvo, pode haver oitenta, porcento de chance, em todas as fotos ele está usando o relógio. — Nóz exibiu seu talento de Hacker sobre um laptop preto apresentou na televisão uma foto de Ian Kung com os relógios em ocasiões formais. — Algumas fotos me chamaram atenção, o irmão dele Simon nessa foto está usando o mesmo relógio, ele susbistitui — Nóz foi passando fotos no televisor com cliques rápidos — quando não está com o irmão mais novo e também Jhuliene a irmã usa quando está na escola de balé, mas dificilmente ela aparece usando.
— O que tem a ver, e aí se esse relógio tiver algo se especial qual o problema deve ser só algo entre irmãos, acho que não tem nada a ver com a missão. — Shelly deu de ombro para as especulações da Clara.
— E não tem; eu e o Nóz queremos roubar, — Clara apertou as bochechas com as mãos exibindo um sorriso — achamos que possa ser algum tipo de comunicador que tem um bloqueador de sinal, e eu não quero perder contato com os meus hackers.
Nóz deu início em um vídeo, a gravação iniciou. Ian e Simon adentravam em um restaurante, logo após pessoa saiam conferindo os celulares.
— A Clara está certa, na minha missão na Rússia eu quase morri devido a um bloqueador de sinal, quando eu tentei me comunicar com a Anny e comunicador não funcionava, se eu não tivesse dopado o sujeito com a arma tranquilizante eu tinha morrido — Aubrey falou preocupada.
— Hum! Pode ser que o relógio seja importante, mas vamos continuar — falou Christine mostrando o ponto de encontro.
O encontro aconteceria no dia 23 de outubro, no hotel Garden em Los Angeles, Clara embarcaria em um avião de Chicago para Los Angeles e chegaria no restaurante 20h00; nada poderia dar errado.
Christine encerrou a reunião, a mulher logo saiu atrás do Diretor que abandonou a sala assim que o televisor foi desligado, os agentes ficaram esperando os questionamentos da agente C que entraria em missão em poucos dias, nenhum deles esboçava o semblante de preocupação, o que era irrelevante Clara era muito competente em suas missões.
Havia narizes quebrados em algumas, mas era trivial.
~
— Nóz, você tem certeza?
— O Simon é um bêbado, ele arruma encontro aleatório em um aplicativo de namoro — disse a hacker de cabelos ruivos — pode ficar tranquila essa missão e até mais simples que a sua última.
— O Sr. Ian parece um maluco — falou Clara.
— O Simon não percebeu que as redes sociais dele foram invadidas — Nóz disse sorrindo e mostrando o perfil no Facebook — ele é gay, namorar um piloto, acho que o relacionamento deles dois é aberto.
— E você quer entrar no relacionamento deles — disse Rodryg por cima dos ombros de Nóz.
Os agentes de cabelos grisalhos abandonaram a sala assim que conversar torpe começou. Clara estava relendo o relatório de missão, assim que a senhora de cabelos ruivos apertou seus ombros.
— Boa sorte — ela sussurrou.
— Pelo tempo que eu passei investigando os irmãos, o único com cérebro é o Ian, a irmã até que tem um pouco de massa, mas é bem pouca. — Disse Shelly acendendo um cigarro.
A moça se comportava como uma senhora, idosa aos olhos de Clara, Shelly abriu o pequeno frigobar, alcançou uma garrafa de água com gás e se sentou novamente na cadeira.
— Estou um pouco preocupada com o padrão de escolha das mulheres, ele sempre escolhe aleatoriamente, mas sempre são garotas do mesmo porte, corte de cabelo, cor dos olhos, e a julga pela minha descendência Latina eu estou longe dos padrões de beleza do Simon — Clara pousou o relatório sobre a mesa — olhem, elas parecem que só comem um grão de arroz.
Clara se pôs em pé, vestida em conjunto de moletom, ela cruzou os braços, Aubrey examinou o corpo dela, depois olhou as imagens das mulheres no arquivo.
— Não tem como você perder uns vinte quilos em três dias, sem contar os músculos — ela concluiu a observação.
— E eu nem quero! Merda, eu peso cinquenta e nove — Clara rosnou — você deve ter vinte gramas.
— Peso cinquenta e dois — Aubrey murmurou.
As duas mantinham uma relação de competitividade constante, A amizade era muito antiga; fizeram treinamento juntas e conseguiram seus distintivos de espiãs na mesma data. Ambas queriam o título de número um. Aubrey estava sempre um passo à sua frente.
— Essa mulher parece com você! — Shelly mostrou a foto no arquivo — todas tem olhos pretos.
— Tzz, outra vez, vou ter que usar lentes.
Ela cobriu seu rosto com o capuz protegendo seu rosto do ar gelado, que vinha do ar-condicionado. Logo imaginou que faria frio em Los Angeles, sempre preferia missão em lugares quentes.
A tarefa estava simples demais, aquilo a deixava apreensiva, Ian Kung lhe fomentava calafrios incomuns.
Ele era incomum.
— Simon fez uma ligação para irmão dele — disse Shelly — a Christine disse ser irrelevante produzir na reunião, vocês querem ouvir?
Todos na sala concordaram com a cabeça, Shelly produziu o áudio no seu próprio notebook.
“Chorão só quinze minutos, tiro a foto e você pode ir embora”, era a voz de Simon em tom tedioso
“Ah! O velho não vai se importar, não vou!”, a voz rouca de Ian fez todos ficarem boquiabertos.
Clara tinha uma expressão de tensão no rosto.
“Quinze minutos Ian, você tem que arrumar uma namorada e parar de ser tão amargurado”.
“Prefiro morrer”, exclamou Ian Kung. "Ah! Quinze minutos e depois eu vou embora". Ele concordou.
O áudio havia acabado.
— perfeito não é, a voz de um anjo — proferiu Shelly.
— Sim! — Aubrey concordou.
— Parece a voz do Diabo — pronunciou Clara, com a bochecha avermelhadas
Se sentou, suas pernas estavam trêmulas, a sala de conferência estava cada vez mais fria, bateu o queixo antes de abaixar a cabeça deitando na mesa.
— Está tudo bem Clara — Rodryg a questionou.
A espiã balançou a cabeça assentindo que sim.
— Agente C, N e R, boa sorte! — disse Shelly se erguendo e caminhando para a saída da sala.
— Ah! Eu esqueci de falar que o R não vai, como não vai ter disfarce secundário, pedi que o diretor o liberasse para me acompanhar na minha missão — Disse aubrey.
— O Rodryg é meu aprendiz, porque o Edward iria decidir sem me informar e que missão é essa você está inválida — Disse Clara sorrindo
— Sua cobra! — Aubrey falou
— Ah! Tudo bem para mim Clara eu só iria ficar no hotel ou carregando as malas — disse Rodryg.
O frio já não era suportável, ela se ergueu pegando os papéis, a sua frente, com as mãos na maçaneta gelada, fixou o olhar em todos antes de proferir suas últimas palavras e buscou controlar seu queixo que tiritava.
— Tudo bem então. Se essa vadia te maltratar mete um tiro nela — Clara articulou.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Sonia
História confusa, cheia de personagens, T, A.....aff. Sem enredo...fui
2025-03-02
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Fatima Vieira
tomara q não aconteça nada com ela
2024-12-17
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