O vento gelado invadia todo o quarto, trazendo consigo uma mistura de cheiros: charuto, cigarro, maconha, álcool e lenha queimando. "Ah? Droga, onde estou?", ela pensou, sem se mover, consciente de que alguém a observava. "Que horas são? Quantos dias eu dormi?" O homem se aproximou, fazendo-a tremer, não de medo, mas pela situação. Ian colocou as mãos na cama, uma de cada lado do seu pescoço. Ele cheirava a maconha e álcool, e sua respiração quente a tocava na pele do pescoço. Clara permaneceu imóvel.
— Sei que você está acordada — A voz rouca dele a fez engolir saliva.
— Estou me sentindo bem segura. Sr. Ian — Clara balançou as correntes.
— Você não está com medo?
— Como ficaria, você está me protegendo como um lobo no cio — ela indagou.
— Lobo no cio? — ele sorriu alto.
— Senhor, trouxe o que me pediu. — disse o mordomo, assim que entrou no quarto.
Escutou algo se mover na bandeja de metal assim que o sujeito depositou sobre a cama.
— Ah! Só pra te lembrar, sou bem resistente à dor, igual à minha incrível resistência ao álcool — Clara o provocou.
— Podemos testar todas as suas resistências.
— Maluco desgraçado — ela cuspiu no rosto dele.
— Você pode ir — Ian disse ao mordomo e em seguida limpou o rosto — você me envergonhou na frente do Senhor Mo.
— Vai se foder — Clara murmurou.
— Realmente, você é bem resistente a álcool, bebeu duas taças de martíni e não ficou bêbada, talvez você tenha esquecido de fingir. — Fez uma pausa olhando os objetos na bandeja, uma mini máquina de tatuagem e um frasco de tinta ficaram amostras. — Quando eu era criança, a minha mãe marcava meus brinquedos, porque eu era muito mimado e o Simon adorava pegá-los, eu chorava muito...
— Sr. Ian, eu não ligo! — Clara sussurrou e, em seguida, deu um sorriso largo.
— Não gosto de dividir o que é meu! Então vou te marcar — o ruído de vidro friccionando no metal foi o que ela ouviu, logo algo foi posto em cima da cama — você sabe a finalidade daquele encontro — ela não o respondeu, ele calçou luvas pretas lhe admirando — agora vamos precisar nos conhecermos de novo, você morará aqui, teremos muito tempo para isso e depois teremos filhos...
— Isso vai ser um tédio, me mate. — Ela fez um beicinho.
— Hahahahaha, na minha percepção, vai ser animado — Ian passou o dedo no mamilo esquerdo de Clara — você está com frio?
O toque a fez perceber que não tinha vestes, seus olhos se arregalaram por baixo da venda. Lembrou-se dos treinamentos com Paul, o antigo diretor da agência, seu padrinho e amigo de seu pai: o homem não era nada amigável.
A espiã olhava atentamente para a tela do aparelho, pessoas estavam sendo torturadas, alguém arrancava suas unhas e enfiava ferro quente na pele mesmo que as imagens fossem mostradas em vídeos, era angustiante assistir. E Paul segurava firmemente seu rosto à frente do grande telão.
— Se você fosse homem, isso poderia acontecer com você — Paul a advertiu, soltando seu rosto atormentado e trocando o clipe — Mas na realidade é isso que acontece com as mulheres...
Aconteciam Estupros.
Ela vomitava depois das seções de tortura psicológica, e o homem sempre ria alto de sua inocência. Isso acontecia toda sexta-feira, odiava os treinamentos, o homem era um maníaco por tortura, nada era mais horrível do que vê-lo mutilar um criminoso.
Não tinha medo, mas se sentia furiosa.
— Merda! — Ela indagou.
Escutou histórias de agentes, sendo pegas e violentadas por mafiosos, os vídeos embrulhavam o estômago. Muitas eram mortas, outras voltavam para a rotina do trabalho com os traumas escondidos, era normal na profissão.
Psicólogos e psiquiatras ajudavam em seus processos de retorno. O seu, tinha seus cabelos grisalhos e o rosto angelical, acabou se lembrando dele, teria que encará-lo quando conseguisse sua liberdade.
Ela sentiu os dedos e as luvas frias na pele e não teve nenhuma reação. Sua carne foi furada e começou a ser rasgada. Ian estava escrevendo algo abaixo de sua cintura, próximo à virilha, seu nome. Era marcada com um animal de corte ou um brinquedo.
— Sou o seu brinquedo. Sr. Ian? — O cheiro e gosto de cigarro invadiu sua boca assim que ele parou a escrita — não me beije.
O sorriso baixo era contínuo, e sua pele foi novamente cortada. Em instantes, tudo acabou. Agora, seu corpo não era mais só seu. Ian sentou-se na cama, olhando atentamente sua obra. Ela decidiu que não choraria, não daria o prazer do sofrimento ao homem. Em vez disso, o amaldiçoaria com as piores ofensas que conhecia.
A fala era sua única arma.
— Senhor Mo. — gritou em plenos pulmões.
— Hahahahah, você vai pedir para ele te salvar.
Seus gritos não eram um pedido de socorro, no som da sua voz havia fúria. Previu a direção em que Ian se encontrava, o chutou, acertou-o de maneira precisa no meio do peito. O homem caiu no chão horrorizado.
— Venha salvar o seu chefe — ela berrou mais alto.
— Sua demonstração de amor é tão tóxica — ele disse, se levantando — você vai fazer o que comigo, já que está acorrentada.
— Então me mantenha assim, eu vou matar você...
As mãos grandes seguram seu rosto e os lábios quentes e úmidos tocaram os seus. Clara fechou os olhos de maneira involuntária, seu coração acelerou fortemente ao peito e o tórax desnudo dele friccionava os seus mamilos que estavam eretos e sensíveis. Ian se apresentava sendo romântico com os seus toques.
"Inferno, eu não quero gostar disso", seus lábios e língua se moviam por si só.
— Você gosta? — perguntou ao se afastar.
— Pro caralho! — ela gritou e em seguida cuspiu em seu rosto.
Ian pegou sua camisa de moletom ao chão e limpou o rosto. Revirou os olhos ao sentir a dor que o tecido fez ao ser pressionado no seu nariz machucado.
— Seu amor é tão tóxico para mim — ele fez um bico com os lábios após encher as bochechas de ar. — Gosto disso, me odeie...
— Você é insignificante.
Ele se livrou das luvas que usava, queria tocá-la com as próprias mãos, ela gemeu assim que seus seios foram apertados.
— Não me toque, seu merda!
— Mas você gosta, seu rosto está envergonhado — Ian murmurou.
O toque úmido da boca dele foi sentido e, logo após, seu mamilo direito foi puxado entre os dentes.
— Ahhh, seu maluco pervertido. — Ela arfou — uhm, foda-se!
(...)
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Fatima Vieira
ele é sádico
2024-12-17
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