Eu sou Alana Duarte, uma garota de 19 anos que viu todos os seus sonhos desmoronarem em uma única noite. Cresci ouvindo as histórias da minha mãe sobre como um dia eu poderia ser livre, viver sem os grilhões que a sociedade tenta me impor, mas não sabia que a liberdade que eu tanto desejava era uma ilusão, mais uma entre tantas que me contaram, recentemente descobri que no mundo que vivemos isso era impossível.
Aos 18 anos, terminei o ensino médio com a esperança de que finalmente pudesse estudar psicologia, algo que sempre amei, mas a liberdade para sonhar era um luxo que meu pai nunca permitiu.
A única coisa que ele sempre me disse foi que eu tinha um "destino", um papel a cumprir, algo que só se entendia com o tempo. E assim, eu fui me conformando, guardando meus desejos no fundo da alma, esperando que, um dia, as coisas mudassem.
A realidade chegou como um soco no estômago nessa tarde. Quando entrei em casa, um clima pesado pairava no ar.
Minha mãe, normalmente tão tranquila, estava visivelmente abalada. Meu pai, sentado na mesa da cozinha, olhou fixamente para os papéis espalhados diante dele, a testa franzida. Algo não estava certo. Eu sabia que ele estava enrolado com alguma dívida, mas jamais imaginei que isso nos levaria a um ponto sem volta.
— Alana — minha mãe chamou com a voz baixa, como se tentasse me preparar para o que eu não estava pronta para ouvir — Seu pai... ele perdeu tudo. Estamos falidos.
Eu olhei para ela, em choque. Falidos? Como? Meu coração começou a bater mais rápido, ou está ficando mais denso a cada palavra que ela dizia. Mas antes que eu pudesse perguntar mais, a porta da sala foi aberta com violência.
Homens apareceram e me puxaram pelo braço, derrubaram meus livros e começaram a me arrastar, não importava o quanto me debatesse, eles eram fortes, mas o que me surpreendeu foi a cara dos dois, imóveis e alheios a situação.
— Pai! Mãe! Por favor, me ajudem! — Minha voz saiu com desespero, mas a resposta que recebi de meu pai foi o oposto do que eu esperava.
— Calada! — Ele rosnou, virando-se para mim com um olhar frio e implacável. — Cale a boca e entenda que você cumprirá seu papel, suas obrigações como mulher! Você vai servir a alguém, vai salvar a nossa família. Isso é tudo o que você precisa saber.
Aquelas palavras cortaram mais fundo do que qualquer faca.
Olhei para minha mãe, tentando ver um sinal de apoio, algo que me dissesse que ela ainda me amava, que ela faria algo para me salvar. Mas tudo o que vi foi o rosto dela, pálido e desesperado, enquanto ela abraçava minha irmãzinha, que estava chorando em seus braços.
Foi quando a traição se fez clara para mim. Minha mãe, minha própria mãe, estava aceitando isso. Estava permitindo que eles fizessem o que queriam com a filha dela.
Vi a dor no rosto dela, mas não havia nada que ela pudesse ou quisesse fazer. Eles não me viam mais como filha, mas como uma mercadoria a ser trocada para salvar a própria pele. Eu era uma solução para os problemas financeiros que meu pai havia criado. E aquilo... aquilo era o pior tipo de traição.
— Por favor... pai, mãe, me salvem! Não deixe que faça isso comigo! — Implorei, minhas mãos suando enquanto eu me segurava na porta, tentando resistir ao peso que se aproximava. Mas antes que eu pudesse fazer mais, meu pai avançou em mim com um movimento rápido.
A tapa foi tão forte que me fez girar, meu corpo colidindo contra a parede do corredor. Fui jogar no chão, e a dor no rosto não era nada comparado ao que sentia por dentro. Minha mãe não disse uma palavra. Ela se afastou, abraçando minha irmã, e eu soube, naquele instante, que estava sozinha.
— Agora, vai entender o que significa ser mulher nessa casa! — Meu pai sincero, e as palavras dele ecoaram na minha mente, reverberando em um grito interno de revolta. Como ele poderia fazer isso? Como ele poderia me abandonar dessa forma, sabendo o quanto eu amava minha liberdade, sabendo o quanto eu queria mais do que aquilo?
Eu não queria ser uma ferramenta para salvar a vida deles. Eu queria ser livre. Mas a realidade era dura demais, e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso. Eles me usaram como moeda, me usaram para pagar uma dívida, minha liberdade arrancada antes mesmo de eu ter uma chance de agarrá-la.
O futuro que eu imaginava agora parecia uma prisão. Meu destino, traçado por mãos que nunca foram minhas, me conduzia a um caminho sem saída. Eu era filha, mas não era mais parte da família. Eu era um pagamento, um sacrifício necessário para a sobrevivência deles.
Fecho os olhos, sentindo as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. Eu já sabia que minha vida jamais seria a mesma. E o pior de tudo: eu nem ao menos teria a chance de escolher o que fazer com ela.
Fui empurrada em um carro preto, o som da porta batendo ecoando no silêncio pesado.
Me encolhi no banco, sentindo o medo de tomar conta de cada centímetro do meu corpo, medo do meu destino, de sofrer, fora a dor psicológica havia a física e eu nunca havia levado um tapa em minha vida.
Os homens ao meu redor riam, conversando sobre como a dívida estava sendo bem paga agora, uma característica era marcante neles, todos ruivos com sotaque carregado, russos eu acho.
Suas palavras sujas me fizeram sentir um vazio gelado no estômago, e eu pude sentir o peso de seus olhares sobre mim, olhares que só exprimiam desejo e desprezo. O asco que senti por eles era indescritível, e, por um momento, temi que meu destino estivesse selado ali, nas mãos daqueles homens que nem sequer viam minha humanidade, e se viam deixavam claro de que aquilo não importava para nenhum deles.
Se me livrar disso vou acabar com meu pai e entregar ao líder que ele está envolvido com Russos, ele não pensou em mim e não pensarei nele.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Cecília rafaelly!
eu sei que ela esta chateada com a mãe,mas ela não podia fazer nada,além de tentar proteger a outra filha mais nova....
pelo jeito a mulher não tinha voz nesse tempo...
2025-02-28
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Arlete Fernandes
Nossa que situação terrível ser pega de surpresa e ainda com um destino deste é de doer!
2025-03-02
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Angélica Beatriz Dos Reis
nossa xomobtemnpessoas assim que posam swr chamadas de pais
2025-02-16
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