capítulo 18

Mudaram de assunto, discutiram sobre negócios até a mãe dele aparecer e interromper, mas Kiara ficou ali falando sobre negócios com ambos, mas notou que sua mãe não parava de olhar para Kiara, assim que Kiara saiu, ele não perdeu tempo em perguntar.

- Mãe, aconteceu alguma coisa?

- Não que eu saiba.

- Está estranha.

- Impressão sua, querido.

- Tem certeza.

- E você tem certeza de que aquela garota não está interessada em  alguma coisa?

- Pensei que havia dito que não ia interferir nisso.

Ela sorriu.

- Querido, ela cresceu ao lado do seu avô e nem recebeu nada, não acha estranho ela se interessar por você.

- Não acredito que esteja dizendo isso.

- Nem eu.

Chris franziu o cenho, todo confuso.

- Mãe, eu já disse. Não há nada que vá fazer nos separar, está parecendo o seu pai...

- Não ouse me comparar com meu pai. – ela gritou. – Você não sabe de nada, então não ouse falar comigo dessa maneira Christopher.

Chris a encarou e assentiu.

- Ok. Mas não interfira no meu relacionamento com a Kiara. – ele disse e saiu do escritório, pode ouvir sua mãe chama-lo, mas não deu a mínima e para se acalmar se afastou dali e acendeu um cigarro.

Sabia que sua mãe estava agindo de uma maneira diferente, como ela podia pensar que Kiara estivesse interessada em alguma coisa.

 

Kiara quando voltou do almoço procurou por Chris para discutir sobre algo e não o viu em parte alguma, parecia que depois que saiu da sala deixando o sozinho com a mãe não foi nada legal, todo mundo havia olhado para ele sair batendo a porta com força e se afastado, teria ido atrás dele se não fosse os pares de olhares que vieram para cima dela, então decidirá que deveria manter a calma e ficar quieta.

Entrou na sala do escritório e viu que não havia ninguém por lá, decidiu procurar pelos papéis que precisava para terminar o seu trabalho, mas levou um susto quando viu que já não estava mais sozinha do local. Era a mãe dele que acabara de entrar.

- Ah estava...

- Você perdeu alguma coisa?

- Não. Estava procurando pelo Chris..., mas não o vi. – Ela gaguejou. – Precisava de um papel, pois preciso...

- Não tem nada aqui que você precise. Seu trabalho não é aqui.

- Eu sei. Mas preciso desse papel...

- Tem certeza que está aqui só para usar o meu filho?

- Não sei do que está falando. – Ela tentou sair da sala, mas aquela mulher a impediu. – Vou procurar pelo Chris... se não se importa.

- O que foi que meu pai lhe deixou?

Kiara a encarou e respondeu com a voz entrecortada.

- Nada.

- Está interessada em ficar com alguma coisa?

- Se a senhora não sabe não posso ir embora daqui. Seu pai deixou bem claro que meu pai não pode ser despejado.

- Sim, eu sei. Mas como que você pode passar todos esses anos ao lado dele e não ficar com nada.

Kiara deu de ombros.

- Deve ter ficado com raiva, pois saiba que eu ficaria.

- Não pensamos iguais.

Kiara estava se segurando para não gritar, precisava se acalmar, pois sabia que alguma coisa estava errada e não poderia fazer vexame logo ali.

- Bem, preciso ir.

- Não de as costas a mim, garota.

Kiara não deu a mínima e conseguiu sair dali, estava descendo a escada quando ouviu ela chamá-la novamente.

- Disse para não dar as costas a mim.

- Você não manda em mim. – gritou fazendo com que todo mundo agora olhasse para as duas.

- Não grite comigo. Não é só porque meu pai deu a ordem para não a despejar que não posso mandá-la embora.

- Você não tem o direito a isso.

- Eu tenho direito a tudo. – Ela disse com desdém. – E a partir de agora estou dispensando você.

Kiara a fuzilou.

- Não pode fazer isso.

- Sim, eu posso. E fique longe do meu filho.

Kiara engoliu em seco.

- Ok. Mas saiba que não sou eu que estou se fazendo de vítima, você abandonou o seu pai, deixou ele sofrendo por todos esses anos e você nunca quis saber de como ele estava.

De repente ela sentiu uma mão encostar em seu rosto. Não soube dizer, porque veio tão de repente, sentiu seu coração acelerar e lágrimas estavam querendo vir e teve que segurar.

- Não ouse falar do que não sabe.

- Nunca mais toque em mim... – Kiara gritou, ia se afastar, mas foi quando viu Chris e seus olhares se encontraram, por um segundo pensou em correr para os braços dele, mas não iria se humilhar mais ainda então correu o mais rápido que pode.

Tinha sido humilhada na frente de todo mundo e para completar ainda tinha levado um tapa na cara. Mesmo que não tivesse sido dispensada, não iria por os pés naquele maldito lugar. Tinha passado anos vivendo numa casa que não era bem vinda até mesmo antes ou depois da morte de Marcus.  Magoada demais por ter se sujeitado se misturar aquela família, achando que poderia ser um deles.

Lembrou de Chris e sentiu seu coração despedaçar em pedaços. Agora ela sabia o que era amar alguém e não poder dar esse amor a uma pessoa que não poderia ser dela.

Ofegante por correr, teve que parar no meio do caminho e sua raiva a consumiu e, pois, a correr novamente, estava chegando em casa quando ouviu um carro parando. Era Chris, mas não deu muita atenção e continuou os seus passos, estava na porta de sua casa quando o ouviu a chamá-la.

- Kiara....

Ela virou-se bruscamente e claro que chorava, mas não se importou nem um pouco.

- Vá embora, Chris.

- Kiara... sinto muito.

- Não deveria. Eu já sabia que isso não daria certo... então acabou. – Ela gritou. – Não podemos ter nada juntos, sua mãe deixou claro que sou interesseira.

- Sou eu que decido quem entra na minha vida e não a minha mãe.

- Aceita isso Christopher. Eu não pertenço a você e nunca pertenci a Marcus também. – Ela suspirou em meio a lágrimas. – Não sou quem você está procurando.

- Kiara...

Sem deixar que ele se aproximasse, correu para dentro de casa. Pode ouvi-lo bater na porta e chamá-la várias vezes e a única coisa que ela conseguiu fazer foi sentar-se atrás da porta e chorar descontroladamente.

 

- Por que fez aquilo? – Chris esbravejou para a sua mãe assim que chegou em casa e viu que ela estava ali.

Sua mãe estava chorando e seu pai estava a confortando, só de seu pai dar uma fuzilada para ele recuar.

- Mãe...

- Não começa, Christopher. – Seu pai disse. – Sua mãe tem motivos maiores para estar assim.

- A senhora disse que não iria interferir. Por que fez  aquilo?

- Chris...

- Não pai. Não conheço os problemas de vocês, já basta vocês terem escondidos sobre a família por quase trinta anos. – Suspirou. – E  agora ficam tentando mandar na minha vida.

- Ninguém está mandando na sua vida, Chris. – Seu pai falou levantando-se.

- Ah não está. Então porque a mamãe foi lá encher a cabeça da Kiara...

- Eu quero o seu bem, querido. – Dessa vez foi sua mãe quem se levantou. – Ela me desrespeitou na frente de todo mundo.

- E a senhora fez o mesmo com ela.

Sua mãe concordou balançando a cabeça.

- Sim.

- Então vai lá e peça desculpas há ela.

- Não.

- Por quê?

- Não posso. Dei um  tapa nela.

- A senhora fez o que? – ele esbravejou indignado, passou as mãos no cabelo tentando se controlar. – Não acredito que fez isso.

- Ela me desrespeitou.

Chris balançou a cabeça e assentiu.

- Ok. Só para deixar claro, de agora em diante não interfiram mais na minha vida. – Suspirou e foi até a porta, continuou. – Não sei o que houve entre vocês e o Marcus, mas não quero fazer parte disso.

- Chris...

Chris sem dar a mínima saiu do aposento e se trancou no quarto. Estava mesmo chateado e com raiva de seus pais. Naquele momento ele queria poder conversar com Kiara, mais sabia que ela estava querendo ficar sozinha e isso era decepcionante.

Nunca havia sentindo algo assim. Estava magoado por ver sua mãe estragar o seu relacionamento que mal começará e isso o deixava furioso ,pois não poder falar com Kiara sobre o que estava acontecendo.

Sabia que não  precisava se entregar à tristeza, nem perder a esperança de que as coisas vão melhorar. Tudo na vida tem solução, mesmo que agora  não consiga vê-la. Precisava ir ao lugar de onde tirar a sua força - sejam amigos, a família, ou algum recanto do seu coração - e encontre o que precisa para superar mais esse desafio. Era capaz, pode ter a certeza disso.

Depois daquela confusão toda, não viu Kiara pelo resto da semana, estava trabalhando meio que forçado, e para completar os funcionários estavam sempre cochichando quando o via e Pedro o fuzilara como se quisesse matá-lo.  Mesmo não tendo nada ver com a briga entre as duas, ele ficará com o peso sobrecarregado por tudo. Tentara falar com ela várias vezes, mas não tivera nenhum sucesso e isso o estava deixando louco. Não foi assim que imaginara que terminariam, na verdade não achou que acabaria antes mesmo de começar.

Aquela semana passou os dias todo estressado, e quase não aparecia lá no galpão e o que lhe deixava mais chateado era que não estava conseguindo falar com sua mãe. Ela não contava o que havia acontecido no passado, mais também não queria que ele a julgasse sem saber das coisas, e para piorar seu pai não deixava que se aproximasse, pois toda vez que tentava puxar assunto, ele esbravejava sem um pingo de paciência.

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Comments

Cecilia geralda Geralda ramos

Cecilia geralda Geralda ramos

está muito confuso ,os pais de Cris não falam e atrapalha ele de viver aff

2025-01-03

0

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