Kiara olhou de relance para o homem que estava sentado ao seu lado dentro do carro. O que ela fizera de errado afinal?
Ele havia a beijado, e sim – ela respondera ao beijo. Mais não sabia que tinha limites para isso, porém, estava envergonhada por ter sido tão fraca a ponto de demonstrar suas fraquezas há ele. Agora Chris sabia o que ela sentia por ele, mesmo tentando mantê-lo longe.
Ele tinha razão, não tivera muita experiência na vida e precisava viver um pouco mais, viver momentos intensos e claro que não precisava ser justamente ele, porém, era com ele que gostaria de estar.
Quando Chris parou o carro em frente ao chalé, seu pai já estava ali na sacada e veio de encontro há eles. Ajudou pegar as coisas, e sentiu os olhares dele sobre ela, e claro que seu pai já estava desconfiado.
- Sr. Pellegrini você vai fazer as Bruschetta?
- Ah... eu não sei. – Ele falou olhando para Kiara.
- Bem, você disse que faz uma excelente Bruschetta.
- Sim.
- Então venha preparar, aproveita e fica para o jantar. – Marcello o convidou.
Kiara apenas balançou a cabeça.
- Não vai se importar se eu vier.
- Não.
- Ok. Vou para casa tomar banho e já volto.
- Excelente!! – Marcello exclamou animado.
Assim que Chris foi para a casa dele tomar banho, aproveitou para fazer o mesmo. Estava secando o cabelo quando ouviu a batida na porta, eram só cinco e quinze, a essa hora sua irmã estava adiantando o jantar. Seu pai não costumava fazer as coisas por ali, porque era péssimo na cozinha. Não entendera o que seu pai estava fazendo, tudo bem ele ter um encontro depois de muito tempo, mais chamar o patrão para cozinhar em sua casa já era demais. E outra ela também sabia muito bem fazer Bruschetta.
Estava terminando, quando seu pai apareceu dizendo que Chris já estava ali e se ela não poderia ajudá-lo na cozinha. Não sei por que isso, se ele era um profissional, sabia muito bem dar conta de tudo.
Suspirou antes de descer e vê-lo acanhado conversando com Annabel na cozinha, e por incrível que pareça ele falava sobre comida com sua irmã, o que achou muito legal. Annabel apesar de ser muito nova, adorava aprender aquele tipo de coisa, pelo menos sabia que sua irmã teria um futuro na vida.
- Kiara... veio ajudar a gente? – Annabel perguntou quando a viu.
Kiara sorriu descruzando os braços e se aproximou da irmã.
- O que vão fazer além da Bruschetta?
- Chris deu a ideia de fazermos Ossobuco com risoto a milanesa e de sobremesa Pera alla Zabaglione. – respondeu Annabel toda animada.
- Hum, é dá para fazer isso.
- Claro, a gente tem um chefe de cozinha aqui em casa hoje.
- Sous Chef. – Ele corrigiu sorrindo.
Kiara forçou um sorriso e olhou para Chris que deu de ombros.
- Tudo bem... Por onde começamos?
Chris foi que começou com o tempero da carne, enquanto Annabel ficou por conta do risoto e ela cortava as verduras. Mas ficou sem graça quando ele chamou sua atenção por não saber cortar direito as coisas, por fim ele acabou ensinando-a e claro que ficou nervosa com a proximidade dele.
Kiara sorriu quando o viu ensinando sua irmã sobre ingredientes e como deixar tudo perfeito, a explicação dele era muito boa e ficou feliz por ver que alguém sabia lidar com Annabel.
- Se continuar assim, vou te contratar para o meu restaurante. – Ele disse.
- Uau, sério?
Ele assentiu.
- Achei que o restaurante fosse dos seus pais.
- Sim. Mas estou planejando abrir um. – Ele contou ao olhar para ela. – Meus pais não têm os mesmos pensamentos que tenho. É muito bom quando você tem planos para o futuro, já pensou em fazer o mesmo?
- Kiara não tem planos, ela diz que gosta de viver o presente. – Annabel interferiu, mas se encolheu quando a irmã a fuzilou.
- Anna...
- Tudo bem, ela ainda vai se encontrar. – Ele deu uma cutucada em Annabel que sorriu. – Enquanto isso eu ensino você com a cozinha.
- Meu sonho. Quero fazer gastronomia, mas não sei qual escola pretendo me inscrever...
- Se você for uma boa aluna no colégio e ter notas muito boas pode ganhar uma bolsa, sabia. Tem muitas escolas de gastronomia que aceitam bolsa de estudos... – ele disse vendo que Kiara o olhava. – Então, se quer mesmo isso para a sua vida, comece a levar o colégio mais a sério, ok.
Annabel assentiu.
- Ok.
Depois daquele conselho de Chris para a sua irmã, teve que concordar que ele era mesmo uma boa pessoa. Não havia motivo para odiá-la e muito menos sair julgando-o sem o conhecer. Nunca havia escutado um homem dar conselhos para sua irmã se dar bem nos estudos para ser alguém na vida.
Terminaram de fazer o jantar um pouco depois que a visita do seu pai chegou, e ficou surpresa por ver que era nada menos que a Sra. Antônia a faxineira de Chris. Ambos se entreolharam e sorriram sem graça um para o outro.
O jantar foi ótimo, todos gostaram do risoto que Annabel fez, o Ossobuco de Chris o que na verdade foi ele quem fizera quase tudo, a Bruschetta estava mesmo excelente, a sobremesa ficará divina, apesar do pouco tempo que tiveram ainda dera tempo para fazer tudo.
Seu pai parecia feliz ao lado da Sra. Antônia, era mesmo um mundo pequeno e surpreendente. Mas fiquei feliz por saber que seu pai estava mesmo tocando a vida para frente depois de muitos anos que sua mãe se fora. Ficaria feliz se ele realmente levasse isso há sério.
Depois do jantar ficaram conversando, seu pai falou sobre Marcus e sobre a mãe de Chris. Contou que naquela época eles eram proibidos de irem até a plantação e no galpão, mesmo assim os pais de Chris e ele iam escondidos só para irem fazer artes, afinal eram só adolescentes. Marcus ficava furioso ao vê-los jogando balões com água no galpão até que a mãe de Chris tinha sido proibida de sair de casa por uma semana, foi quando ele começou a trabalhar para ajudar os pais e desde então não puderam mais jogar balões com água.
Havia mais algo naquela história, e seu pai não queria contar. Sempre soube que era uma história estranha, os pais de Chris não iriam embora assim sem ter tido um problema, afinal Chris desde que chegará ali diz que nunca soube que tinha um avô, nem mesmo da família do seu pai. Que sempre foram somente seus pais, a irmã e o restaurante.
Quando era umas dez e pouco Chris anunciou que precisava ir embora, acompanhou- o até a saída depois de se despedir de todos.
- Obrigada... pelo jantar. – Ela agradeceu sem graça.
- Obrigado vocês, por me deixarem cozinhar.
Ela sorriu.
- E obrigada por encorajar a Anna terminar o colégio.
- Isso serve para você também, fazer uma faculdade vale muito a pena.
- Eu sei. Mas no momento não posso.
Ele assentiu e suspirou.
- Bem, espero que um dia você faça alguma coisa... não pelos outros, mas por você mesma. Vejo que tem potencial para alguma coisa e acredito que será a melhor coisa que você fará na vida.
- Vou pensar sobre isso.
- Ok. Até amanhã, Kiara.
- Até amanhã... Chris.
Ele sorriu antes de entrar no carro e partir.
Na manhã seguinte, Kiara levantou-se quase que num pulo. Se não fosse por sua irmã não teria nem ido trabalhar, estava cansada e isso porque ainda era só quarta-feira. Estava no caminho do trabalho quando ouviu um carro se aproximando, pensou ser alguém diferente, mas era só o seu novo chefe. Ele meio que andou devagar ao seu lado.
- Bom dia! Quer uma carona?
- Não precisa.
- Entra aí vai, deixa de ser tão chata. – Ele disse parando o carro e viu que ela o encarava agora. – Desculpa, mas você tem que parar de ser um pouco... chata.
- E você tem que parar de ser tão intrometido.
Ele forçou um sorriso.
- Eu paro se você parar de ser chata. – Ele disse e bateu no banco do passageiro. – Vai, eu te levo para trabalhar.
Kiara hesitou por um momento e só então entrou no carro. Foram em silêncio, apesar do trajeto ser muito curto, não trocaram palavras até ele estacionar.
- Depois que você fizer o seu trabalho, vá até minha sala, preciso lhe passar algumas coisas.
- Ok.
Kiara desceu do carro e viu os olhares novamente.
- Não posso ficar vindo com você.
- Tem medo deles ficarem falando de nós? – ele indagou, pegando o maço de cigarro. – Se pensa muito no que os outros poderiam não estar nem aí.
- Você não os conhece.
- Ok.
Ele acendeu o cigarro e só então percebeu que ele não estava a fim de discutir aquele assunto com ela, ainda mais ali onde todos olhavam e escutavam. Deixando- o fumando e sem importar com nada, foi trabalhar. Não estava muito a fim mesmo de ficar discutindo com ele sobre algo que sabia que não adiantaria em nada.
Um pouco antes do almoço, foi até o escritório dele, queria acabar com aquilo logo para depois do almoço voltar ao seu trabalho e não ter que enfrentar Chris.
Bateu na porta e pode ouvi-lo pedir para entrar, mas pelo jeito ele estava falando no telefone que estava na viva voz, fez menção de sair da sala até ouvi-lo.
- Não precisa sair não. – Ele sorriu.
- Quem está aí, Chris?
- É a filha do Marcello. – Ele respondeu vendo que ela balançava a cabeça.
- Marcello tem uma filha? – A mãe dele perguntou falando em italiano, o que a surpreendeu.
- Sim. Ele tem duas filhas... – ele sorriu. – Mãe, vou desligar... tenho negócios para resolver.
- Ok. Me envie contabilidade para ver como está indo por favor, querido.
- Já mandei para o Sebastian, mãe.
- Mas eu quero ver.
Ele suspirou.
- Ok.
- Obrigada, querido. E Chris... juízo.
Chris balançou a cabeça sorrindo.
- Está bem mãe.
Assim que a mãe dele desligou, Chris a encarou meio que sem graça.
- Sua mãe parece ser uma boa pessoa.
- Às vezes.
- Ela parece ser controladora também. – disse sentando-se.
Ele meio que forçou uma risada sarcástica.
- Não parece. Ela é. E muito.
- Pelo menos agora eu sei de quem você herdou o controle.
- Eu não sou controlador.
Ela sorriu irônica.
- Bem, seja o que for você está sabendo lidar com isso... tudo. Mesmo não sendo sua área.
- Estou me esforçando.
- E pensar que você não faria nada.
Chris sorriu.
- Aprendi em não desistir das coisas. Eu não tinha ideia sobre isso... tudo. – Ele contou. – Meus pais esconderam isso de mim, para mim meu avô já havia morrido a muito tempo.
- Acho que Marcus teria gostado de você.
- É mesmo?
Ela deu de ombros.
- Tem muito em comum.
- Pelo menos alguma coisa temos que ter. Você o conheceu melhor que ninguém.
Kiara forçou um sorriso.
- O quê acha de falarmos de negócios? – Ela mudou de assunto.
Passaram quase uma hora ali falando de negócios e ficou surpresa por não ter percebido que ficaram por tanto tempo ali sozinhos e somente ouviu os comentários depois do almoço sobre ambos.
Não queria ficar próxima de Chris, por isso, sabia que todos iriam ficar de cochicho sobre ambos. Entretanto, ela já previra que isso iria mesmo acabar acontecendo depois de Chris tê-la beijado.
Era muito estranho ter que manter o contato com o neto da pessoa que ela jamais esqueceria.
Depois do almoço ela meio que tentou se manter afastada de Chris, e só então percebeu que Pedro também ficava a vigiando e simplesmente ficou toda sem graça com aquilo tudo.
No dia seguinte ela conseguirá manter-se longe, passará a maior parte vendo as máquinas e anotando qual seria as primeiras máquinas ser trocada, pois sabia que Chris teria que fazer aos poucos.
Na hora de ir embora, conseguirá sair antes dos dois homens, o que foi um alívio poder sair sem que um deles não viessem falar com ela. Não queria ser uma disputa.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Cecilia geralda Geralda ramos
e querida vc já está sendo disputada .
2024-12-30
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