Depois voltaram ao passeio e foram ao Museu que foi fundado em 1727, quando alguns membros da Accademia Etrusca doaram as suas coleções para a criação do museu no Palazzo Casali. Restaurado em 2005, é hoje um museu arqueológico de design moderno, que combina os belos tesouros de seções romanas e etrusca, há uma seção dedicada a coleção egípcia, a história medieval da cidade, as grandes obras de arte e pintura renascentista de grandes artistas de Cortona como Luca Signorelli e Gino Severini. Existem muitas obras e objetos de imenso valor neste edifício, mas um símbolo da academia é uma lastra datada do século XVI, que retrata o Musa Polimnia, figura mitológica de grande encanto e aqui representada de uma forma simples, mas harmoniosa.
- E minha mãe disse que não tinha nada para se conhecer. – Chris ralhou.
- Tem sim. Mas não sou muito fã de sair, costumava vir aqui com o... seu avô. – ela sorriu ao lembrar. – Eu adorava passar o dia com ele, me tratava muito bem.
- Deve sentir muita falta dele.
- Sim. Marcus foi um avô incrível...
Chris sorriu e a abraçou num abraço caloroso.
- Estou aqui agora.
- E pensar que você era um idiota.
Chris riu e ambos foram abraçados até o Palazzo Casali que ficava a direita, que ergue-se o imponente Teatro Signorelli, do século XIX, uma joia do neoclássico, é enriquecido por uma bela galeria com sete arcos. O teatro é operativo e organiza eventos de todos os tipos, por isso se recomenda, para os amantes de teatro clássico, pegar o programa mensal do teatro e aproveitar a oportunidade para visitar o belo edifício, e passar uma noite com um belo espetáculo. Próximo dali fica a Catedral da cidade, o Duomo, que foi construído nas ruínas de um edifício antigo pagão, conhecido como Corys etrusca e sua construção original remonta ao ano 1000. No entanto, a estrutura atual é uma reestruturação renascentista. O interior é inspirado na arquitetura de Brunelleschi com colunas e com capitéis ao longo das três naves, onde se encontra uma grande quantidade de obras sacras, embora muitos tenham sido transferidas para o Museu Diocesano. Entre aqueles que ainda estão no Duomo, é a belíssima “Adoração dos Pastores”, de Pietro da Cortona de 1663, a “Consagração da Igreja do Santíssimo Salvador”, de Andrea Commodi de 1607, e a “Nossa Senhora das Lágrimas” do século XIII.
De frente ao Duomo fica o Museo Diocesano, colocado na antiga Chiesa del Gesù, e recolhe vários objetos e obras de arte das igrejas do território que pertencem à diocese. A coleção de arte foi fundada em 1945 e contém importantes obras de Pietro Lorenzetti, Fra Angelico, Bartolomeo della Gatta, Sassetta e Luca Signorelli, bem como objetos sacros de grande valor. A exposição começa com um objeto pequeno, mas de muito valor, o sarcófago romano com os Combate entre Dionísio e as Amazonas, que data do século II d.C. e foi encontrado próximo à Catedral. Um pouco mais distante, fica a Igreja di San Francesco, que foi construída por Frei Elias em 1247 sobre as ruínas das antigas termas romanas, em homenagem a São Francisco, e ali está conservada uma sua batina, seu livro de Evangelho e um travesseiro. Obras primas de Pietro Berrettini são altares barrocos e o altar de mármore monumental que abriga os restos da Santa Cruz. Foram enterrados aqui o pintor Luca Signorelli e o Frei Elias, o sucessor de São Francisco à frente da Ordem.
Como estava ficando tarde, resolveram pegar a estrada de volta. O passeio foi super produtivo, havia andado bastante de mãos dadas, tiraram fotos juntos e claro que conseguira tirar de kiara sozinha várias vezes, mesmo ela não gostando. Prometeram um ao outro de que voltariam para dar mais alguns passeios por ali e claro conhecer outras cidades vizinhas.
Quando chegaram em Montepulciano por volta das oito e pouco da noite, já haviam jantado em um restaurante antes de pegarem a estrada. Kiara cochilou na volta e quando estava chegando teve que acordá-la.
- Nossa... estou exausta. – Ela disse sentando direito no banco.
- Quer ir para sua casa?
- Acho melhor eu dormi em casa.
- Tem certeza?
- Sim.
Chris há deixou em casa e se despediram com um beijo. Ao chegar em casa, foi surpreendido com sua mãe na sala. Sua mãe estava agindo ridiculamente com ele agora que já estava adulto suficiente para saber o que fazia da vida.
- Estava me esperando?
- Não.
- Então o que faz aqui há essa hora?
Sua mãe o encarou e fez um gesto para que ele se sentasse ao lado dela, hesitou, mas acabou sentando-se.
- Chris só me responde uma coisa.
- Sim.
- Gosta realmente dela?
- Sim.
- Sei que não fui muito honesta nesses anos, de não ter contado sobre o meu pai. – Ela suspirou. – Tenho motivos grandes para ter se afastado daqui..., mas quero que saiba, que não vou mais atrapalhar.
Ele franziu o cenho, surpreso.
- Porquê?
- Estou agindo como o meu pai. – Ela disse. – A vida é sua e você faz o que achar melhor, mesmo eu achando que isso não dá certo.
- Mãe, mesmo que não aceite isso. Entendo que tenha tido problemas maiores naquela época, mas o seu pai se foi e não há nada que possa fazer.
Ela balançou a cabeça e se segurava para não chorar, pegou na mão dela confortando-a.
- Tem toda razão. Ele não vai voltar.
- Sinto muito.
- Acho melhor eu ir me deitar... – ela falou levantando bruscamente. – Até amanhã , querido.
No dia seguinte, Chris tomou seu banho, se vestiu e desceu indo direto para a cozinha. Sua mãe estava preparando o café da manhã e sorriu ao vê-lo. E como conhecia sua mãe, ela não estava muito bem naquele dia, podia notar isso nela. Quando sua mãe fazia panquecas e ovos mexidos, alguma coisa não estava bem, afinal ela nunca preparava os dois tipo no mesmo dia.
- Bom dia.
- Bom dia, querido.
- Está tudo bem?
- Sim. Coma antes que esfrie. – ela colocou o prato de panquecas na mesa, foi quando o seu pai apareceu e olhou para ele e deu um forçado sorriso.
– Meu bem, coma antes que esfrie.
- Claro, querida.
- Aconteceu alguma coisa? – ele indagou quando sua mãe saiu da cozinha.
- Bem, ela não contou nada para você?
- Sobre?
Seu pai não era muito de falar sem a presença da sua mãe, ainda mais quando o assunto era mesmo importante em que ambos tinham que estar juntos para discutirem.
- Não quero ser chato, mas é melhor ela dizer há você.
- Se for sobre eu estar com a Kiara, ela já falou que não vai interferir.
- Ah sim.
- Tem mais alguma coisa que devo saber?
Seu pai hesitou fazendo careta.
- Não.
Mesmo achando aquela conversa muito estranha, não quis dar continuidade, afinal estava tomando o seu café da manhã e precisava ir trabalhar. Já estava acostumado em estar naquela rotina que não tinha nada haver com a sua antiga vida.
Assim que saiu de casa, sua mãe veio atrás de si dizendo que iria com ele para o trabalho e ficou meio que sem graça quando parou o carro em frente à casa de Kiara, que não demorou muito para vir, mas Kiara se encolheu ao ver sua mãe dentro do carro.
Foram em silêncio o trajeto inteiro e pode ver que Kiara estava entediada no banco de trás. Deveria ter dito a sua mãe que iria buscar a Kiara agora todos os dias e para completar nem pode beija-la.
Parou o carro e Kiara desceu do carro quase ao mesmo tempo que ele, enquanto sua mãe descia lentamente só para ver tudo ao seu redor. Era estranho ela comporta-se daquela maneira, ela havia dito que não iria interferir.
Ambos se entreolharam e sem dizer nada, caminharam lado a lado até o escritório.
- Sua mãe está bem? – indagou assim que ficaram sós.
- Não.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não sei. Seu pai falou alguma coisa para você?
- Não.
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Atualizado até capítulo 20
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