Ela apenas assentiu e observou-o se afastar. Não queria ter que passar por aquilo. Quando ela rompeu com Pedro não achava que ele ficaria na sua cola quando tivesse outro homem em sua vida. Teria que dizer há ele que era melhor ele esquecê-la, não queria magoá-lo com falsa esperança, não sentia nada por ele, a não ser uma grande amizade. Amava ele mais apenas como um irmão.
— Kiara... você está aí?
Chris bateu na porta do chalé, assim que viu que Kiara fora a única que não havia ido a sua casa para jantar. Perguntará a Marcelo, mas a única coisa que soube foi que ela ficaria em casa.
Ela podia ser toda mandona, mas era frágil por dentro e estava a fugir dele de todas as maneiras que arrumava, mas não negava a atração que sentia por ele, da mesma maneira que também não negava o que sentia.
— Kiara... eu sei que você está aí. — Ele chamou-a novamente. — Por favor, abre a porta.
Dez minutos. Levou dez minutos para finalmente abrir uma brecha da porta.
— O que você quer?
— Vim buscar você.
— Eu não vou sair hoje.
— Não vai jantar?
— Não estou com fome.
Ele balançou a cabeça.
— Ok. Então será que pode abrir a porta, por favor?
— Não precisa ficar aqui... você tem um jantar lhe esperando.
- Kiara...
Ela bufou antes de abrir mais a porta e dar passagem há ele. Ela estava encantadora usando calça de pijama e blusinha.
— Não quer mesmo ir jantar?
— Já disse que não estou com fome.
— Então... vou ficar aqui.
— Não precisa. Sei-me cuidar muito bem.
Chris balançou a cabeça e aproximou-se dela.
- Os seus pais devem estar preocupados com você por não ter ido jantar. — Ela falou.
- Meus pais não mandam em mim e podem acreditar que eles já estão acostumados comigo por não aparecer para jantar.
- Ah, mas meu pai pode aparecer...
—Depois daquela cena na cozinha... não pense que ele vá aparecer aqui agora.
Ela o fitou.
- Eu disse que não vamos.
Chris a calou com um beijo. Odiava ter que pegá-la de surpresa, mas era a única maneira de aproveitar aquele momento sem muito papo. Estava muito mais interessado em levá-la para a cama do que ficar ali papeando à-toa.
Nem por um momento se quer, Kiara recuou, ela entregou-se àquele beijo, mesmo tentando negar que não deveriam continuar com aquilo. Mas sabiam que não poderiam ficar um longe do outro, o desejo era mais forte.
- Chris...
- Kiara...
Ele a beijou novamente. Quanto mais ele aprofundava o beijo, mais ela entregava com uma paixão que só faltava explodir dentro dela. Sabia que a queria muito em seus braços, na sua cama ou em qualquer lugar, estando do lado dela era o que mais importava, e seria naquela maravilhosa noite.
No dia seguinte, Chris levantou-se cedo. Havia voltado para a casa assim que ele e Kiara aproveitaram a noite juntos. Sairá de madrugada da casa dela, antes que o pai dela percebesse que ele estava a ir dormir com a filha. E mesmo que tentasse enganar a todos, os seus pais eram os únicos que estavam de olho neles.
Foi pego a chegar em casa por sua mãe que estava a ir ao banheiro, por sua sorte não foi repreendido, apenas sentiu o olhar duro da sua mãe e entrou no quarto. Não queria discutir com a sua mãe sobre o seu relacionamento com Kiara, afinal ele já era adulto para saber onde estava a pisar.
Assim que amanheceu, ele tomou um banho e vestiu-se, ao chegar na cozinha viu que a sua mãe estava já de pé, preparando o café.
— Bom dia!
— Bom dia! Jantou fora?
Chris hesitou e franziu as sobrancelhas, respondeu.
— Não.
— O pai dela não está a gostar se quer saber.
— Ele disse isso para a senhora?
A sua mãe o encarou.
— Ela é adulta, assim como você. Mas não iria gostar que ninguém magoasse a minha filha. — Ela disse e acrescentou. — Eu sei que você é meu filho e espero que saiba o que está a fazer.
— Eu não vou magoá-la.
— Se você diz.
Depois daquela conversa, Chris tomou o seu café e saiu de casa quando o seu celular tocou. Atendeu ao reconhecer o número, era uma amiga de Londres.
Estava a chegar no barracão quando viu Kiara que acabava de chegar e como estava no telefone, acendeu um cigarro ao descer do carro e ficou ali fumando e conversando com a amiga. Nem percebeu que os seus pais haviam chegado depois e os funcionários ficavam a olhar para ele, afinal ele ria ao telefone.
Assim que desligou, foi para o escritório e ficou por ali até a sua mãe aparecer e pegar o seu posto, afinal agora ela estava a mexer na parte de contabilidade.
Saiu da sala deixando a sua mãe sozinha e só então viu Kiara conversando com um rapaz e resolveu descer para cumprimentá-lo.
— Bom dia!
- Bom dia.
— Tudo bem?
— Sim.
— Precisava falar com você.
Ela fitou-o.
— E já não estamos se falando?
— Ah... vamos ter uma visita na sexta-feira. — Ele contou a olhar malicioso para ela. — Olha, está a usar batom?
Kiara fez careta e tentou disfarçar o constrangimento, pois os outros estavam a observar—os.
— E qual é o problema?
— Você não usa. O que aconteceu?
— Não sou mais uma pessoa que faz de tudo aqui, tenho uma função e preciso mostrar que consigo fazer e a aparência é tudo já que começaremos a ter gente rondando aqui. — Ela disse desesperadamente. — O que foi?
Ele sorriu.
— Se sabe que está mais linda como de costume.
- Não... não... — ela sorriu sem graça. — Quer parar, as pessoas não precisam saber disso.
— Não estou a dizer nada.
— Nem precisa. Está estampado na sua cara... — ela falou a andar até onde um rapaz fazia a separação de uvas. — Não tem coisas para você fazer não, chefe?
- Não gosto de ficar naquele escritório com a minha mãe.
- Bem, mas eu tenho coisas para fazer.
- Ok. E não esquece, teremos visita na sexta. – Ele lembrou-a antes de se afastar.
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Atualizado até capítulo 20
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