Capítulo 7

Na manhã seguinte Chris levantou-se disposto e foi correr. Precisava colocar a cabeça no lugar. Havia feito várias pesquisas na internet no dia anterior e teve umas ideias que seria muito legal por ali e tentaria falar com Kiara o que ela achava. Não achava que ela aprovaria a ideia, mais pelo menos poderia dar certo, aquele lugar precisava mesmo crescer, parecia que estavam só andando para trás.

Mais primeiro ele iria conversar com kiara e depois com o pessoal. Seria muito divertido fazer isso só para chamar atenção de clientes e com certeza ali naquela cidade já tinha aquele tipo de ideia rolando.

Chris viu o ônibus com os trabalhadores e resolveu voltar para casa. Mau voltou e seu celular estava tocando, deixou lá e resolveu tomar um banho. Quando terminou deu uma olhada quem era e como era sua mãe retornou à ligação. Foi uma conversa breve, pois já havia avisado que estava sem roupa e que tinha que trabalhar, perguntara se ela já havia enviado mais roupas há ele, já que ficaria ali mais do que preverá.

Vestiu uma calça jeans, camiseta azul escura e tênis. Não precisava estar sempre bem vestido, afinal viver no campo era outra coisa. Chegou no barracão por volta das oito e meia, foi direto para o escritório. Depois de meia hora lá dentro, saiu e viu kiara conversando com o químico.

- Bom dia.

- Bom dia, senhor.

- Bom dia, chefe.

Chris sorriu para kiara que ficou sem graça. Quando o químico se afastou, ele aproveitou para perguntar há ela sobre como era a produção do vinho, pois até agora ele não sabia.

Ela hesitou mais acabou explicando a ele que o galpão em que o vinho é processado -, as uvas passam pela desengaçadeira, onde são esmagadas. Os cabos se separam do mosto – mistura de casca, polpa e sementes – e o suco começa a fermentar pelo contato de leveduras da casca com o açúcar da polpa. E para produzir vinho branco, a casca é descartada. Nos tintos, vai tudo para um tanque de maceração. Nesse processo, as antocianinas, substâncias que dão cor à casca, passam a colorir o líquido. Em quatro dias, o suco já tem tonalidade bem viva e além de produzir álcool, a fermentação libera gás carbônico, fazendo o mosto subir e se acumular no topo do tanque. Para espalhar a cor homogeneamente, o líquido que está embaixo é bombeado para cima duas vezes por dia, num processo chamado de remontagem e após cerca de quatro dias, a remontagem é interrompida para isolar o mosto do líquido. É hora de abrir um registro na parte baixa do tanque de remontagem e liberar o suco. O mosto que sobrou ainda passa por uma prensa, mas vai gerar um vinho de qualidade inferior.

A fermentação natural é turbinada com leveduras dissolvidas em água. O processo esquenta o tanque em até 30 ºC e é monitorado por técnicos que colhem amostras diárias. Durante dois a dez dias, o açúcar vira álcool até atingir o teor desejado – entre 7 e 14% do volume, mas antes de ir para as garrafas, o vinho passa por uma série de filtros de diferentes porosidades para ficar com a aparência límpida. A filtragem retém desde resíduos mais grosseiros, como pedacinhos de casca, até os micro-organismos usa dos na fermentação.

Envase e rotulagem costumam ser automatizados. A rolha, geralmente feita com casca de carvalho, é fabricada sob medida. Como sofre corrosão de 1 mm por ano, o produtor precisa calcular seu comprimento de acordo com o tempo estimado para armazenamento e maturação do vinho.

Era muito interessante o processo todo, já tinha visto alguns mais não tinha ouvido como que era na verdade o processo todo.

- Já bebeu do vinho? – ela indagou quando estavam vendo um rapaz fazendo a separação de uvas.

- Não.

- Não gosta de vinhos?

- Gosto sim. E você?

- Não sou muito fã não.

- Sei. E mudando de assunto, ontem andei fazendo umas pesquisas e queria saber sua opinião primeiro antes de tomar a decisão.

- Sobre?

- Será que podemos conversar isso no escritório, por favor.

Ela concordou. Quando estavam a sós no pequeno escritório, Chris sentou-se na cadeira atrás da mesa, enquanto ela na outra a sua frente.

- Sabe, gostei muito da sua explicação sobre a produção do vinho e achei que seria legal fazer isso para o povo de fora. – Ele comentou. – Deveríamos abrir um espaço para as pessoas virem aqui e fazer um tour de uma hora mais ou menos para saber como é feita a colheita e a produção.

- Hum... e quem seria o guia?

- Não sei ainda. Mas é uma ideia boa, podíamos fazer um site para as pessoas sobre isso e lá elas poderiam pagar pelo tour aqui dentro. Isso poderia aumentar as vendas.

- Quer fazer um jogo de marketing?

- Isso mesmo.

- Por que está me dizendo isso?

- Você é a única aqui que entende do negócio todo. Você trabalhou com a parte de contabilidade e sabe muito mais do que eu que isso aqui não está indo para frente.

- Entendi.

- Se quiser ficar com o cargo de guia, até arrumarmos um.

- É muita coisa para uma pessoa não acha?

- Então vou arrumar outro supervisor e você fica como guia, você sabe explicar muito bem e conhece tudo aqui.

- Obrigada.

- Então gostou da ideia?

Ela hesitou e assentiu.

- Sim.

- Ótimo.

Depois do almoço como o combinado foram as compras no centro da cidade.  Nós entramos pela Porta al Prato, na parte baixa da cidade, mas antes de cruzar o arco, dá para ver a Igreja e convento Di Sant’Agnese, de 1306 e dedicada a Santa Inês de Montepulciano, padroeira da cidade e possivelmente avistará um monumento aos mortos na guerra no Giardini Poggiofanti. Em frente à igreja fica o P1, estacionamento com pouquíssimas vagas que na minha opinião deveria ser reservado a pessoas com dificuldade de locomoção.

A via Di Gacciano segue ladeira acima e tem várias lojas de vinho, souvenires e restaurantes, mas a cidade vai te apresentar muitas endotecas. Uns 5 minutos depois, vinha a Igreja de Santo Agostinho e em frente a ela a Torre do Pulcinella, a torre de relógio que segundo contam foi instalado por um bispo de Nápoles.

Passando a igreja, pegamos alguma rua logo à direita e saímos na Piazza Di Santa Lucia, onde fica a igreja de mesmo nome, de 1653. Só mais alguns passos e encontrará bancos sombreados aos pés dos muros do convento Di San Francesco (via Del Poggiolo).

Subindo até onde estão os carros, chegamos ao mirante para o lindo Vale d’Orcia. Voltando à Via Ricci, à direita fica o Palazzo Ricci, sede da Academia Europeia de Música e Artes Cênicas. O Palácio foi construído entre 1534 e 35, financiado pelo cardeal Giovanni Maria Ricci, natural de Montepulciano e figura influente no Vaticano. Permaneceu da família Ricci até 1970, passando então ao município.

Em frente ao Palazzo Ricci, você poderá visitar o Museu Civico, que funciona desde 1957 no Palazzo Neri Orselli e cujo acervo conserva a memória da arquitetura sienense do século 14. Funciona das 10h às 18h e o ingresso custa €6.

Seguindo em frente, você chegará à praça principal da cidade, a Piazza Grande, centro religioso e político de Montepulciano. A praça foi set de filmagem de Lua Nova, mas uma fonte cenográfica foi instalada em seu centro para o filme. Ah, vampiros também não existem, mas atores ruins, sim. Na praça, ficam 3 edifícios importantes, o Palazzo Comunale, o Tarugi e a Catedral, e um poço onde encontrará o brasão dos Medicis.

O Palazzo Comunale é a sede da prefeitura erguido no século 14 em estilo gótico, e reformado no seguinte. Nunca esteve em Florença, mas Kiara dissera que certamente perceberá a semelhança entre este e o Palazzo della Signoria, afinal, ambos foram construídos a mando de Cosimo di Medici.  Podia subir na Torre (€5) para uma vista panorâmica dos vales e de Montepulciano. São apenas 67 degraus, mas daqueles estreitos, como em toda torre medieval. A Catedral Santa Maria Assunta pode não impressionar depois de se ver o duomo de Siena e de Florença, mas carrega um ar autêntico e é muito a cara da era medieval.

Depois de uma visita pelo centro, foram as compras. Kiara ficou quieta quase o passeio todo, enquanto ele se divertia vendo as coisas.

- Já comprou o que queria?

- Sim.

- Sabe qual restaurante é bom para jantar?

- Não.

- Vai me dizer que nunca comeu em restaurante por aqui? – ele debochou dela.

- Não.

- Nossa você nunca fez nada na vida não. Vai dizer que nunca teve namorado.

Ela o encarou seria.

- Isso não é da sua conta.

- Aposto que o único casinho que teve foi com aquele tal de Pedro.

- Isso não é da sua conta.

- Não precisa ficar nervosa. – Ele disse quando chegaram no carro. – Sabe, só para você ficar mais tranquila eu nunca tive um relacionamento.

Kiara deu de ombros, sem muita importância.

- É sério. Meu trabalho não me dá folgas para levar ninguém há sério.

- E daí.

- Você precisa viver um pouco mais, não me conformo que uma mulher bonita e jovem, não quis fazer uma faculdade e não tem nenhum cara para dar uns amassos de vez em quando.

- Gosto de ser livre.

- Eu também, mas fazer sexo é muito bom.

Kiara revirou os olhos e disse.

- Vocês só pensam nisso.

- Tem coisa melhor que isso... eu acho que não.

Kiara forçou um sorriso, observou-o guarda as coisas dentro do carro e em seguida viu o acender um cigarro e olhar para o horizonte.

- Achava que Toscana não fosse algo incrível. – Ele sorriu, depois de dar uma tragada. – E você é uma excelente guia.

- Vai demorar muito aí?

- Não.

Chris a olhava maliciosamente. Não podia negar a atração que sentia por ela e mesmo sabendo que ela o odiava por ter recebido a herança do avô sem conhecê-lo o deixava sem jeito de se aproximar.

Apagou o cigarro e se aproximou dela que também não parava de olhar para ele, mesmo tentando disfarçar, pode vê-la o observar as vezes.

- Teve mesmo um caso com aquele idiota?

- De novo esse assunto?

Ele sorriu malicioso ao ficar de frente para ela, que ficou nervosa.

- Fiquei curioso.

- Não é da sua conta.

Chris a encarou, mas durou pouco ao perceber que não pode resistir a tentação de tocar naqueles lábios novamente. Sem se conter se entregou aquela sensação maravilhosa de estar nos braços dela. Entreabriu os lábios aprofundando o beijo fazendo-a abraçá-lo mais e gemer de excitação.

Em segundos Chris encostou-a no carro e sem parar de beijá-la na boca, pescoço, orelha, acariciava seu corpo de formas perfeitas. Sem suportar as caricias dele que a estava deixando-a louca de desejo, pôs a acariciá-lo, estava a ponto de passar a mão por baixo da camiseta dele, mãos grandes a impediu de continuar.

Kiara abriu os olhos e o fitou.

- É melhor a gente ir.

 

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Comments

Graça Lobo Sales

Graça Lobo Sales

eita Cris vai com calma kkkkk

2025-01-05

0

Cecilia geralda Geralda ramos

Cecilia geralda Geralda ramos

está conquistando a durona

2024-12-30

0

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