Chris estava dando uma olhada na coleção do seu avô, só para fugir um pouco e esquecer do ocorrido de algumas horas atrás. não havia nada que ele pudesse fazer para voltar atrás, mas não queria voltar atrás. queria ter Kiara novamente em seus braços e isso o deixaria feliz, mas não com seus pais ali – o que estava deixando-o confuso.
Até agora não entendera o que eles estavam fazendo ali, sem avisá-lo. Estava surpreso por ver seus pais na cidade natal deles.
Ao dar um suspiro, por fim pegou a garrafa que ele e kiara haviam deixado de lado bebeu um gole, quando ouviu o barulho da porta sendo aberta. Foi quando viu que era somente sua mãe.
Sem dizer nada, bebeu mais um gole da bebida, enquanto fingia estar olhando as bebidas nas prateleiras.
- O que faz aqui, Chris?
— É o único lugar em que ninguém me aborrece.
Sua mãe suspirou e disse.
- E acha que beber vai mudar alguma coisa?
- O que vocês estão fazendo aqui? – ele esbravejou encarando-a.
- Viemos ver se você estava bem..., mas não imaginávamos que iríamos encontrar você se engraçando com a filha do Marcello.
Ele riu sarcástico. Nunca na sua vida sua mãe vira algo daquele tipo vindo da parte dele, sempre tivera seus casinhos fora de casa, nunca havia levado garotas para a casa dos seus pais, tinha sido um cara discreto desde que ficara ativo e desde então seus pais nunca tinham que repreendê-lo nenhuma vez, até agora.
- Eu não sou nenhum adolescente, mãe.
- Mas agiu como um hoje.
- Mas a senhora nem sabe o que aconteceu.
Ela somente fuzilou-o, inconformada.
- Eu não quero saber sobre sua vida íntima. Mas tinha que ser justamente com a filha do Marcello.
- Mãe aconteceu. E claro que a senhora não precisa me repreender por isso.
- Foi para isso que veio para Montepulciano, para ficar se engraçando com as moças daqui. Saiba que se você magoar aquela moça eu não vou ficar aqui e ver Marcello acabar com você.
- Isso não vai acontecer.
- Como você sabe?
- Não vou ficar aqui discutindo sobre meus relacionamentos. – Ele disse, fazendo menção de sair dali. – E só para constar, eu gosto dela... de verdade. – Contou, só então ele deixou a garrafa por ali mesmo e saiu.
Na manhã seguinte, Chris levantou-se cedo e foi direto para o banheiro, onde tomou um banho e quando terminou de se arrumar, desceu para o andar de baixo, encontrou sua mãe na cozinha. Ela estava fazendo o café da manhã, o que o deixou desconfortável.
- Bom dia.
- Bom dia.
Chris pegou uma xícara e encheu de café. Estava tão distante que nem percebeu que sua mãe estava olhando para ele.
- Não vai comer?
- Ah... não.
- Você não vai sair sem comer. – Ela disse colocando ovos mexidos num prato. – Tome seu café completo, antes de sair.
Se controlou para não discutir com sua mãe naquela manhã. Não queria ter que trabalhar e estressado, já não estava muito bem e discutir agora não era um momento certo.
Tomou seu café calado, até seu pai aparecer com sua irmã, se juntando há ele na mesa, assim que terminou e estava para sair da cozinha quando ouviu sua mãe.
- Chris... será que podemos ir juntos para o barracão?
Ele hesitou dando de ombros e perguntou:
- Vocês vão para o... barracão?
- Claro. Não vim de tão longe para ficar aqui trancada.
- Ah, achei que não quisessem ir lá.
- Achou errado.
Sem falar nada, apenas concordou e saiu dali o mais rápido possível. No caminho para o barracão foi horrível, ele teve que suportar o bom humor dos seus pais e quando viu Kiara caminhando teve vontade de parar para dar carona há ela, mas lembrou que o carro já estava cheio e teve que apenas buzinar.
Ao parar o carro notou que os que já haviam chegado pararam para verem quem estava junto com ele, mas logo voltaram ao serviço assim que seus pais desceram do carro, enquanto ele apenas resolveu acender um cigarro, enquanto esperava por Kiara que inclusive já estava chegando ali.
- Não perca seu tempo, querido.
- Eu não estou nem aí. – Ele disse com desdém e deu uma tragada.
Foi quando Kiara se aproximou e ficou sem graça quando viu os pais dele ali.
- Bom dia!
- Bom dia.
Chris sorriu e como seus pais estavam ali ainda, aproveitou para apresentá-la decentemente, o que ainda continuou constrangedor, afinal serem pegos seminus não era de se esquecer. Assim que a apresentou, ambos se separaram , enquanto seus pais o seguiram.
Passou a maior parte daquela segunda-feira andando com os seus pais. Todo mundo que os conheciam ficaram felizes por vê-los novamente, o que para ele foi a coisa mais chata do dia. Só de saber que seus pais ainda eram lembrados por alguns funcionários, já o deixava menos preocupado por não ser uma pessoa ruim.
Depois do almoço, ele resolveu ir dar uma distanciada em seus pais, deixando-os sozinhos por ali, estava fumando quando percebeu que sua mãe estava tentando chegar perto de kiara, e teve que rir sozinho ao ver kiara fugindo da sua mãe, era cômico, mais engraçado.
Chris voltou para sua sala, e pode ficar ali por um tempo vendo algumas coisas até que alguém resolveu bater na sua porta e teve que deixar entrar.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Só quero ficar um pouco aqui. – Ela respondeu sentando meio que ofegante.
- Tem certeza que não aconteceu alguma coisa?
Ela o encarou.
- Ok. É a sua mãe.
- O que tem ela?
- Ela não para de ficar atrás de mim. – Ela fez careta. – Era isso que eu temia.
- Sobre?
Kiara deu um suspiro.
- Você está escutando o que eu estou dizendo?
- Sim.
- E o que estou dizendo?
- Minha mãe está atrás de você.
- É por isso que o que aconteceu entre a gente não pode voltar acontecer.
- Que pena. Eu iria adorar repetir a dose..., mas sem bebida dessa vez.
- Chris...
- O quê?
- Não podemos.
- Por quê?
De repente a porta abriu deixando os surpresos. Era a mãe dele para variar. Ela sorriu ao vê-los.
- Oi. Ainda bem que estão vestidos dessa vez. – Ela disse fechando a porta, e se dirigiu há kiara. – Estava lhe procurando.
- Ah... precisa de alguma coisa?
- Na verdade, eu só queria falar com você em particular..., mas você e meu filho não devem esconder nada um do outro.
- Mãe...
- Então posso falar com você aqui na presença dele. Posso? – Sua mãe indagou ignorando-o.
Kiara olhou para ele toda envergonhada, como se tivesse pedindo ajuda, apesar de ele também estar pedindo ajuda.
- Bem, é sobre o trabalho?
- Mais ou menos. Você teve muito contato com o meu pai?
- Ah... eu cresci aqui, e tive que conviver ao lado de Marcus.
- Não foi isso o que perguntei.
— Mãe... não precisa responder isso não Kiara.
Kiara levantou-se e balançou a cabeça.
- Quer saber, vou dizer uma coisa. A senhora quer saber se eu sou uma interesseira. – Ela falou. – Saiba que não preciso disso... Marcus cuidou de mim como uma neta e o que tivemos não interessa a ninguém.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 20
Comments