Chamas do Passado.

O som do motor do Impala cortava o silêncio da estrada deserta enquanto Dean dirigia em alta velocidade. O céu estava pesado com nuvens negras, e relâmpagos iluminavam o horizonte. Castiel, sentado no banco do passageiro, estava em silêncio, mas Dean sabia que algo o incomodava.

"Você vai ficar calado a noite inteira ou vai finalmente dizer o que tá martelando na sua cabeça, Cas?" Dean perguntou, os dedos tamborilando no volante.

Castiel virou-se lentamente, seu olhar fixo no horizonte. "Estamos nos aproximando de algo que não podemos controlar. Asmodai era apenas o início, Dean. Você sabe disso."

Dean bufou, balançando a cabeça. "Sério? Essa merda de novo? A gente já enfrentou o diabo, Deus, e o próprio inferno. Qual é o problema agora?"

"Você não entende," Castiel disse, sua voz mais sombria. "Desta vez, não é apenas sobre nós. É sobre o equilíbrio do universo inteiro."

"Ah, que ótimo! Mais um sermão celestial. Como se a gente não tivesse problemas suficientes," Dean retrucou, o sarcasmo escorrendo de sua voz.

"Dean," Castiel disse firmemente, seu tom baixo e carregado de autoridade. "Você precisa levar isso a sério."

Dean freou bruscamente, o carro derrapando antes de parar no acostamento. Ele saiu do veículo, batendo a porta com força.

"Porra, Cas! Eu tô tentando! Eu sempre tento! Mas você fica jogando essa merda apocalíptica na minha cara como se fosse só mais um dia no escritório!"

Castiel saiu do carro, seu rosto sério. "Eu não estou dizendo isso para irritá-lo. Estou dizendo porque precisamos estar prontos."

"Prontos?" Dean riu sem humor. "Cara, a gente nunca tá pronto. A gente só se joga no fogo e reza pra sair inteiro!"

"Talvez você devesse parar de agir como se fosse invencível!" Castiel disparou, sua voz subindo pela primeira vez em muito tempo.

Dean congelou, surpreso pelo tom de Castiel.

"Você acha que pode carregar o peso de tudo sozinho, mas isso vai te destruir. E não vou ficar parado assistindo isso acontecer," Castiel continuou, seus olhos azuis brilhando com intensidade.

Dean engoliu em seco, mas antes que pudesse responder, um som distante cortou o ar. Era como um rugido, profundo e ameaçador, vindo da floresta próxima.

"Que merda foi essa?" Dean perguntou, já pegando a arma no banco do carro.

O Encontro com a Fera

Eles seguiram o som até uma clareira na floresta. No centro, uma criatura colossal aguardava. Sua pele era escura como a noite, e chamas azuis dançavam ao redor de seu corpo. Seus olhos brilhavam com um vermelho ardente, e seus dentes afiados cintilavam à luz do relâmpago.

"Você tá vendo isso, Cas?" Dean perguntou, segurando firmemente sua arma.

"Infelizmente, sim," Castiel respondeu, sacando sua lâmina angelical.

A criatura rugiu e avançou, rápida como uma bala. Dean disparou, mas as balas ricochetearam sem causar dano. Castiel tentou cortar a criatura com sua lâmina, mas foi jogado para trás com um golpe poderoso da cauda do monstro.

"Merda, essa coisa é forte!" Dean gritou, desviando por pouco de uma garra gigante.

"Dean! Precisamos atacá-lo ao mesmo tempo. Ele não pode se defender de dois lados," Castiel instruiu, levantando-se com dificuldade.

"Beleza, mas se eu morrer, é sua culpa!" Dean respondeu, correndo para o outro lado da clareira.

A estratégia funcionou. Enquanto Castiel distraía a criatura, Dean conseguiu alcançar seu flanco e atirou no que parecia ser um ponto vulnerável — uma área onde as chamas eram mais intensas. A criatura gritou de dor, recuando.

"Tá vendo, Cas? Eu sou foda!" Dean exclamou com um sorriso satisfeito.

Mas antes que pudesse comemorar, a criatura lançou uma onda de energia que os jogou contra as árvores.

Vulnerabilidades Expostas

Dean tentou se levantar, mas sua visão estava turva. Castiel apareceu ao seu lado, ajudando-o a ficar de pé.

"Você tá bem?" Castiel perguntou, sua voz carregada de preocupação.

"Já estive melhor," Dean respondeu, cuspindo sangue. "E você? Parece que levou uma bela surra também."

"Estou bem o suficiente," Castiel respondeu, mas sua postura denunciava o contrário.

A criatura se aproximava novamente, mas agora parecia mais cautelosa.

"Dean, se não acabarmos com isso agora, não teremos outra chance," Castiel disse, sua voz baixa, mas determinada.

"Ah, então agora a gente tem que ser heróis de verdade? Beleza, Cas. Vamos nessa."

Eles atacaram juntos, desta vez com tudo o que tinham. Castiel usou sua graça para prender a criatura em um campo de energia, enquanto Dean disparava contra o ponto vulnerável repetidamente. Com um grito final, a criatura explodiu em uma chuva de luz azul.

Os dois caíram de joelhos, exaustos, enquanto o silêncio voltava à floresta.

Um Momento de Paz

Dean olhou para Castiel, que estava sentado ao seu lado, respirando com dificuldade.

"Ei, Cas," ele disse, com um sorriso cansado. "Eu sei que te irrito pra caralho, mas... valeu por sempre estar aqui."

Castiel olhou para ele, surpreso pela sinceridade. "Eu sempre estarei aqui, Dean. Não importa o que aconteça."

Dean deu uma risada curta, passando a mão no rosto. "Você é um pé no saco, sabia? Mas... eu não sei o que faria sem você."

Por um momento, o peso do que tinham enfrentado desapareceu, e os dois apenas ficaram ali, em silêncio, compartilhando uma conexão que palavras não conseguiam descrever.

Mas o momento foi interrompido quando Dean olhou para o céu e viu as nuvens se dispersando, revelando um círculo de luz estranha.

"Ah, merda. O que é isso agora?" ele perguntou, levantando-se com dificuldade.

Castiel ficou em pé ao seu lado, seus olhos estreitando. "Parece que o próximo desafio chegou mais rápido do que esperávamos."

Dean suspirou. "Claro. Porque nada pode ser fácil, né?"

Eles voltaram ao Impala, sabendo que a luta estava longe de terminar. Mas, juntos, estavam prontos para enfrentar o que viesse.

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